Vivemos uma cultura na qual as pessoas desejam ser líderes e
imaginam que o bom gerente é aquele que fala bem. Vá com calma!
Alguns profissionais exageram na vontade de dizer sua
opinião a respeito de qualquer assunto. Desse modo, um fato mal acabou de
acontecer e eles já se julgam capazes de fazer análises profundas a respeito e
emitir um veredicto do que está errado e apontar quem é o culpado. Destituídos
de embasamento em suas argumentações, apresentam soluções pífias ou
estapafúrdias, que, em geral, nada têm a ver com a realidade.
A causa disso é que vivemos uma cultura na qual as pessoas
desejam ser líderes e imaginam que o bom gerente é aquele que fala bem. Por
esse motivo é que somos liderados, não apenas nas empresas, por indivíduos que
falam bem, especialmente quando sob a luz de holofotes, e que não são,
necessariamente, bons líderes. Entretanto, como são modelos, fazem com que
profissionais ainda em formação também comecem a dialogar sobre todo tipo de
assunto, sem ter lido um único livro a respeito, conversado com alguma autoridade
relevante no tema, ou mesmo se interessado em refletir, um pouco que seja,
antes de falar e fazer grandes bobagens.
Vivemos em um mar de opiniões e, muitas vezes, quem as emite
fica exposto ao ridículo, pelos números e evidências – como o que aconteceu
recentemente com os “rolezinhos” nos shoppings, quando algumas autoridades
disseram que era um reflexo de um problema de discriminação racial e social.
Entretanto, os números de uma pesquisa da Datafolha desmentiram essa opinião.
Para que você não caia nessa armadilha, procure sempre
refletir antes de dizer algo. Essa reflexão deve responder a três perguntas
básicas.
Qual é o objetivo? Você deve pensar em transformar aquilo
que é o resultado desejado em algo visível e que possa ser compreendido por todos
os envolvidos. Pense se o que você fala é filmável. Você vai dar um grande
salto em sua comunicação, se evitar o uso de palavras subjetivas, como tentar,
certo, errado e verdade. Descreva exatamente o objetivo a ser alcançado.
Uma vez definido o objetivo, é o momento de conversar sobre
as alternativas para obtê-lo. Quais planos de ações viáveis existem para chegar
a ele? Uma alternativa viável deve ser estudada e esclarecida em termos de
custos, tempo, consequências, pessoas envolvidas, estruturas e sequência de
ações.
Se você não pensou em tudo isso, é melhor continuar a
refletir, ler, consultar especialistas, profissionais e empresas que já
resolveram esse problema. Aqui está o principal incentivo à opinião: ela não
precisa de base e, portanto, é produzida instantaneamente. Lembre-se, quando
vamos a um médico, usamos a expressão: “Queremos ouvir sua opinião, doutor.”
Entretanto, o que ele nos diz, na verdade é um diagnóstico, baseado em uma
avaliação embasada em seu conhecimento e experiência.
Agora que você tem as alternativas viáveis, precisa dizer
qual é a melhor. Para tanto, há os critérios de escolha. Isto é, evidências que
demonstrem o que é mais apropriado para o momento e que apontem para uma das
alternativas existentes. Portanto, a pergunta a responder é: qual é o critério?
Um dos maiores problemas que enfrentamos é que as pessoas
falam sem objetivo, não oferecem alternativas viáveis e não possuem critérios
ao apontar soluções. No mundo empresarial, isso causa grandes distrações dos
temas que são de fato relevantes. Por exemplo, o Brasil em 2014 será mais
afetado pelos “rolezinhos” ou por um dos maiores bancos do mundo limitar o
saque de seus correntistas desde a semana passada na Inglaterra (notícia sobre
a qual você, provavelmente, não leu em nenhum lugar na imprensa nacional)?
Seja um profissional respeitado, invista seu tempo no
aprofundamento de questões decisivas para sua carreira, departamento e
organização.
Sobre quais assuntos você anda conversando? Seu tempo é
precioso demais para você distrair-se com temas que não afetam seu futuro, da
empresa e do País.
Vamos em frente!
Fonte: Administradores
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