Sobre jargões estrangeiros e a comunicação empresarial
efetiva.
- Tem um Workshop bacana acontecendo semana que vem em São
Paulo, vamos?
- Não sei, estou envolvido no projeto de Endomarketing da
empresa e acho que não seria uma boa me ausentar neste momento, afinal devemos
nos preocupar com os stakeholders.
- Me disseram que o CEO da empresa XYZ, é presença
confirmada.
Esta seria apenas mais uma conversa trivial corporativa para
muitas pessoas, no entanto chama a atenção se olharmos de maneira mais critica,
acerca do grande número de estrangeirismo utilizado no discurso.
O acontece, é que estamos cada vez mais trazendo palavras ao
nosso meio que nem sempre representam com exatidão o que queremos dizer. O
problema ocorre, quando deixamos algumas pessoas não familiarizadas com o
termo, mais confusas do que informadas.
É preciso ter consciência que exagerar no estrangeirismo
corporativo, pode ser considerado inadequado, pois se o objetivo é comunicar,
porque então correr o risco de fazer o movimento contrário?
Confesso que sinto certo estranhamento com palavras do tipo:
Business plan, dead line, Downsizing e tantas outras que me causam arrepios,
não pela falta de compreensão, mas pela perda da essência do que é dito.
Vivemos um momento, onde se fala muito em comunicação
empresarial para o alinhamento de uma equipe que produza bons resultados, no
entanto o que percebo é que quando os jargões estrangeiros são banalizados, as
comunicações internas flutuam em um “pseudoentendimento” entre si, podendo
assim afastar o comprometimento e a compreensão do que realmente é preciso
fazer.
Já vi alguns lideres pedirem “feedback” para colaboradores
que nem se quer imaginavam do que aquilo se tratava.
Então pergunto, porque não nos comunicarmos em nossa própria
língua?
Será mesmo necessário falar que se tem expertise ao invés de
dizer que domina ou tem experiência no assunto?
Digo com segurança, que grande parte do sucesso das ações
organizacionais passa pela clareza na comunicação entre as pessoas envolvidas.
Pode parecer mais interessante pedir um Follow Up, do que
dizer que vai retomar uma conversa sobre aquele projeto que ficou esquecido na
gaveta, mas será que isso terá o mesmo impacto e o seu significado será
realmente compreendido?
Quando falamos em comunicação, principalmente no meio
corporativo, devemos retomar sua essência que é o de se fazer entender de forma
clara e objetiva.
Se por um lado parece mais interessante falar através de
jargões corporativos estrangeiros, por outro, pode haver um sério comprometimento
na comunicação empresarial, prejudicando os reais objetivos da organização.
Não vejo mal em utilizar qualquer tipo de termo, desde que
sua essência e compreensão em nossa língua sejam preservadas, do contrário
muito se perde no meio do caminho, pois se atém mais ao que é dito e não ao que
é preciso fazer.
Está na hora de pensarmos mais sobre estes jargões
"estrangeirizados", estariam eles contribuindo ou obstruindo a
comunicação empresarial?
Procure analisar a real necessidade de usar palavras
estrangeiras para definir o que você tem a dizer, faça o exercício de
substituí-las por palavras em português, seu discurso poderá ser bem mais
proveitoso se for feito desta forma.
Afinal, já dizia Da Vinci: A simplicidade é o último grau de
sofisticação.
Fonte: Administradores
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