quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Administração pelo mundo: conheça diferentes modelos

Diversos modelos de administração estão influenciando diretamente a vida de pessoas ou de comunidades no Brasil e em diversas partes do mundo





Antes de criar uma marca, de gerar negócios, buscou-se criar um conceito de contato com a água, um estilo de vida, no qual a preocupação estava baseada no esporte e em uma vida mais saudável. E foi assim que a atual Speedo, empresa de roupas e acessórios para natação, transformou-se em uma marca mundialmente conhecida, tendo negócios em todo o mundo. "A Speedo é apaixonada por inspirar pessoas a nadar, seja para competir, pela saúde e fitness, ou apenas para se divertir. Colocamos o nadador no centro de tudo que fazemos e nos dedicamos a criar os melhores produtos e experiências para cada nadador”, confidenciou o presidente da Speedo, David Robinson.

Criada em 1914 sob o nome de “Fortitude”, a companhia foi fundada pelo escocês Alexander MacRae em New South Wales, Austrália. Em 1928, a companhia ganhou o nome que conhecemos hoje, ajudou o crescimento da cultura praiana no país e começou a ganhar maior notoriedade “vestindo” atletas em competições mundiais e olímpicas. Hoje, coordenada pelo Pentland Group, do Reino Unido, a marca patrocina times e organizações de natação da Austrália, Brasil, Canadá, Colômbia, Finlândia, Hong Kong, Islândia, Israel, Japão, México, Romênia, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos.



“O andamento da Reforma da Administração é vital para consolidar a recuperação”. Essa é a percepção central do espanhol José Ramón Pin, professor da IESE Business School, sobre o atual momento da Espanha. Entre os países da Zona do Euro, a nação foi uma das que mais sofreram com o estouro da bolha imobiliária desencadeada pela crise do subprime internacional. Para José Ramón, algumas ações administrativas equivocadas agravaram a crise. “As autoridades políticas e o governo do socialista Rodríguez Zapatero não reagiram a tempo de reduzir a despesa pública. Em vez disso, pensando que a crise era temporária, lançaram uma política keynesiana de investimentos rentáveis que agravaram o déficit ainda mais”, afirmou.

Em decorrência da medida, diminuiu a confiança da economia espanhola e o capital estrangeiro deixou o país. “Os bancos sofreram a insolvência de seus clientes imobiliários, tiveram que fechar o crédito para pequenas e médias empresas e pessoas físicas. O consumo privado caiu e também aumentou o desemprego. O pouco crédito disponível pouco foi absorvido pelo setor público e a economia privada entrou em colapso”, explicou. Apesar dos problemas, o cenário espanhol começa a se tornar mais promissor, já que o governo atual de Mariano Rajoy apostou numa reforma trabalhista que aumentou a competitividade das empresas. Além disso, “aumentaram as exportações e a economia timidamente está começando a decolar. No entanto, se o setor público mantiver o nível de tributação e continuar a absorver o crédito disponível, ele pode parar a recuperação econômica tímida anunciada neste verão”, finalizou.



Após conferir de perto a realidade da escravidão infantil na República Democrática de Gana, a portuguesa Alexandra Borges, com apoio do Grupo Media Capital, de Portugal, criou o projeto “Filhos do Coração”. As ações da iniciativa, de acordo com Alexandra, consistem no “resgate de crianças escravas no Gana para lhes devolver sua infância, permitindo a elas o acesso à educação, saúde, alimentação e segurança”, indica. Montou-se um projeto de arrecadação de recursos e todo o montante é destinado aos cuidados das crianças.

O “Filhos do Coração”, que se tornou ONG em 2012, também vem denunciando a escravidão de criações em Gana por meio de ações, como, por exemplo, a criação da “Petição Pública Contra a Escravatura do Século XXI e a Favor da Libertação de Todas as Crianças Escravas do Lago Volta, no Gana”, que já tem mais de 11 mil assinaturas. Também são realizados espetáculos teatrais e foi lançado outro livro, intitulado Resgate. Todos os ganhos com a venda da obra também serão revertidos para a divulgação da causa e educação das crianças.



“Eu me formei na faculdade em 1993. Na época, os jovens que buscavam um futuro promissor na Índia nem sequer pensavam sobre o empreendedorismo como uma opção. Levou pelo menos mais de uma década para que o empreendedorismo se tornasse uma consideração importante na consciência da juventude indiana. Hoje, 20 anos depois, vejo que campi universitários na Índia estão zumbindo com conversas de administração, empreendedorismo, planos de negócios, e muitos até têm incubadoras próprias”, contou a indiana Sramana Mitra, fundadora da iniciativa One Million by One Million (1M/1M).

E para a consultora, esse é um caminho que, uma vez definido, é difícil voltar atrás. “A maior conquista da Índia tem sido o desencadeamento consistente do movimento empreendedor. A tolerância ao risco da população indiana aumentou”, indicou. Se antes o “Santo Graal” para cobiçar gordos salários eram as multinacionais, agora, o sonho de construir algo próprio seduz as pessoas na Índia, mesmo que isso implique um risco de fracasso. “Esta mudança sociocultural é irreversível. E é nas mãos desses empresários que o futuro da Índia diretamente descansa. Eu acredito que a profundidade do conhecimento de como construir um negócio, a partir do zero, com os clientes, receitas e lucros está aumentando rapidamente. Dizer, 1% destes irá atrair capital de risco. Mas muitos mais irão criar valor, criar empregos e manter a esperança”, afirmou.



Quando era coordenadora de cursos profissionalizantes, Alessandra França conheceu jovens que queriam ser empreendedores, mas não tinham o capital necessário. Diante disso e inspirada na iniciativa de Muhammad Yunus - que criou o primeiro banco de microcrédito do mundo, o Grameen Bank -, ela criou um projeto de um banco de microcrédito brasileiro, o Banco Pérola. A organização, que existe desde 2009, concede crédito a projetos de pessoas de renda baixa na área de empreendedorismo e presta consultoria sobre o uso do dinheiro. Os créditos variam de R$ 500 à R$ 5 mil e auxiliam pessoas que dificilmente conseguiriam o benefício em um banco convencional.

A empreendedora, que busca parceiros para expandir o projeto, afirma que a Administração sempre esteve presente em sua trajetória. “Acredito que não basta a vontade do empreendedor para realizar seus sonhos. Ela precisa estar alinhada com estratégicas claras de gestão e administração de empresas. Os conceitos da área contribuíram e contribuem todo o tempo na construção de estratégias de marketing, gestão financeira e gestão de pessoas” explicou.



“Administrar uma empresa exige muita estratégia, liderança, técnica, integridade, energia, disciplina, foco. É um jogo limpo, longo, cheio de ilusões e surpresas, independe da posição que você ocupa. Independe do tamanho da empresa. Não adianta ser malandro, desonesto, enganar. É preciso conquistar o cliente, cada vez mais exigente, com bons serviços, com delicadeza. Liderar é fazer os outros trabalharem corretamente, colocando cada vez mais tijolos no seu muro. Enfim, é uma emoção atrás da outra, boas e ruins”.

O depoimento acima é de alguém que tem a Administração enraizada em sua rotina há muito tempo. Formado na área pela FGV, Ernesto Haberkorn foi o cofundador da Totvs, maior multinacional brasileira de software e que tem atuação em mais de 20 países. Com a abertura de capital, desde 2006, Haberkorn deixou a direção executiva da companhia e começou a se dedicar integralmente a TI Educacional, empresa focada em treinamentos de ERP e a soluções de tecnologia para pequenos empresários e ao Circuito NETAS - acrônimo de Natureza, Esporte, Trabalho, Amor e Saúde, um novo conceito em treinamento corporativo que ensina técnicas para administradores - e demais profissionais - de como ter uma vida saudável e melhor. “O circuito NETAS é um treinamento, as pessoas vão lá para trabalhar. Mas, também se divertem. Mesclamos palestras com atividades e dinâmicas que visam melhorar o desenvolvimento pessoal e profissional dos participantes”, explicou Ernesto.



Imagine o ganho que o Brasil teria se existisse um ciclo virtuoso entre governo, universidades e empresas privadas, no qual todo o conhecimento produzido fosse um potencial bem de consumo. São poucas iniciativas que unem essa cultura de inovação movida ao trabalho em conjunto. Uma dessas “agulhas no palheiro” está em Minas Gerais. A Ecovec, empresa que combate vetores como o mosquito da dengue, e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolveram um sistema que melhora a vida de milhares de pessoas, traz lucros e já foi utilizada em pelo menos 50 cidades brasileiras.

Uma das tecnologias desenvolvida por pesquisadores da instituição chama-se MI Dengue e permite monitorar em tempo real a incidência de vetores da doença nos municípios, fornecendo ao gestor municipal informações cruciais para combatê-la. "A UFMG hoje é a principal parceira da Ecovec. Nós trabalhamos com quase 100% de interação, tanto que a sede da empresa se localiza dentro do parque tecnológico que pertence à Universidade", afirmou Luís Felipe Barroso, diretor da Ecovec. Em geral, 2,5% do faturamento obtido com as vendas são revertidos para a Universidade em forma de royalties. Essa união já rendeu bons frutos. Em 2006, o MI Dengue recebeu o prêmio Tech Museum Awards na categoria de tecnologias voltadas para a área da saúde, e Bill Gates (fundador da Microsoft) visitou pessoalmente o stand durante o evento.



Com o financiamento de grandes fundos de investimento como Valar Ventures, Monashees e Kaszek Ventures, a Oppa é uma empresa brasileira que vende móveis e decoração pela internet, além de fabricá-los. O CEO da companhia é o alemão Max Reichel, que teve a ideia ao perceber os altos valores e a baixa qualidade dos móveis no Brasil. “Estive no Brasil pela primeira vez em 2005 e me apaixonei pelo país. Vim outras vezes depois disso e, em 2010, enquanto trabalhava na consultoria McKinsey & Company, mudei-me para São Paulo. Nesse momento, enfrentei muitas dificuldades para encontrar móveis e decorar minha casa. Tudo que eu encontrava era muito caro e com qualidade discutível. A partir desta experiência, fui investigar e percebi que havia um nicho de mercado. Então, durante seis meses, me dediquei em transformar a ideia em plano de negócio e, assim, surgiu a Oppa”.

Para abrir e desenvolver os negócios da empresa, Reichel afirma que os conhecimentos em Administração foram e vêm sendo fundamentais. “Para investir em um projeto diferente e de alto crescimento como a Oppa, foi preciso pensar em uma complexa estrutura. O MBA em Administração em Harvard foi imprescindível nesse processo de consolidação e criação da Oppa. Para estruturar a ideia de que a compra on-line é uma excelente experiência para o consumidor, trabalhamos nossa marca e oferecemos diversos benefícios para que o consumidor sinta-se à vontade e ingresse nesse novo nicho de mercado”.



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