segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Dicas para usar bem (ou guardar) seu primeiro décimo terceiro

Pesquisa do Centro de Estudos e Tendências da Atento mostra que mais de 60% de homens e mulheres entre 18 e 25 anos vão guardar a renda extra de fim de ano para quitar dívidas e economizar para o futuro




Economizar para planos futuros. Esse é o objetivo de quase 40% dos jovens brasileiros que recebem o primeiro décimo terceiro salário neste fim de ano. As intenções vão desde juntar dinheiro para a compra da casa própria até viajar e comprar casa ou carro. Investir em educação também é a intenção dos jovens diante da renda extra. Outra fatia pretende se livrar das dívidas que, mesmo com a pouca idade, já acumulam – principalmente com o cartão de crédito. Gastar com as compras de Natal, no entanto, não é prioridade. Os dados são da pesquisa que o Centro de Estudos e Tendências da Atento, uma das empresas líderes globais em gestão do relacionamento com o cliente, fez com 2.257  funcionários, entre 18 a 25 anos, em todo o Brasil. O objetivo da pesquisa, segundo a empresa, foi o de entender os hábitos, o comportamento e os planos destes trabalhadores que neste ano ingressarão no mercado de consumo.

“Vou usar todo o meu décimo terceiro para o financiamento da casa própria”, diz Francieli Cristiane da Silva, de 20 anos, uma das funcionárias entrevistadas pela Atento. A operadora de telemarketing quer o mesmo que quase 35% dos jovens que pretendem economizar esse dinheiro para planos futuro. 

De acordo com o consultor de investimentos Raphael Cordeiro, é válido guardar esse dinheiro para a conquista do imóvel: “Muitas pessoas pensam que é um valor pequeno perto do preço de uma casa, mas não é. Economizar o décimo terceiro por cinco anos e juntar uma economia mensal pode resultar em uma entrada para um imóvel no programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, por exemplo”. A conta pode ser feita da seguinte maneira: o teto do Minha Casa, Minha Vida, em São Paulo, é de R$ 190 mil para a segunda faixa de renda. Normalmente, a entrada é de 10%. Contando que o salário médio de um supervisor de central de atendimento, por exemplo, é de R$ 1,8 mil, de acordo com o sindicato da categoria, ao economizar o décimo terceiro por seis anos e mais 5% do salário ao longo dos meses, é possível chegar ao valor aproximado da entrada.

A intenção de Francieli é exatamente essa. Casada e morando na casa da sogra, ela pretende contar com o auxilio do programa de moradia do governo federal para conquistar a casa própria e sua independência. O setor de call center emprega hoje 1,6 milhão de funcionários no país, de acordo com o Sindicato Paulista de Empresas de Telemarketing (Sintelmark). Muitos conseguiram na área o primeiro emprego.

"O importante é economizar", diz consultor

Economizar para a formação é a vontade de 22% dos funcionários ouvidos na pesquisa, o que demonstra um cenário positivo, de acordo com Raphael Cordeiro. “Um investimento interessante é em desenvolvimento profissional. Na teoria, se eu estudar por cinco anos, meu salário pode aumentar em 30%”, diz . O teleoperador Rafael Rodrigues da Silva, de 20 anos, tem essa intenção. Em seu primeiro emprego com carteira assinada, Rodrigues pretende investir a renda extra para cursar engenharia mecatrônica no ano que vem e, assim, ver seu salário crescer com o passar dos anos.
Se o investimento em educação e na casa própria demonstram intenções positivas, o pagamento de dívidas é preocupante. Pelo menos 27% do total de jovens devem pagar as contas atrasadas com o décimo terceiro salário. Em 47% dos casos, a dívida está no cartão de crédito. “É bom ver que uma boa parte desses jovens está tomando a consciência de suas dívidas neste momento. Nesses casos, o melhor investimento do décimo terceiro é quitar todas as dívidas, principalmente porque os juros dos cartões de crédito e cheque especial ficam cada vez maiores”, afirma o consultor financeiro Tobias Maag. De acordo com um levantamento recente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), realizada com paulistas, a intenção de um terço dos entrevistados é também aproveitar o décimo terceiro para sair da inadimplência.

Para o jovem que não sabe ainda o que fazer com este salário a mais, Tobias aconselha economizar. “Não há nada melhor para quem está nessa idade do que impor o pagamento de um dízimo a si mesmo. Economizar de 10% a 20% por mês do salário e mais uma boa parte do décimo terceiro pode levar, a longo prazo, à realização do sonho da casa própria, do carro ou mesmo do aprimoramento dos estudos. O importante nessa idade é economizar”, diz o consultor financeiro.


Fonte: Época


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo participação!