De acordo com a pesquisa sobre Educação Financeira no
Brasil, pessoas indisciplinadas, com hábitos “como o de estudar na véspera de
provas, chegar atrasado em compromissos ou ser relapso no trabalho”, têm menos
controle financeiro
O grau de disciplina e comprometimento com atividades
simples do dia a dia pode dizer muito sobre a relação das pessoas com o próprio
dinheiro. De acordo com a pesquisa sobre Educação Financeira no Brasil, divulgada pelo Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC Brasil), pessoas indisciplinadas, com hábitos “como o
de estudar na véspera de provas, chegar atrasado em compromissos ou ser relapso
no trabalho”, têm menos controle financeiro.
A pesquisa estabeleceu três perfis distintos de
consumidores. Cerca de 24% dos entrevistados foram considerados organizados.
São as pessoas que estudam ou estudavam diariamente, planejam todas as tarefas
diárias, sempre chegam no horário estabelecido e seguem suas metas. No segundo
perfil (62%) estão as que tentam ser organizadas, ou seja, estudam ou estudavam
ocasionalmente, procuram se planejar, às vezes se atrasam e estabelecem metas,
mas perdem a motivação com o passar do tempo.
Por último, estão os desorganizados (14%), que estudam ou
estudavam somente na véspera da prova ou não estudam ou estudavam hora alguma,
se atrasam muitas vezes, às vezes estabelecem metas, mas raramente conseguem
atingi-las e, ainda, não costumam se planejar nunca.
De acordo com a pesquisa, o percentual de entrevistados
desorganizados que já entrou alguma vez no cheque especial é mais do que o
dobro em relação à parcela de consumidores organizados. Para o SPC, isso mostra
que, ao contrário do que diz o senso comum, as causas do descontrole financeiro
não estão relacionadas à classe social ou ao grau de escolaridade do
consumidor, mas ao comportamento de cada um.
O estudo indica ainda que foram detectadas diferenças
comportamentais nos três perfis quanto à gestão das despesas de casa. Cerca de
64% dos organizados dizem que pagam todas as contas ao final do mês e que ainda
conseguem poupar parte do salário. Entre os que tentam ser organizados, 45%
dizem que conseguem quitar as dívidas. Entre os desorganizados, o percentual
chega a 39%, segundo o SPC.
As situações de emergência, como perda de emprego ou
problema de saúde, são enfrentadas de melhor forma entre os que se mostraram
organizados. Metade dos entrevistados desse perfil teriam como recorrer à
poupança ou a outro tipo de aplicação para sair do sufoco. O percentual entre
os que tentam ser organizados e recorrem a esse tipo de reserva é de 41% e cai
para 36% entre os desorganizados.
A pesquisa foi realizada entre os dias 18 e 24 de dezembro
de 2013 e entrevistou 656 consumidores de todas as classes econômicas, das 27
capitais brasileiras. Foram consideradas apenas as pessoas com mais de 18 anos
e que têm renda própria (excluindo analfabetos). A margem de erro do estudo é
3,8 pontos percentuais para um intervalo de confiança de 95%.
Fonte: Administradores
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