Estava em viagem de trabalho na cidade de Fortaleza e
enquanto jantava com alguns empresários ouvi de um deles a frase: “Perdi a
funcionária para o Facebook”
Estava em viagem de trabalho na cidade de Fortaleza e
enquanto jantava com alguns empresários ouvi de um deles a frase: “Perdi a
funcionária para o Facebook”. Fiquei pensando no significado daquilo. Será que
ele tinha uma ótima funcionária de TI que foi selecionada para ajudar o Mark
Zuckerberg com alguma nova funcionalidade da rede social? Mas infelizmente para
a moça, não se tratava disto.
A realidade é que você estava completamente certo quando leu
o título deste artigo e pensou “vai ver que moça não desgrudava do Facebook”. É
isto mesmo! E o mais triste é que a história se repetirá milhares de vezes.
Antigamente perdíamos o funcionário para o concorrente.
Depois de anos de investimento em treinamentos internos, que ocupavam o tempo
de profissionais mais experientes da empresa ensinando esta pessoa a trabalhar;
depois de anos oferecendo uma bolsa pra ela fazer faculdade; depois de pagar
viagem, hotel e inscrição de cursos fora da empresa; depois de tudo isto,
perdíamos o funcionário para o concorrente.
Ou ainda pior: ele mesmo se transformava num novo
concorrente. Cheio de potencial.
Aos empresários que vinham chorar as pitangas com uma
situação destas eu sempre dizia: pegue sua senha e entra na fila. Porque eu
conheço centenas de casos idênticos e o seu não foi o primeiro e nem será o
último.
É normal. A empresa tem que se transformar em escola, tem que
educar, treinar, mostrar como se faz e depois encarar até como um orgulho a
pessoa que se desenvolveu e foi em busca de novas oportunidades e desafios.
A cada funcionário que se vai eu recomendo que o empresário
repense o ambiente de trabalho, o plano de carreira, as verdadeiras razões que
levaram aquela pessoa a deixar a empresa e buscar outra posição de trabalho.
Mas para o problema do empresário de Fortaleza eu não achei
resposta. A funcionária ficava no Facebook o dia inteiro. Foi repreendida
verbalmente. Bloquearam o acesso nas máquinas da empresa e então ela passou a
usar o celular. Impediram o uso do celular e ela passou a dedicar longos
períodos de tempo no banheiro. Logicamente, com o celular. E o que fazer então?
A única saída dele foi demitir. Mas gostava da moça e me
disse que nunca tinha encontrado alguém com tanto potencial para a função. Era
inteligente e aprendia rápido. Mas não desgrudava do Facebook. O vício no
smartphone é uma doença a ser estudada. Mas já virou causa de desemprego em Fortaleza.
E não estou penalizado com a moça. Ela precisa de tratamento
e pode retomar sua vida profissional com uma carreira brilhante assim que
conseguir dominar o desejo de acessar a rede social.
Minha preocupação é com o empresário. Perder pro concorrente
é uma coisa, mas perder pro Facebook...
Vai reclamar com quem?
Fonte: Administradores
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