Dados do SPC Brasil mostram que mulheres casadas tendem a
prezar pela estabilidade do próprio negócio ao passo que as solteiras são mais
competitivas e arrojadas
Em pesquisa realizada em março pelo Serviço de Proteção ao
Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas
(CNDL), sobre o perfil das empresárias brasileiras, foi apurado que mulheres
donas de negócios no ramo comercial e de prestação de serviços têm diferentes
posicionamentos de acordo com seu estado civil. Enquanto as solteiras tendem a
dar mais importância à ousadia na gestão do negócio, as casadas valorizam mais
a persistência.
Dentre as mais de 600 empresárias entrevistadas, quatro em
cada dez empreendoras casadas (42%) atribuem seu sucesso profissional à
persistência e à determinação. Entre as solteiras este percentual é um pouco
menor (37%). Porém, 20% das empresárias solteiras citaram a característica
ousadia como fator fundamental na hora de decidir empreender, enquanto dentre
as casadas, apenas 13% consideram.
Luiza Rodrigues, economista do SPC Brasil acredita que o
resultado reflete o acúmulo de funções que a mulher dona-de-casa, esposa e mãe
lida dentro e fora do lar para atingir suas aspirações. “A empresária casada
tem uma carga maior de responsabilidade e, para lidar com os múltiplos
desafios, se enxerga como uma batalhadora que precisa matar um leão por dia
para realizar todas as tarefas”, explica Luiza.
Um exemplo disso é que as atribuições domésticas são menos
presentes no dia a dia das empreendedoras casadas. A pesquisa revelou que 50%
das solteiras dedica a maior parte do tempo às tarefas profissionais. Já entre
o grupo das casadas, esse percentual é menor (36%), provavelmente por conta da
maior demanda de atividades domésticas.
As solteiras e casadas também entendem O sucesso
profissional também é visto de modos diferentes pras solteiras e casadas.
Enquanto para 14% das casadas, boa reputação e reconhecimento é sinal de
sucesso profissional, somente 8% das solteiras acredita nisso. Entretanto, 22%
das mulheres solteiras consideram sucesso como ver seu negócio crescer a cada
ano.
“Os dados mostram que as mulheres casadas tendem a ser mais
conservadoras e a prezar pela estabilidade do próprio negócio, ao passo que as
solteiras tendem a ser mais competitivas, arrojadas, abertas a mudanças e novas
oportunidades”, explica Luiza Rodrigues.
A percepção das empreendedoras sobre a aceitação do sexo
feminino no mundo do empreendedorismo também apresentou diferenças
significativas. As empresárias casadas veem menos discriminação de gênero:
entre elas é menor o percentual das que têm a percepção de que recebem no
ambiente profissional um tratamento diferente e menos respeitoso comparado ao
dos homens. Os números indicaram que 71% das casadas não acham que seja mais
difícil para uma mulher administrar um negócio. Esse percentual cai para 63%
entre as solteiras.
Porém, para Luiza, é natural que a percepção de
inferioridade seja inversamente oposta por se enxergarem como empresárias mais
ousadas. “Provavelmente o perfil mais enfrentador revela que as solteiras estão
mais dispostas a quebrar paradigmas, de maneira que as diferenças de gênero não
são empecilhos para a sua realização profissional”, explica a economista.
Fonte: Administradores
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