quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Relações humanas em empresas de feras

Se um profissional não se sente vivendo em um ambiente de trabalho cercado de homens, mas sim de feras, está na hora de pensar em voltar-se para si mesmo, e não para a matilha




Uma grande pergunta que se faz no universo das empresas é se as relações humanas nesses ambientes podem realmente ser chamadas de humanas. A resposta mais correta, no meu entendimento, é que sim. E mais: se um profissional não se sente vivendo em um ambiente de trabalho cercado de homens, mas sim de feras, está na hora de pensar em voltar-se para si mesmo, e não para a matilha (sic).

Analisando matérias de grandes corporações sobre o tema, faço coro a Adriano Silva, autor do livro "O Executivo Sincero", no tocante à figura do chefe como grande canalizador de condições para uma paisagem selvagem ou civilizada dentro dos escritórios. Diz o autor que todas as relações racionais e naturais de trabalho são executadas entre pessoas, pois as organizações não passam de abstrações criadas por gente.

É nesse cenário que o bom chefe faz uma empresa ruim parecer um oásis e o chefe ruim faz uma firma excelente se equiparar a um mato sem cachorro. Além disso, o estilo de uma empresa e de seu CEO se despeja em efeito cascata por toda a corporação, moldando gradativamente e ciclicamente a forma de gestão de todo o corpo gerencial várias e várias vezes a cada alteração no topo da cadeia de comando.

Uma mancha negra na minha carreira profissional é não saber dizer, com segurança, se fui um bom chefe para a minha primeira e pequena equipe de 13 funcionários. Embora eu tenha alcançado excelentes resultados e convivido harmoniosamente com todos, penso hoje, lá no fundo, que talvez tenha exigido e cobrado demais dos meus subordinados. O grande problema é que eu não tinha experiência suficiente, naquela época, para refletir adequadamente sobre tal aspecto. E, embora tenha me espelhado muito em meus superiores anteriores, acho mesmo que fui um pouquinho mais exigente que eles. Porém, me vale o alento de que fiz tudo perseguindo o que a alta direção me inspirava, só tendo me excedido um pouco na execução.

Mas, chefe ou não, todo profissional precisa, vez por outra, realizar uma auto-análise em relação ao seu posicionamento perante o grupo. Se alguém não participa das rodinhas, não vai às festinhas e não consegue ir trabalhar pela manhã sem pensar naquele maldito colega (ou chefe) que lhe tirou o sono à noite, talvez seja a hora de refletir se todo o ambiente está mesmo impregnado de raposas.



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