A presente pesquisa discute a inclusão e a importância do
ensino da língua portuguesa como segunda língua (L2) para alunos surdos do
ensino fundamental e médio
A luta pela afirmação da surdez enquanto diferença
linguística e cultural, e não enquanto deficiência é um passo fundamental para
a concretização de uma educação bilíngue habilitadora, e não incapacitadora.
Brito, 1993. Educação que sem a luta pela emancipação social dos surdos
dificilmente poderia ser pensada.
Segundo Leite (2004) assumir uma atitude inflexível sobre a
identidade surda significa desconsiderar o fato de que a maioria dos surdos não
teve a oportunidade de desfrutar de recursos alternativos para uma educação bem
sucedida. E é isso que vem acontecendo em muitas universidades privadas,
estaduais e federais que não estão cumprindo a Lei 10. 436 e o Decreto 5. 626,
que visa a implantação da LIBRAS- língua de sinais, em suas matrizes.
Analisando o contexto político atual observamos que os surdos necessitam ter sua diferença
reconhecida, e hoje essa comunidade surda se encontra em uma posição em que a
qualidade do ensino da LIBRAS deve desempenhar um papel determinante para a
superação da condição de subordinação que tem caracterizado suas vidas, desde
os tempos mais remotos.
A grande luta dos surdos não é ser visto pelo mundo como uma
pessoa deficiente, mas como uma pessoa que tem a sua capacidade, a sua forma
singular de ver as coisas do mundo, e cabe aos meios educacionais estimular as
suas potencialidades. Wilcox enfatiza essa visão argumentando que:
Se aceitarmos a visão patológica da surdez, é também
acreditarmos que o conhecimento é externo ao individuo, então será natural
atribuir à condição física do aluno como sendo a fonte de suas
dificuldades[...] Entretanto, se acreditarmos que a surdez pode capacitar o indivíduo
para uma visão de mundo diferente, e que o conhecimento é construído
ativamente, então poderemos esperar que as pessoas surdas venham apresentar um
entendimento de mundo diferente daquele apresentado pelos ouvintes. (LEITE apud
WILCOX, 1994.p.110)
Por meio de estudos linguísticos, psicolinguísticos,
sociolinguísticos, da aquisição de língua materna e de língua estrangeira,
entre outros, referentes a Libras, é possível, hoje, reivindicar a inclusão da
Libras na educação de surdos na educação básica e no ensino superior, através
de uma política de ensino que respeite a legitimidade da língua de sinais de
maneira plena.
Por séculos,
desenvolveu-se a crença de que o indivíduo surdo não seria educável.
Aristóteles acreditava que todo o processo de aprendizagem se dava pela
audição. Na Idade Média, supunha-se que os surdos não poderiam se salvar, uma
vez que não podiam ouvir a palavra de Cristo.
Podemos concluir através deste estudo que o processo de
inclusão e ensino de Língua Portuguesa como segunda língua para alunos surdos,
nas escolas públicas está em andamento uma vez, que os profissionais percebem a
necessidade de maior conhecimento sobre a Língua de Sinais e de adaptação dos
métodos de ensino aos portadores de necessidades especiais.
Diante das respostas verificamos que as escolas não estão
totalmente adequadas ao processo de inclusão visto que, não tem sala de
recursos, instrutores surdos/ouvintes, intérprete suficientes para atender
todas as turmas e ainda os professores não têm curso de formação específica na
Língua de Sinais. Dessa forma, não há interação entre professor/alunos ouvintes
e alunos surdos, pois os dois primeiros desconhecem a Libras, contudo, cabe
salientar que, a aprendizagem de Libras pelos profissionais da educação e pelos
demais alunos torna-se cada vez mais urgente, não como um mero instrumento para
ensinar matérias, mas como parte de uma educação bilíngue. E que os professores
não ignorem a diversidade linguística dos surdos, sobretudo de Língua
Portuguesa, mas, que vejam com maior atenção e encarem como um desafio, de modo
que os surdos possam receber o ensino de que acordo com suas necessidades.
No entanto, o nosso estudo teve por finalidade mostrar a
realidade da educação que o nosso município oferece, sendo um município
composto de mais de dez escolas estaduais, somente quatro estão aos poucos se
adequando para receber alunos com deficiência auditiva, mas ainda observamos
que existe uma esperança que a nossa educação seja oferecida para todos sem
discriminação, limitações e igualdade para todos.
Fonte: Administradores
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