domingo, 6 de julho de 2014

As mensagens que fizeram uma executiva do Tinder processar a empresa

Whitney Wolfe foi chamada de "vadia" e perdeu o título de cofundadora do Tinder por ser "uma garota de 24 anos". Depois de pedir demissão, decidiu processar seus agressores




A ex-vice-presidente de Marketing do Tinder, Whitney Wolfe, está processando empresa que ajudou a criar. O Tinder é um popular aplicativo de encontros por meio do qual o usuário pode selecionar as pessoas por quem se interessar, para bater um papo. Encarregada do marketing da empresa, Wolfe foi uma de suas cofundadoras. No processo aberto nesta segunda-feira (30) em Los Angeles, Califórnia, ela diz ter sido assediada por dois colegas: o Chefe de Marketing Justin Mateen (com quem ela teve, no passado, um relacionamento amoroso) e o Chefe de Operações (CEO) Sean Rad. Eles a teriam insultado e reduzido a importância de seu cargo por ela ser mulher.
No processo, Wolfe incluiu as mensagens de texto trocadas com os dois executivos.

O documento está disponível online.  Além das mensagens, Wolfe diz que Mateen tirou dela o título de cofundadora da empresa. Segundo ele,  a empresa pareceria “uma piada” se soubessem que fora fundada por uma “garota de 24 anos”.  No processo, Wolfe conta que foi ela a criadora do nome Tinder, que batizou o aplicativo. Na época, em meados de 2012, temia-se que o nome original, Matchbox, fosse muito semelhante a Match.com, um serviço online de encontros que faz parte do mesmo grupo que o Tinder. Seu crédito como cocriadora foi removido em novembro de 2013.

Wolfe também diz que Mateen chamou-a de “vadia” na frente de Rad. Quando se queixou desse comportamento, Wolfe foi ignorada: “Tinha esperanças de que isso pudesse ser resolvido na esfera privada. Mas, depois de meses sem resultado, decidi abrir um processo”, disse ao jornal USA Today.

As mensagens foram enviadas a Wolfe no curso de 18 meses, desde o final de 2012. No final daquele ano, ela e Mateen – seu chefe - começaram a ter encontros. Quando o relacionamento terminou, Mateen tornou-se hostil: chamou Wolfe de “uma perdedora desesperada” em uma reunião de negócios. Em uma das mensagens de texto,  Mateen se diz desapontado pelo término do namoro. “Você não tem coração. Você vai se arrepender quando minha afeição por você desaparecer por causa do seu comportamento”, diz ele. “Ok, Justin. Sinto muito que você esteja triste. Mas nós terminados e isso é impróprio”. “Foi muito fácil para você seguir adiante. Estou chocado, mas pelo menos tenho minha resposta”.

Em outra mensagem, depois da separação, Mateen se queixa por, durante uma viagem para Aspen, Wolfe ter conversado com um “muçulmano de meia-idade”. Ao queixar-se com Rad,o CEO, Wolfe ouviu que ela era “uma garota emotiva”. Por meses,antes de ela pedir demissão, o CEO ignorou suas queixas.

A empresa mãe do Tinder, a IAC, divulgou um comunicado em que informa ter suspendido Mateen : “Imediatamente depois de receber as alegações contidas no processo da Srta Wolfe, o Sr. Mateen foi suspenso, e aguarda a realização de investigação interna. Através do processo, ficou claro que o Sr. Mateen enviou mensagens para a Sra Wolfe com conteúdo impróprio. Nó, inequivocamente, condenamos esse comportamento, mas acreditamos que as demais alegações da Srta. Wolfe, a respeito do Tinder e de sua administração, são infundados”.

O caso de Wolfe junta-se a outros incidentes recentes em que empresas de tecnologia foram acusadas de sexismo e assédio contra suas executivas. No começo do ano, o mesmo aconteceu com o Github, uma importante StartUp californiana. Uma de suas principais executivas, Julie Horvath, deixou a empresa em março depois de, segundo ela, sofrer assédio moral.

Fonte: Época


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