O fato é que em algum grau, seja ele menor ou maior, todos
somos imbecis às vezes. Aceite isso e viva bem consigo mesmo
Sim! O título deste artigo é um pouco forte, mas o fato é
que em algum grau, seja ele menor ou maior, às vezes todos somos imbecis.
Calma! Sugiro que antes de pensar qualquer coisa, termine de ler este artigo e
tire suas próprias conclusões.
Comecei a olhar a palavra imbecil com outros olhos, depois
que tive contato com a brilhante análise proposta por Fernando Savater em seu
livro “Ética para meu filho”, da Editora Planeta (2005): "imbecil é uma
pessoa que precisa de alguém em quem se apoiar, alguém que possa usar como
muleta, que possa te auto afirmar e isto é algo muito pessoal e feito por cada
um à sua maneira. Logo, acredito que podemos pensar na existência de vários
tipos de imbecis e até na 'imbecilidade personalizada' - aquela, com um toque
pessoal que lhe agrada".
E não paramos por aí. A imbecilidade humana não atinge
somente aspectos referentes a relacionamentos amorosos, ela está inserida
também no ambiente de trabalho. Ser imbecil ao extremo significa ser dependente
dos outros. Um profissional imbecil é aquele que a todo o momento precisa da
aprovação alheia para se desenvolver, ou melhor, para sobreviver no mundo corporativo
porque não consegue dar um passo adiante sem precisar de alguém para lhe
balançar a cabeça em sinal de aprovação.
Lembre-se: dependência é diferente de autonomia. Pode
parecer extremamente óbvio, mas a reflexão que eu trago é a seguinte: nem
sempre temos autonomia para desenvolver tudo o que gostaríamos no ambiente de
trabalho, no entanto não devemos ser dependentes da aprovação dos outros para
nos desenvolvermos como profissionais. Para isso, é preciso ser independente.
É lógico que não somos autossuficientes e disto devemos ter
plena consciência, mas depender do outro para tudo é se tornar um imbecil de
marca maior, pois a dependência segura trava e impede que você perceba as suas
potencialidades.
Para Jorge Bucay, em seu livro – “Quando me conheci”, da
Editora Sextante (2011), existe três tipos de imbecis. Resolvi adaptar a teoria
ao ambiente de trabalho e o resultado, você confere a seguir:
Os principais tipos de imbecis no ambiente de trabalho
O imbecil intelectual – É aquele que acredita não ser capaz,
duvida de seus conhecimentos e até mesmo da própria inteligência. Vive
perguntando aos colegas de trabalho: “Como sou? O que devo fazer? Para onde
devo ir? O que você faria em meu lugar?”. É aquela pessoa que antes de tomar
qualquer decisão, convoca a equipe de “especialistas” para que pense por ele.
Como duvida secretamente de sua capacidade intelectual, acredita que não
consegue pensar e deposita sua capacidade e baliza suas decisões na opinião
alheia – o que pode ser muito perigoso para sua imagem profissional.
O imbecil afetivo – São aquelas pessoas que precisam a todo
o momento serem amadas na empresa, querem que alguém lhes diga o tempo todo que
é querida, adorada e o quanto são bons naquilo que fazem. Veja bem, todos
fazemos isto em algum momento, mas existem pessoas que agem assim o tempo todo,
esta é a grande diferença! Um imbecil afetivo normalmente faz tudo para agradar
os outros e pode se tornar ou o palhaço ou o carregador de pianos da
organização. E por fim, acaba esquecendo de si próprio por causa da dependência
e aceitação dos que estão à sua volta.
O imbecil moral – O imbecil moral é aquele que precisa do
outro para lhe dizer se está agindo de modo certo ou não. É alguém que precisa
que lhe digam o que fazer, como agir e como se comportar. Espelha-se demais no
comportamento alheio e acaba virando uma caricatura piorada de si mesmo.
Normalmente gruda em alguém para ser o seu guru e se a vítima do imbecil moral
não perceber a tempo, pode estar tomando para si um grande problema. Meu conselho,
neste caso: se encontrar um imbecil moral à sua frente, fuja, pois no primeiro
ato de frustração sua indignação volta-se justamente contra a pessoa que lhe
deu a opinião.
Então, qual a melhor saída para não ser um imbecil
corporativo?
Acredito que todas as pessoas tem um certo grau de
dependência de outras pessoas, até porque se isto não fosse verdade não
precisaríamos trabalhar em equipe, pois seriamos autossuficientes. Mas devemos
pensar que as outras pessoas também dependem de nós na mesma proporção,
tornando, assim, o relacionamento com colegas interdependente. Ou seja: eu
dependo de você na mesma medida em que você também depende de mim e, dessa
forma, somos uma equipe que trabalha e se desenvolve em conjunto. Isto, no meu
ponto de vista, torna as relações mais justas e equilibradas.
Fonte: Administradores
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo participação!