terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Um instante, uma palavra

Não importa a ocasião ou a duração de um encontro. Uma única palavra, em um mero instante, pode influenciar as decisões e o destino de outrem




“Nem todas as conversas irão mudar sua vida, mas qualquer uma delas poderá fazê-lo.” (Liz Dolan)

Quando iniciei minha carreira como palestrante, nos idos de 2003, eu tinha duas crenças muito claras. A primeira, de que uma apresentação, por mais organizada, envolvente e cativante que fosse, não seria capaz de “mudar a vida” de um participante. Sensibilizar, influenciar e até entusiasmar, sim. Porém, promover uma mudança capaz de alterar o curso da história de alguém, parecia-me presunçoso demais.

A segunda crença dizia respeito à duração de uma atividade. Pensava eu que uma mensagem poderosa dependia do conjunto de seu conteúdo. Seria o todo, e não a parte, o que impactariaos presentes.

Ao longo dos anos, aprendi que estava duplamente equivocado...

Qualquer breve momento pode transformar radicalmente o destino de alguém. Tenho vivenciado isso no dia a dia, a cada diálogo, a cada reunião, seja com colegas, amigos, parceiros de negócios ou mesmo o público em geral. É como disse o antropólogo Roberto Crema: “Ninguém muda ninguém, ninguém muda sozinho, mas mudamos nos encontros”.

Uma vez ao ano tenho a honra e o prazer de desfrutar da companhia de um dos principais líderes empresariais do Brasil. Trata-se de alguém com quem convivi anos atrás no cenário institucional e com quem selei uma amizade autêntica e despretensiosa. Ensinou-me ele em nosso último encontro: “Na atual fase de minha vida, dou-me o privilégio de escolher com quem, quando e por quanto tempo irei dialogar”. É uma grande lição que nos dá a dimensão exata da importância das palavras e do uso do tempo.

Daí decorre também o êxito ou o fracasso no processo de comunicação, pois há uma sutil diferença entre ouvir, escutar e efetivamente entender o seu interlocutor. É tênue, porém ampla, a distinção entre olhar, ver e enxergar um objeto, imagem ou cena. Há pessoas que falam, mas nada dizem; ou que dizem, mas não são compreendidas.

Shakespeare pontuou assertivamente que “leva-se anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e você pode fazer ou dizer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida”. Por isso, sempre procuro alertar que é imprescindível tomar cuidado com as palavras desferidas, em especial nos momentos de irritação. Quando você diz algo que desagrada a alguém, pouca valia haverá em se desculpar posteriormente. Porque não importa o que você disse, mas o que ficou depois do que você disse. O que fica instala-se no peito, dentro do coração, tomando-o por sua morada e de lá não sai mais.

Hoje aprendi que em qualquer intervenção que eu faça, seja em uma palestra ou um treinamento, seja em uma reunião ou em diálogo conciso, basta uma fração de meu discurso para promover a reflexão em qualquer um dos presentes. E como cada pessoa é atingida de maneira diferente e em momentos específicos, é grande minha responsabilidade, pois a mensagem pode afetá-las positiva ou negativamente, influenciando suas decisões.

Assim, cuide com atenção e carinho de seus argumentos. E lembre-se de que em comunicação, mais do que a razão, é a emoção quem impera.



2014: mais um ano para andar de lado

2014 será um ano para andar de lado, o que, diante das nossas potencialidades desperdiçadas e de oportunidades pelo mundo, significará mais um ano perdido




Como estamos no limiar de um novo ano, empresas e gestores estão todos com os periscópios levantados no esforço de enxergar o que vem pela frente, o que fazer e como se posicionar. No meu entender, salvo para algumas empresas e setores pontualmente beneficiados, 2014 será um ano para andar de lado, o que, diante das nossas potencialidades desperdiçadas e de oportunidades pelo mundo, significará mais um ano perdido.

Para entender porque, precisamos olhar para dentro e para fora do país. Internamente, pelo menos quatro fatores continuarão deixando a desejar: a inflação crônica, a assimetria entre as políticas monetária e fiscal, o aumento do déficit público e a deterioração das contas externas, sem perspectivas de mudança por serem atreladas ao modelo político-econômico vigente. No cenário internacional, estamos diante da recuperação e melhoria dos Estados Unidos, dos principais países europeus e da própria China. E, dentro dessa mesma perspectiva, em decorrência do somatório dessas realidades interna e externa, estamos diante da piora na percepção da economia brasileira. Fatos e percepções estarão contra nós, o que não se reverte apenas com discursos ou promessas, razão pela qual são visíveis no horizonte, a) o rebaixamento do rating de risco brasileiro, b) a apreciação do dólar e c) a diminuição do fluxo de investimento direto e não especulativo.

Importações perderão a conveniência e as exportações tenderão a ser favorecidas, o que parece positivo, embora se imponha uma análise mais profunda. A desindustrialização e falta de investimentos dos últimos anos aumentaram em muito a dependência de insumos importados, o que fará com que a subida do dólar tenha um impacto direto nos custos, por decorrência, nos preços e, portanto, na inflação. Esta, sendo crescente, obrigará o governo a elevar a taxa de juro, com reflexos de aumento nos custos financeiros das empresas e de diminuição na capacidade de consumo da população, pois, mesmo que continue a política de concessão de reajustes do salário mínimo acima da inflação, os preços reais subirão mais do que isso. Em síntese, a balança comercial e de pagamentos tenderá a ser pouco favorecida pelo comportamento do dólar em alta, embora, evidentemente, o agronegócio, as commodities e os minérios deverão ser beneficiados.

Pode ser esperada a continuidade da política de fomento ao consumo via subsídios, benefícios, bolsas ou mesmo desonerações tributárias pontuais para produtos ou setores específicos, mas seu uso retroalimentará negativamente os fatores internos e externos que nos afligem. A obrigatória subida dos juros terá como efeitos: 1) retração do consumo pelo encarecimento do crédito; 2) aceleração do esgotamento da capacidade de endividamento das pessoas físicas; 3) aumento das taxas de inadimplência; 4) maior dificuldade de tomada de crédito, por óbvios critérios de maior seletividade por parte dos bancos.

O clássico efeito tesoura fará com que empresas tenham uma tendência a margens e resultados decrescentes. Por decorrência, a Bolsa de Valores deverá, na melhor das hipóteses, andar de lado. Quem depender de investimentos governamentais não poderá esperar reversão da lentidão ou atraso de obras, pois não haverá recursos suficientes para cumprir cronogramas.

Toda essa realidade aponta para uma performance pouco satisfatória do comércio, em decorrência do endividamento das famílias ter atingido seu limite. Se somarmos essas duas constatações, que já são um fato, veremos que consumidores que compraram além da conta estão recorrendo ao crédito pessoal – com tradicionais taxas altas – para liquidar suas dívidas, o que faz antever um aumento da inadimplência. O esgotamento da capacidade popular de tomada de crédito está também já demonstrado no decrescente uso de recursos do próprio programa “Nossa Casa Melhor”.

Para aquela parcela de brasileiros eternamente otimistas que acham que a Copa da FIFA trará uma injeção de ânimo nos negócios, um alerta: ela poderá favorecer, pontual e limitadamente, hotéis, companhias de aviação e restaurantes, além de impulsionar cervejas e televisores. Mas não será boa para o varejo em geral, pelo fechamento de lojas, feriados, dispersão de atenção, gastos com ingressos e correlatos etc. Como disse um empresário do ramo: “ninguém compra um tênis novo para assistir um jogo”. Sem falar que o término das obras que forem terminadas para a Copa jogará no mercado uma substancial força de trabalho que não necessariamente encontrará novas oportunidades.

Toda essa realidade mostra que o ano entrante terá mais um pibinho com evolução pífia rondando os 2%, como tem sido os últimos, muito longe de uma evolução mínima de 4% a 5% que seria necessária para manter esta nave pelo menos estabilizada, ainda que não pujante.

O cenário será difícil para as empresas endividadas e com estruturas de capital desbalanceadas. Episódios como os do desmoronamento do Grupo X (Eike), mesmo que decorrentes de menor pirotecnia, poderão se repetir. Os erros de governança, planejamento, gestão e falta de realismo econômico, mais do que nunca mostrarão sua cara. Por isso, podemos esperar crescente número de recuperações judiciais e falências, com todos os efeitos daí decorrentes.

Diante disso, e em síntese, cabem as seguintes recomendações às empresas:

- Seja mais conservador do que nunca e preserve sua liquidez;
- Postergue investimentos e decisões não essenciais;
- Fique atento para boas oportunidades de aquisições, pois muitas empresas terão problemas, oportunizando ativos a baixos preços;
- Evite e reduza o endividamento;
- Se mesmo assim precisar de crédito, os bancos oficiais tenderão a ser melhores alternativas;
- Caso recursos de longo prazo forem necessários, debêntures tenderão a ser uma boa alternativa, inclusive porque investidores internacionais serão atraídos por taxas crescentes no Brasil;
- Não conte com investidores de capital de risco: será difícil achá-los, salvo em condições desinteressantes de deságio influenciadas pelo cenário brasileiro.



Espaço do Administrador - Por que os clássicos da Administração não são mais estudados?




É preciso retomar os estudos das obras fundamentais que constituíram o estudo da Administração como ciência, técnica e arte. Basta de confundir Administração com livros de auto-ajuda e com subliteratura de gestão

Essa é uma questão que vem ganhando força à medida que indago alunos de Administração em palestras que realizo por todo o Brasil. Lamentavelmente, pouco se conhece das obras escritas pelos fundadores da Ciência da Administração, de Taylor a Drucker, de Ford a Mintzberg, de Guerreiro Ramos a McGregor, e por aí vai. Isso sem falar em inexcedíveis obras de outras disciplinas, como Economia e Sociologia que também têm, por exemplo, em Adam Smith e Max Weber, respectivamente, ensinamentos que contribuem para configurar o pensamento administrativo.Procurando entender as causas desse problema, descubro que o volume de visitas às bibliotecas é ridiculamente pequeno para leitura. “Esses ambientes são mais utilizados para trabalhos em grupo ou leitura de textos”, me garante a bibliotecária de uma faculdade. Um professor, atento observador do movimento no campus, tem a sua tese: “Os alunos chegam corridos do trabalho depois de enfrentar horas no trânsito, entram em salas de aula esbaforidos e depois correm para casa para começar tudo novamente no dia seguinte. Não têm tempo para leituras além dos textos compilados nos quais as provas vão se basear”.


O mais estarrecedor talvez seja um depoimento de que a maior parte das faculdades de Administração procura manter no acervo de suas bibliotecas livros de autores que publicaram nos últimos cinco anos. “Fica mais atraente no momento da visita do MEC à instituição de ensino”, atesta um coordenador de curso que também atua como avaliador do Inep/MEC. É triste saber que muitos dos futuros administradores terão lido não mais do que duas ou três páginas dos tratados escritos por Maslow, Herzberg, Chester Barnard, Blanchard, Alfred Sloan, Robert Blake, dentre outros inúmeros mestres da Administração.Assim ficam esses profissionais limitados pela visão estreita e fragmentada que lhes é apresentada por diversos livros de Introdução à Administração e de TGA que, portanto, lhes roubam a oportunidade da imersão reflexiva e da elaboração de novas perspectivas a partir dos experimentos e construções apresentados por autores clássicos. É verdade também que ao lermos os clássicos e os bestsellers vamos encontrar nestes últimos muitas ideias que nos remetem aos estudos desses preconizadores da Ciência da Administração, embora nem sempre referenciados pelos novos autores.Para contribuir com a eliminação ou redução desse abismo intelectual o CRA-RJ disponibiliza em seu site, gratuitamente, diversos desse livros de autores clássicos da Administração que apesar de escritos há algumas décadas, ainda são muito atuais e úteis aos estudantes e profissionais de administração. Em verdade, textos assim é que dão conteúdo e cientificidade à Administração.


Carina Silva,  Momento do Administrador, 31 de dezembro 2013.





Dica do dia



O primeiro grande administrador do mundo

É curioso como nenhum livro de Administração, nenhum livro de história da Administração, menciona esse homem. Você precisa conhecê-lo




Quem foi o primeiro grande administrador do mundo? É curioso como nenhum livro de Administração, nenhum livro de história da Administração menciona esse homem. Foi alguém que administrou 20 mil funcionários há 4.600 anos, deixou um produto que dura até hoje, criou o primeiro sistema just in time e a primeira cadeia de logística em grande escala.

E para durar 4.600 anos, sem dúvida, foi o primeiro a adotar o padrão de qualidade total. Empresas com mais de 20 mil trabalhadores só iriam reaparecer 4.550 anos depois. E vale salientar que não eram escravos, mas sim trabalhadores pagos, que precisavam ser motivados e não chicoteados.

Estou me referindo a Hemiunu, o administrador da maior obra do planeta por muitos séculos: a Pirâmide de Giza, no Egito. A proporção é o seguinte, para construir o monumento em 20 anos seria necessário colocar um bloco de cinco toneladas em seu devido lugar a cada dois minutos. Compare isso com a lentidão do PAC.

Infelizmente muitos livros o consideram apenas o primeiro arquiteto do mundo. Mas, honestamente, desenhar oito linhas iguais à pirâmide não requer muitos conhecimentos de Arquitetura. Os engenheiros também o consideram o primeiro engenheiro civil e, nesse caso, é mais difícil de refutar de fato. Havia muitos cálculos a serem feitos e estresses a serem superados. Mas, ainda sim, colocar essencialmente uma pedra em cima de outra, não requer tantos conhecimentos de engenharia civil assim. Criar a ponte Pênsil, de San Francisco, ou a torre Eiffel, esses sim requerem cálculos estruturais complexos.

A verdade é que a Pirâmide de Giza foi construída graças às técnicas de Administração que Hemiunu inventou. Ele desenvolveu o planejamento da produção, controle de qualidade, coordenação de alimentação e alojamentos dos trabalhadores, hierarquia, ordens de produção em tempo real e contabilidade de estoques. Ou seja, as inovações em Administração são muito maiores do que as de Engenharia Civil e a Arquitetura.

Tanto é que engenheiros civis sequer estudam pirâmides hoje. Portanto, sem querer negar os dotes de arquitetos e engenheiros, gostaria de propor a tese que Hemiunu foi, sem dúvida, o primeiro grande administrador da história, cuja obra pode ser contemplada nos dias atuais.

Era exatamente esse o propósito da pirâmide: durar ao longo do tempo, como vem durando até hoje. Acho que nós administradores temos uma dívida com Hemiunu, por termos o esquecido por 4.000 anos. Dívida que da minha parte está paga. Visitem-me de tempos em tempos no blog.kanitz.com.br/ para matar as saudades.

Abraços!



segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O que você vai ler abaixo é uma história real

Entenda como um empresário, com um negócio próspero, conseguiu transformar um faturamento anual de R$ 2 milhões em uma dívida de R$ 750 mil




Recentemente conversei por quase duas horas com um empresário que tive a oportunidade de ajudá-lo a dar os seus primeiros passos em sua ascensão, desde quando começou o seu próprio negócio em SP no final da década de 90. Vou contar parte de sua história e usar o pseudônimo "João" para guardar a sua privacidade, mas com a sua autorização, vou compartilhar abertamente o seu problema, porque seguramente essa patologia é vivida por muitas pessoas, em diversos níveis sociais e em todo mundo.

Nos últimos 15 anos, João, que começou o seu negócio do zero e com muita luta, conquistou o sucesso, cresceu financeiramente e viu o seu projeto florescer, conquistando muito prestígio no meio social em que vivia. Neste mesmo período, enquanto o seu negócio prosperava, até hoje, João também gastou mais de 12 milhões de reais e, atualmente, pelo seu estilo de vida, o seu patrimônio foi reduzido a zero. Desculpe-me, mas para ser mais preciso, o seu patrimônio na realidade atualmente é uma dívida de aproximadamente 750 mil reais.

As duas empresas do João, que têm um excelente produto e um faturamento de mais de 2 milhões por ano, têm fechado o resultado de um fluxo de caixa mensal negativo que já ultrapassou o valor de 50 mil reais. Isso porque além dos custos operacionais regulares, as empresas estão com gastos excessivos, o que inclui um gasto mensal adicional de 30 mil reais, relativo aos empréstimos bancários e parcelamentos de impostos atrasados, dívidas contraídas também para bancar o seu estilo de vida.

João tem 43 anos, casado há quase 20, tem dois filhos adolescentes e é uma pessoa honesta e trabalhadora. Então, como ele conseguiu se meter nessa situação depois de ter ganhado tanto dinheiro e construído um negócio tão promissor?

O declínio

Eu conheço muito bem essa família e o seu negócio. Posso lhe assegurar que não estamos falando de um problema mercadológico que a sua empresa pudesse estar atravessando, mas única e exclusivamente de um problema relacionado ao seu estilo de vida.

João não é dependente químico, não sustenta amantes ou famílias em paralelo, não é viciado em jogo e nem perdeu o seu dinheiro na Bolsa de Valores. E como conheço de perto e acompanho, buscando ajudar essa família há muito tempo, há muitos anos João é viciado numa droga que afeta a todas as camadas da sociedade. Ricos e pobres de todas as raças e credos a cada dia têm sofrido muito pelos efeitos destrutivos deste psicotrópico devastador chamado consumismo.

Não estou me referindo a um consumo consciente ou ao desejo legítimo por experimentar novos produtos, considerando inclusive que este é um dos motores da economia, mas sim a um exagero doentio, o que estou classificando como consumismo. Apesar de não ser psicólogo, pela minha experiência em mais de 20 anos formando executivos e empreendedores, pude observar em inúmeros casos que o consumismo é uma séria patologia comportamental que faz com que o indivíduo, sem que ele tenha a consciência clara desta condição, consuma de forma desenfreada produtos ou serviços sem a real necessidade dos mesmos.

Observei que muitas podem ser as razões para este comportamento, como por exemplo, preencher um vazio decorrente de quadros depressivos, por necessidade de aceitação social, o que neste caso, grifes e marcas passam a ter uma enorme importância, falta de autoestima, dentre outras razões que podem dar origem a um comportamento extremamente consumista. Este estilo de vida é rapidamente assimilado por toda família que passa associar a sua felicidade ou autoestima ao consumo de produtos, seja um novo modelo de celular, um novo carro, roupas de moda, viagens que os amigos fazem, bolsas, sapatos, novos modelos de computador, compras excessivas no supermercado, em restaurantes, além de parentes que, atraídos por este estilo de vida acabam participando dessas orgias do consumo bancado pelo filho ou filha que de repente ficou rico(a). Tudo isso fomentado por excessivo tempo assistindo TV ou internet, onde todos são alimentados e bombardeados pelos estímulos da propaganda.

Este problema não é privilégio dos ricos. Como disse, é um estilo de vida que se manifesta em todas as camadas da sociedade. Nas classes mais baixas, os cheques pré-datados, promoções relâmpagos, representam "oportunidades" imperdíveis que fazem com que o indivíduo mergulhe na escravidão do cartão de crédito, cheque especial e dos empréstimos extorsivos de instituições financeiras e até de agiotas. Como conseqüência, passará toda a vida pagando contas sem evoluir. Sempre terá pose de bacana com a sua TV LCD, TV a cabo com per per view, e o seu carro financiado em 80 prestações, mas terá a sua caixa de correio sempre lotada de cartas de cobrança.

Como posso evitar?

Eu poderia me alongar muito neste tema, mas vou resumir. O segredo básico para construir uma vida próspera é simples: gastar menos do que ganha. Um sintoma muito comum do início da dependência da droga do consumismo pode ser observado em frases do tipo: "Mas é impossível viver gastando menos do que eu gasto. Eu ganho muito pouco". Outra muito comum, dita por aqueles que já estão num estágio mais avançado é: "Pra que vou guardar dinheiro? Eu não sei nem se vou ta vivo amanhã…" ou para justificar o seu estilo de vida, tentam desqualificar o conselho de gastar menos do que ganha, argumentando de forma apelativa assim: " Diz isso pra quem ganha um salário mínimo"... Os sintomas psíquicos do consumismo são muito sutis e são sempre acompanhados desses argumentos auto-convincentes, muito parecidos com a forma que também se observa no comportamento de indivíduos com alguma dependência química.

Pra você prosperar, poder ajudar outras pessoas e acumular capital para poder investir numa real oportunidade de negócios, é necessário estar livre do consumismo, livre desta escravidão psíquica, com a sua família saudável e pronta para construir um futuro promissor. Isso porque o consumismo visa sempre o imediato em detrimento do futuro, mas para construir um projeto promissor, o foco deve estar no futuro, investindo o seu presente para construí-lo. Consumismo e prosperidade são inimigos, percebeu?

Para finalizar, e o que vai acontecer com o João? Bem, infelizmente ele e toda sua família vão arcar com as conseqüências do estilo de vida em que viveram até hoje. Eu estou o ajudando a fazer um plano de longo prazo para sair dessa, além de recomendá-lo um tratamento psicológico com toda família. Se ele tiver disciplina e humildade, com muito trabalho, tenho a certeza que vai virar o jogo. Do contrário, o buraco só vai aumentar, transformando-se num poço sem fundo. As conseqüências neste caso seriam incalculáveis.

Para os que esperavam um final feliz, desculpe-me desapontá-lo. Fica aqui o exemplo do quão grave e o quanto o consumismo pode fazer uma família sofrer.

Se você se identificou com alguma parte desta história, não pague pra ver e peça ajuda imediatamente para um amigo, pessoas de confiança ou até ajuda profissional. Do contrário, tenha a certeza de que você poderá pagar muito caro.



Como fazer um TCC nota 10

Para muita gente, o grande vilão do ensino superior é o Trabalho de Conclusão de Curso. No entanto, com método e dedicação, você vai perceber que esse caminho não é tão difícil de se percorrer




Quem já foi aprovado no vestibular, muito provavelmente ouviu da família ou de uma ex-professora, ainda na comemoração da conquista, algo mais ou menos assim: "Parabéns! Mas, olha, entrar na faculdade é fácil. Difícil mesmo é sair!".

Durante os três primeiros dos quatro anos que passou no curso de Publicidade e Propaganda, a pernambucana Virgínia Ramos nunca conseguiu entender muito bem o que haveria de ser tão complicado na graduação, como lhe advertiram ainda no Ensino Médio. Afinal, foi morar fora de casa, tornou-se mais independente, conheceu gente nova e – principalmente – não teve mais que fazer exames de Física, Química e Biologia!

Uma hora, entretanto, a situação se complicou. "No sexto período, comecei a cursar a disciplina do projeto. De lá até a apresentação do trabalho final foi só estresse. No fim, o curso foi ficando cansativo e ninguém aguentava mais. Todo mundo só queria saber de sair da faculdade logo", conta a publicitária.

O tal projeto a que Virgínia se refere é uma espécie de estudo preliminar que, na maioria das instituições de ensino, os estudantes precisam produzir antes de realizar o temido Trabalho de Conclusão de Curso, mais conhecido como TCC. Essa fase, ao contrário do que a maioria pensa, pode ser menos martirizante. Fácil, evidentemente, não será. Mas, com a ajuda de algumas regras básicas, diversos obstáculos podem ser evitados, deixando o caminho a ser percorrido mais tranquilo.

Primeiros passos

Se o trabalho começa bem, é provável que também termine bem. Por isso, antes de começar a produzir o TCC, duas tarefas são fundamentais: definir um tema e preparar um bom projeto, que sirva – de fato – como um guia. Nele deverão estar especificadas questões importantes, como o assunto, os objetivos e o cronograma de atividades.

Para preparar o projeto, no entanto, é preciso definir o tipo de trabalho que será realizado. Dependendo do curso e da instituição de ensino, o TCC pode ser uma produção científica, uma atividade prática ou um estudo de caso. O professor Gildásio Mendes Filho, co-autor do livro "Como fazer monografia na prática", lembra que "há uma confusão muito grande nas instituições, porque cada curso tem a sua regra para a realização de TCC". Por esse motivo, é importante que o aluno se certifique dos padrões exigidos por sua faculdade, sob o risco de ter, no futuro, que voltar ao estágio inicial por inadequação às regras.

Escolhido o tipo de trabalho, a próxima tarefa é definir o tema. Esse passo é simples, porém, delicado. Decidir o que abordar leva pouco tempo, mas uma má decisão pode atrapalhar bastante o andamento da produção. "Se a escolha do tema é bem-feita, o trabalho acontece de maneira suave, sem obstáculos, e o seu desenvolvimento passa a ser bem mais agradável", afirma a professora Raquel Polito no livro "Superdicas para um Trabalho de Conclusão de Curso nota 10".

A autora lembra ainda que ter interesse real no assunto a ser abordado facilita a realização da tarefa. "Muitas vezes, ficamos horas pensando em um tema genial e nos esquecemos de que não existe a menor relação entre ele e a área de estudo em que estamos inseridos", afirma Raquel.

A formulação de um problema do qual se possa partir é outro pré-requisito muito importante. De acordo com o professor Antonio Carlos Gil, autor do livro "Como elaborar projetos de pesquisa", fazer-se perguntas é fundamental. "De modo geral, inicia-se o processo da pesquisa pela escolha de um tema, o que, por si só, não constitui um problema. Ao formular perguntas sobre o tema, provoca-se sua problematização", afirma.

O último passo dessa fase prévia é a escolha do orientador. Aqui, o conselho de Gildásio é optar pelo professor da disciplina em que o assunto definido se encaixa. "Se, por exemplo, um aluno vai fazer um trabalho em Microeconomia e escolhe um professor que é especialista em Macro, ele vai ter dificuldades porque o professor pode não ter segurança para orientar", explica.

Afinidade pessoal também é um ponto a ser levado em conta na hora de escolher o orientador. Mas Gildásio lembra que isso não deve ser mais importante do que a competência. "Quando eu estava fazendo minha dissertação de mestrado, lembro que fui apresentar meu projeto ao professor e ele simplesmente o rasgou bem no meio e me disse: 'leva a metade e faz o teu projeto'. Na hora, eu me senti agredido. Mas depois refleti e vi que, antes, eu havia mesmo sido muito prolixo", conta o professor.

Mão na massa

Com tema, projeto e orientador definidos, a hora é de arregaçar as mangas e começar a trabalhar. Nessa fase, organizar o tempo é fundamental, principalmente nos casos em que é necessário dividir o dia entre os estudos e uma atividade profissional.

"Um bom início para o desenvolvimento do seu trabalho é imaginar como ele será realizado até o final. Antes de começar a escrever os textos, vislumbre como será o sumário. Considere todos os pontos que você deseja abordar. Por mais que esse sumário seja alterado, ele será o seu fio-condutor e você terá um raciocínio lógico a seguir", explica Raquel Polito.

Durante a produção do texto, também é importante prestar atenção em quesitos técnicos como ortografia, coesão entre as distintas partes e adequação às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Essas regras determinam como o trabalho deve ser organizado por meio de indicações para o uso de citações e a apresentação das referências bibliográficas, por exemplo.

Trabalhar com uma metodologia bem definida é outro facilitador na produção do TCC, principalmente quando é necessário fazer um estudo mais aprofundado. Como explica o professor Antonio Gil, "a pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos científicos".

Apresentação

Texto pronto. Acabou? Ainda não. Vem aí o grand finale, que é a apresentação. Não vamos dizer aqui para não ficar nervoso ou nervosa. Afinal de contas, esse é um momento importantíssimo na vida de qualquer pessoa. A banca entenderá a ansiedade e qualquer professor com o mínimo de bom senso sabe da tensão que envolve uma defesa. O nervosismo exacerbado, entretanto, pode dificultar sua exposição e passar aos avaliadores uma impressão errada sobre o seu trabalho.

Montar um roteiro em uma apresentação de Power Point ou mesmo em um papel já ajuda. É importante, porém, estar ciente de que aquilo é apenas um guia. Simplesmente ler o que está escrito vai aparentar falta de domínio sobre o trabalho e insegurança. Outra dica é treinar. "Até hoje, eu planejo minhas palestras, calculo o tempo e falo para mim mesmo. E aí eu vejo como posso ampliar ou reduzir", conta o professor Gildásio.

Depois da apresentação, é comum que a banca faça perguntas. Respondê-las de forma satisfatória vai influenciar bastante na sua nota. Diante de críticas, escute e saiba reconhecer suas falhas. Caso discorde, posicione-se com argumentos sólidos e não recorra a subterfúgios emocionais, pois, não tenha dúvida: naquele momento, o que interessa é apenas o que você fez.

E, se você fez tudo direitinho, é só comemorar!

COMO DEFINIR UM TEMA

Passo 1 – Definir a grande área com a qual você tem afinidade: por exemplo, Marketing.

Passo 2 – Escolher uma vertente da grande área com a qual você mais se identifica, levando em conta a relevância e a viabilidade de realização do trabalho: Marketing de Guerrilha.

Passo 3 – Delimitar um contexto específico para trabalhar o tema: mercado digital.

Passo 4 – Definir uma abordagem: O uso do Marketing de Guerrilha na construção de novas marcas no mercado digital.



Espaço do Administrador - Administração Cientifica parte II




Com a aparente desorganização que havia os operários da época procuravam desenvolver seus métodos próprios, então os operários começaram a realizar as atividades da maneira que consideravam mais apropriadas e aperfeiçoaram suas próprias ferramentas conforme a necessidade.
Desenvolveu se então uma analise cientifica do trabalho, que era realizada pelos  operários e também um estudo de tempos e movimentos que permitiria racionalizar a realização do trabalho, surgindo então a ORT (Organização Racional do Trabalho). A ORT foi a tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares pelo método científicos 

A ORT é composta por:

•             Analise do trabalho e estudos de “tempos e movimentos”;  excluir os movimentos considerados  inúteis, e com isso fazer com que os operários realizassem as atividades de forma simplificada e rápida.
•             Estudo da fadiga humana; a fadiga faz com que a produção diminua ocasionando acidente, doenças, baixa de qualidade etc.
•             Divisão do trabalho e especialização; reduzir o trabalho a uma única tarefa ou a tarefas simples.
•             Desenho de cargos e tarefas; desenhar cargos é especificar o conteúdo de tarefas de uma função, como executa La e as relações com os demais cargos existentes.
•             Incentivos salariais e prêmios por produção; com intuito de obter maior colaboração dos operários, foram estabelecidos incentivos salariais e prêmios de produção. Assim, buscava se direcionar o foco para a produção, ou seja quanto mais se produz se ganha.
•             Homo economicus (Homem Econômico); o operário movido por recompensas financeiras.
•             Condições ambientais de trabalho; as condições (boas) de trabalho também diminuem a fadiga e garantem o bem estar físico do trabalhador.
•             Padronização de métodos, maquinas e equipamentos; é proposta  a padronização dos elementos no processo de trabalho, entre eles; as maquinas, os instrumentos, as ferramentas, os componentes e as matérias prima.
•             Supervisão funcional (administração funcional); a especialização do operário deve ser acompanhada da especialização do supervisor (os operários são supervisionados por supervisores especializados e não por uma autoridade centralizada).

Fonte: CHIAVENATO, 2003

Carina Silva,  Momento do Administrador, 30 de dezembro 2013.





Dica do dia



Trabalhando os 4 Ps do Marketing

Também conhecido com o Mix de Marketing, os 4 P do marketing, que formam um conjunto de ferramentas para se alcançar estratégias relacionadas ao mercado




Também conhecido com o Mix de Marketing, os 4 P do marketing, que formam um conjunto de ferramentas para se alcançar estratégias relacionadas ao mercado.

Ligados diretamente a área de marketing estão, o preço, praça, produto e promoção, tendo este uma porcentagem proporcional de atenção.

1- Preço

É o volume de dinheiro cobrado por um produto ou serviço. Preço é a quantidade de O consumidor ao comprar um produto paga o preço e recebe os benefícios dele, apenas uma parte do custo total que os clientes pagam numa troca, que inclui vários outros fatores para tomada de valor.

O único componente do mix de marketing que gera receita e é um dos principais elementos na determinação da participação de mercado de uma empresa e de sua rentabilidade.

Ao se elaborar a estratégia de preço de um produto, deve observar os seguintes pontos: ele deve ser suficientemente alto, para proporcionar lucro a quem o está produzindo ou comercializando, porém não pode ser tão alto que desestimule a compra. Afinal, sempre se procura comprar produtos mais baratos. Ele também deve ser suficientemente baixo, a fim de que seja atrativo aos clientes. Contudo, não pode ser demasiadamente baixo, pois pode depreciar o produto aos olhos dos clientes, que podem pensar que há algo de errado nele, além de não ser interessante produzi-lo e comercializá-lo, pois não gerará lucro significativo.

2- Praça

Após um produto ser produzido, com o seu preço estabelecido, ele precisa ser distribuí­do no mercado até os pontos de vendas.

A praça ou distribuição de um produto no mercado tem um importantí­ssimo papel no Mix de marketing. Pois é a partir da distribuição que o consumidor terá acesso a oferta do produto. Um exemplo para ilustrar nosso pensamento: quando o consumidor interessa-se pelo produto, mas vai até o ponto de venda (normalmente varejista) e não o encontra, ficando irritado. Os produtos depois de produzidos precisam portanto chegar ao consumidor final, e para isso passam por diversos elos da cadeia de distribuição, sendo importante destacar os intermediários (revendedores), transportadores e armazenadores que fazem a ligação entre a empresa produtora e o consumidor final.

3- Produto

Produto é algo que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer uma necessidade ou desejo, as empresas devem estar além da estratégia de produto, tomar a decisão de comercializar seus produtos com uma marca própria, utilizando sinais, símbolos, nomes, que identifiquem e diferencie seus bens e serviços dos concorrentes. Neste caso estariam utilizando-se da estratégia de marca.

As organizações utilizam-se do "P" produto oferecendo uma série de produtos visando atender a praticamente todas as necessidades do mercado. Em geral as empresas possuem diversas linhas de produtos, de acordo com a participação de mercado. Existem os considerados "carros-chefe", outros para atender simplesmente alguns clientes, outros considerados intermediários e os temporários ou sazonais.

4- Promoção

Os profissionais de marketing usam estas variáveis para estabelecer um plano de marketing. Para o plano de marketing ser bem sucedido, a estratégia traçada para os quatro pês, deve refletir a melhor proposta de valor para os consumidores de um mercado-alvo bem definido. A administração de marketing é a aplicação prática deste processo.

As estratégias são necessárias para se combinar métodos individuais, como publicidade, venda pessoal e promoção de vendas em uma campanha coordenada. Além disso, as estratégias promocionais devem ser ajustadas quando um produto se move dos estágios iniciais de vida para os finais. As decisões estratégicas também devem ser tomadas com relação a cada método individual de promoção.

Os quatro fatores do marketing mix (também chamado de mix de marketing) estão inter-relacionados; decisões em uma área afetam ações em outra. Para ilustrar, o projeto de um mix de marketing certamente é afetado pelo fato de a empresa escolher competir com base no preço ou em um ou mais fatores. Quando uma empresa depende do preço como ferramenta competitiva primária, os outros fatores devem ser desenhados para dar suporte a uma estratégia de preço agressiva. Em uma concorrência fora da área de preço, entretanto, as estratégias de produto, distribuição e/ou promoção vêm na frente.




domingo, 29 de dezembro de 2013

Quando o líder carismático atrapalha

Você que atualmente ocupa um cargo de liderança ou de subordinação certamente já teve ou tem um líder que influenciou sua carreira. Alguém que inspirou sua trajetória profissional e fez você acreditar que líderes carismáticos é que melhor representam o ideal da liderança. Estou certo?




Você que atualmente ocupa um cargo de liderança ou de subordinação certamente já teve ou tem um líder que influenciou sua carreira.  Alguém que inspirou sua trajetória profissional e fez você acreditar que líderes carismáticos é que melhor representam o ideal da liderança. Estou certo? Caso concorde comigo continue lendo este artigo que irei desmistificar alguns conceitos pré-concebidos sobre o tema. Caso não concorde com minhas primeiras colocações convido também a continuar a leitura para ver se tenho ou não razão. De qualquer forma quero sua atenção e reflexão sobre o tema, qualquer que seja sua experiência ou opinião a respeito.

Para entendermos o momento atual e contextualizar sobre a necessidade de novas lideranças – carismáticas ou não – transcrevo um trecho do excelente livro “O Espírito do Líder”, de Ken O’Donnell:

“No atual contexto corporativo, estamos ocupados rejeitando tanto as idéias quanto a linguagem de hierarquias inflexíveis, relíquias de um passado mecanicista e taylorista que funcionaram em tempos mais estáveis e passivos. Procuramos outros modelos de administração que permitam àqueles que possuam características e habilidades naturais de liderança desenvolver-se espontaneamente. Ainda vivemos, entretanto, em um período de transição entre o velho e o novo paradigma, algo mais flexível e compatível com o caos da economia, da política e da sociedade do século 21.”

Vivemos um momento incrível, de grandes transformações, inclusive no papel das lideranças. Porém, vamos conceituar liderança e carisma para que possamos trabalhar em um pensamento convergente. De forma simplificada podemos definir liderança como o processo de exercer influência sobre um indivíduo ou um grupo nos esforços para a realização de um objetivo em determinada situação. Veja que esta definição engloba quatro pilares fundamentais onde a liderança se sustenta: poder (influência), pessoas, metas e circunstância. A liderança está diretamente relacionada a capacidade de exercer o poder sobre uma ou várias pessoas, e a influência é a forma mais legítima de expressão de poder, já que ela carrega a idéia do carisma. Quem tem carisma influencia os outros. Porém, vamos continuar analisando os outros dois pilares: metas e circunstâncias (ah, só para reforçar: não há liderança sem pessoas).

Toda liderança pressupõe objetivos, ou seja, onde se quer chegar ou o que se pretende alcançar. O verdadeiro líder é aquele que conduz as pessoas para um determinado fim. Por isso, o propósito é tão importante. Mesmo que este propósito seja, a grosso modo, visto como maligno, ainda assim é um propósito e seu líder conseguirá atrair diversas pessoas que compactuam deste. Um dos casos mais emblemáticos e sistematicamente lembrado é de Adolf Hitler, que conseguiu unir uma Alemanha falida em torno de uma idéia totalitária, mas muito bem vendida por sua eloqüência e firmeza na condução destas ideais e, conseqüentemente, comprada por milhares de cidadãos enebriados pelo lema de uma supremacia ariana.

Assim chegamos ao último pilar que sustenta a liderança que é sua característica situacional. A liderança deve ser encarada como uma competência a ser aprimorada e utilizada em cada circunstância de forma diferente. O verdadeiro líder tem que ser como um camaleão que se adapta a cada situação, seja da equipe, do meio ou do mercado, entretanto, sem perder sua essência e seus valores fundamentais. Liderança é um exercício de flexibilidade, onde aquele que ocupa a posição de líder tem que estar preparado a todo momento para deixar outro ocupar seu lugar quando ele não tiver competência (momentânea ou definitiva) para gerir aquela situação. Parece simples e é, mas há muitas pessoas que na prática não conseguem agir assim, pois estão presas ao cargo, ao título, aos dogmas. O exercício para se libertar desta “prisão” é compreender que ninguém é líder o tempo todo. Que quando se compartilha a liderança a equipe se sente fortalecida. Ao mesmo tempo há que se ter cuidado, pois só se pode compartilhar algo quando os demais estão preparados para isso, mas isso já é assunto para outro artigo.

Enfim, vamos ao carisma. É bem verdade que já fui tratando do tema de forma subliminar. Em vários parágrafos anteriores fiz algumas citações que levam a pensar sobre carisma, porém sem expor diretamente o assunto. Então vamos a ele agora: podemos definir carisma como uma característica de comportamento relacionada a capacidade de encantar (fascinar) outras pessoas de forma espontânea. Carisma está relacionado a forma de pensar e agir e que faz com que os outros sintam simpatia e admiração pela pessoa carismática.

Diante do exposto, sobre liderança e carisma, é que lanço a questão: e quando o líder carismático atrapalha? É possível que você esteja pensando que isso é incoerente, afinal o líder carismático é aquele que tem a equipe em suas mãos. Pode até ser verdade, mas é aí que mora o perigo. O carisma do líder pode ofuscar outras pessoas brilhantes que compõem a equipe e isso gerar disputas internas, muitas vezes silenciosas e minar a moral do grupo. Um líder carismático é capaz de provocar inveja e/ou ciúmes na própria equipe e/ou em outras áreas de uma empresa, por exemplo. O líder carismático pode sentir-se envolvido em sua “magnitude” e deixar-se levar em devaneios rumo ao “estrelato”.

Ok, ok... são apenas suposições. Pode até ser tudo fruto de minha mente maquiavélica. Porém, é importante pensar a respeito, não é? Afinal, somos humanos, imperfeitos, dotados de vaidades e fraquezas que se não forem devidamente criticadas por nós mesmos, corremos o risco de agir conforme este cenário que apresentei. Ou será que é realmente tudo fruto de minha mente maquiavélica?

Para finalizar, deixo mais uma reflexão sobre o assunto: quando o líder começar a ser reconhecido pela equipe como alguém carismático, é o momento de reforçar seus escudos contra a arrogância e o sentimento de auto-suficiência. É a hora de vestir a manta da humildade e da generosidade e lembrar que só alcançou este mérito por causa dos demais. Pense nisso!



Ética: O que você faz quando ninguém está olhando?

Muito bem treinados para o exercício da moral, mas e quanto à ética?




Entendidos de que ética tem ampla relação com os princípios ideais da conduta humana, e moral à prática dos bons costumes em sociedade, ao entrarmos de cabeça no assunto fica difícil entender porque esses dois conceitos não caminham juntos na prática, já que (na teoria) ambos poderiam, basicamente, ser aplicados como consequência um do outro.

Pensando-os separadamente, no caso da moral, é mais comum a encontrarmos em nosso dia a dia, visto que exercer uma conduta moral é premissa básica para se ter a mínima aceitação em sociedade, como jogar lixo no cesto de lixo, por exemplo. Já a ética é algo mais profundo, ligado ao caráter construído ao longo da vida, mas que não necessariamente lhe torna suscetível a algum tipo de punição ou exclusão por uma atitude considerada não ética pela maioria, como fazer a coleta seletiva do seu lixo.

Levando esses conceitos para o universo corporativo e fazendo uma análise muito particular, acredito que a facilidade no acesso ao julgamento da maioria pelo certo e pelo errado através dos meios de comunicação, somados à nítida escassez de educação familiar, tornou as pessoas muito mais preparadas para o exercício da moral com suas gentilezas, mas facilmente corrompidas quando colocadas à prova de seu caráter.

Exemplos disso estão nos desabafos surpreendentemente sinceros de quem costuma ter sempre um discurso pronto, nas decisões individuais de impacto coletivo ou nos trabalhos coletivos de avaliação individual, na pressão para se manter sempre bem relacionado e no constante jogo de interesses que precisamos saber lidar diariamente.

Mas como ficaria então o papel de um líder ao assumir a posição de propulsor de um ambiente de trabalho mais ético em meio a um universo altamente competitivo, para estimular o exercício de alguns valores entre sua equipe, de modo que isso se torne, no futuro, parte do caráter de cada um deles?

A reflexão fica ainda mais desafiadora ao perceber a amplitude das variáveis envolvidas no contexto da ética, pois o que pode ser ético para mim, pode não ser para você, e cá entre nós, na prática, nunca haverá argumentos suficientes para fazer o outro acreditar que uma atitude foi eticamente correta ou incorreta se ambos não forem anteriormente semelhantes em seus valores.

Devaneios à parte, deixo a reflexão a outras cabeças pensantes na esperança de que um dia esse assunto esteja mais presente, não só nas grandes convenções, mas nas conversas de corredor, nas rodas de bar ou quando ninguém estiver olhando.



Espaço do Administrador - Administração Cientifica




A Administração começa mesmo a ser estudada com a administração cientifica, a qual foi desenvolvida nos Estados Unidos por  Frederick Winslow Taylor. Divulgou em um estudo chamado Shop Management, a qual partia de quatro princípios;

*O objetivo da boa administração era pagar salários altos e ter baixos custos de produção;
* Com esse objetivo, a administração deveria aplicar métodos de pesquisa para determinar a melhor maneira de executar tarefas;
* Os empregadores deveriam ser cientificamente selecionados e treinados, de maneira que as pessoas e as tarefas fossem compatíveis;
* Deveria haver uma atmosfera de intima e cordial cooperação entre a administração e os trabalhadores, para garantir um ambiente psicológico  favorável a aplicação desses princípios.

No inicio do século XX, com  o crescimento acelerado das empresas, a ineficiência era fator predominante. As empresas nessa época estavam padecendo em decorrência de não haver padronização nos métodos e nas técnicas de trabalhos, também havia a questão da falta de conhecimento das rotinas de trabalho por parte da gerencia .

Na visão de Taylor as empresas de sua  época padeciam de três males;

•             Vadiagem sistêmica dos operários, que reduziam a produção acerca da que seria normal, para evitar a redução das tarifas de salários pela gerencia.
•             Desconhecimento, pela gerencia, das rotinas de trabalho e do tempo necessário para a realização.
•             Falta de uniformidade das técnicas e dos métodos de trabalho .
Os princípios e as técnicas criados por esse desenvolvimento procuravam aumentar a eficiência da produção por meio da racionalização do trabalho, para evitar o desperdício “ a prosperidade dos patrões e dos empregados” 

Fonte:  ( MAXIMIANO, 2004, p.54) , ( MAXIMIANO, 2004, p.55) e  (CHIAVENATO, 2003, p. 55)

Carina Silva,  Momento do Administrador, 29 de dezembro 2013.





Dica do dia



Produtividade: por onde começar?

A produtividade interfere diretamente na rentabilidade, ou seja, no quanto a empresa lucra para cada real investido no seu negócio




Nestes tempos intranquilos em que vivemos de economia internacional apertada, do baixo crescimento do PIB brasileiro, da acirrada concorrência dos importados e pela própria agilidade em que mudanças ocorrem na sociedade proporcionada pelo alto padrão da tecnologia, a atenção para a produtividade tem que ser redobrada.

Vamos entender! A produtividade interfere diretamente na rentabilidade, ou seja, no quanto a empresa lucra para cada real investido no seu negócio. Por isso, ter produtividade é de interesse estratégico e é uma avaliação que deve ser permanente. Em síntese, quanto maior a produção pelo menor custo, maior é o seu ganho. Ter produtividade é ter capacidade de competir e isso é condição de permanência no mercado.

Não é só na indústria que se mede o índice de produtividade. No varejo, por exemplo, esse índice é a venda por metro quadrado da área a ser vendida. Quanto maior a venda do metro quadrado, maior o ganho de produtividade pelo maior volume de negócios no mesmo espaço, tornando assim os custos da loja relativamente menor. Em empresas de prestação de serviços, outro exemplo, a melhor medição é o volume de negócios dividido pelo número de colaboradores ou faturamento por pessoa.

Por onde então começar o trabalho de melhorar a produtividade? Quando se tem aumento de escala decorrente do crescimento das vendas, geralmente o que primeiro acontece é a redução dos custos pela imediata e total ocupação da capacidade ociosa. O bicho pega quando se tem que fazer investimentos de ampliação e processos para atender uma produção ainda maior.

Neste caso, com a produção acima da capacidade, um detalhado diagnóstico é necessário ser feito porque vários fatores entram em consideração, em especial a visão de longo prazo. É recomendável que se faça um planejamento financeiro e estratégico para dar o devido respaldo. Mas, há um ponto a ser observado que antecede a tudo isso. Trata-se da cadeia de valores. É por onde damos os primeiros passos para as melhorias da produtividade ideal.

Quando se observa uma empresa operar, identificamos o que cada colaborador faz, para quem e por que. Quando mapeamos isso, entendemos claramente a origem dos custos. É nesse momento que colocamos a lente de aumento para ampliar bem os detalhes.

O próximo passo é classificarmos essas pessoas em apenas duas categorias: as que pertencem às atividades primárias e as que pertencem às atividades de suporte. As atividades primárias são aquelas que criam valores. Aquelas atividades ligadas à produção, inovação, venda, marketing, logística e pós-venda. Criam valores porque geram faturamento, receita, giro e lucro.

As atividades de suporte, por outro lado, não criam valores, mas são aquelas que proporcionam condições para que as atividades primárias possam acontecer. São as ligadas à infraestrutura, administração, recursos humanos, pesquisa e desenvolvimento e compras.

As atividades que não agregam valor são importantes para as que criam. Uma joga na defesa e a outra no ataque. O que temos que observar nessa maneira de qualificar os setores e as pessoas envolvidas, é como deveremos tratá-los. Treinar, contratar, demitir, remanejar e aperfeiçoar as competências, considerando a sua posição no conjunto da empresa.

Quando chegamos nesse ponto é que começamos a pensar e agir na produtividade, diretamente no rendimento da operação e das pessoas. Só depois é que poderemos desenvolver processos, definir investimentos em instalações, sistemas e equipamentos e que por vezes nem precisam ser feitos.

A melhoria dos índices de produtividade tem o seu começo no entendimento e aplicação dos conceitos da cadeia de valores que correspondem ao permanente cuidado na alocação dos recursos. A própria arrumação da casa pode trazer um resultado imediato.