A comédia que alcançou cerca de 30 milhões de espectadores
mostra os contrastes, muitas vezes politicamente incorretos, entre um
milionário branco, rico e tetraplégico e um cuidador negro, pobre e
ex-presidiário
Além de ser um forte candidato ao Oscar, “Intocáveis” é o
filme francês mais visto até hoje, quebrando recordes de bilheteria em diversos
países. Tanto sucesso não é por acaso. De forma divertida, ele conta a história
de um milionário francês que, tetraplégico, passa a ser ajudado por um
ex-presidiário sem experiência ou mesmo interesse pelo emprego de cuidador.
Do encontro surge uma comédia com a sensibilidade típica dos
filmes franceses e a inteligência de tratar a natureza humana através de uma
perspectiva leve e bem humorada. No caso, a combinação das realidades – e
marginalidades – opostas, como observada na relação entre os protagonistas, faz
brotar questões pertinentes e carregadas de lições valiosas aos negócios, à
carreira e principalmente à forma de conduzir a própria vida. Alguns desses
ensinamentos seguem adiante.
As frustrações podem ser uma matéria prima para as
realizações
A noção de viver para evitar os fracassos e as frustrações
chega a ser um axioma do pensamento ocidental. Talvez o princípio de “nunca
perder” seja a fórmula objetiva que construímos para atingir aquilo que
entendemos como sendo a felicidade, mas que na prática não se justifica. As
perdas sofridas pelos personagens lhes abriram portas: deram origem a um novo
caminho, repleto de oportunidades para a realização pessoal.
Ao se perceber dependente de outras pessoas, Philippe, o
milionário, é obrigado a abandonar sua arrogância característica em prol da
construção de relações sinceras, fazendo delas um bom motivo para continuar
vivendo, ou talvez o grande motivo para viver. Enquanto seu assistente, Driss,
expulso de casa e excluído da sociedade, se depara com a chance de ser
verdadeiramente útil e crescer como indivíduo ao cuidar do patrão tetraplégico.
Depende de você encontrar o que as crises têm a oferecer.
As realizações pessoais estão em expressar os seus talentos
O espaço de tempo entre o nascimento e a morte de um
indivíduo é essencialmente uma oportunidade a ser aproveitada. Por outro lado,
a dúvida sobre como aproveitá-lo é uma característica própria do ser humano,
cuja resposta reside no sentimento de estabelecer e alcançar objetivos
relevantes, de acordo com as suas próprias vontades e habilidades. Ou visto de
outra forma, a realização pessoal, que é a sensação de ter aproveitado a vida
da forma certa, surge quando os seus talentos são empregados no exercício de
algo significativo para os demais.
Você decide o que é importante e isso faz toda a diferença
Quanto você pagaria por um quadro branco manchado de
vermelho, desses que qualquer criança pode pintar acidentalmente? Apesar de
brincar com o valor que atingem algumas obras de arte, a pergunta feita no
filme nos leva a pensar sobre a importância que damos às coisas, os esforços
que fazemos por elas e o preço que pagamos para obtê-las.
No fim das contas, é uma questão de saber se os nossos
objetivos realmente valem o sacrifício ou se precisamos encontrar outros, mais
dispostos a contribuir com a realização pessoal de cada um.
Fonte: Administradores
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