quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Escolhendo o que você não quer

Como tomar melhores decisões? Muitas vezes, nos vemos presos em uma situação, sem sabermos direito o que escolher. Que tal começar pelo que você não quer?




Em minha coluna aqui no Administradores, pelo Facebook ou pessoalmente, em conferências, leitores me enviam dúvidas sobre suas carreiras, escolhas profissionais e situações de negócios que exigem uma solução. Geralmente, estão presas a uma decisão, sem saber o caminho a seguir.

Percebi que apesar de muitas vezes não sabermos o caminho que queremos seguir, é mais fácil pensar no que não queremos. Você pode não saber se quer trabalhar com marketing ou vendas, mas pode saber que não quer trabalhar com finanças. Você pode não saber se é hora de seguir o sonho de abrir uma empresa, mas sabe que não quer mais continuar no mesmo emprego. Você pode não saber onde está o homem ou mulher da sua vida, mas sabe que não quer ficar na sua antiga relação.

O sim pode oferecer uma direção certeira, e é ótimo quando sabemos exatamente o que queremos. Infelizmente, no mundo real a solução nem sempre aparece clara dessa forma. Na falta do “sim”, o “não” estabelece limites, diminuindo as possibilidades e tornando mais fácil a nossa escolha.

Pense em uma decisão como um corredor de várias portas, cada uma levando a um lugar diferente. Decisões difíceis são aquelas com portas demais, ou quando não conseguimos ver claramente o que está por trás de cada escolha. Com portas demais ou falta de clareza sobre o futuro, corremos o risco de ficarmos parados no corredor, sem sabermos que porta abrir.

Por isso, em vez de pensar qual porta abrir, pode ser útil começar a fechar algumas. De três portas, podemos ir para duas, de duas, para uma. E, invertendo o raciocínio, a escolha pode ficar clara.

Não só isso. Enquanto o “sim" é abstrato, o “não" é mais concreto. Quando fazemos uma escolha, procuramos imaginar o futuro. Ao escolher uma carreira, por exemplo, você se pega pensando no dia a dia de um administrador ou advogado. O problema é que nem sempre temos informações suficientes, e nossas imagens mentais podem ser floreadas por sonhos e expectativas.

O “não” é visceral, você sabe que não quer aquilo, que não quer viver daquele jeito, que não consegue se imaginar em uma determinada situação. Você pode não saber se quer uma graduação em Direito ou Administração, mas não consegue se imaginar passando por uma de Medicina. Dessa forma, em qualquer situação, pode identificar aonde não quer chegar, colocar em sua lista de “portas fechadas” e riscar esse destino como opção.

Guiar-se pelo não pode parecer estranho, até contra intuitivo. Mas quando estamos empacados, é uma bela forma de eliminar opções e livrar energia mental para a escolha que temos à nossa frente. A partir do momento em que passamos a chave e fechamos uma porta, podemos parar de nos preocupar com ela, podendo dedicar nosso tempo e energia àquelas que ainda julgamos valer a pena serem abertas.

É muito normal, acredite, ver uma grande confusão mental na cabeça de profissionais e empreendedores sobre seus destinos, o que querem para suas vidas, carreiras e empresas. Inverter a questão e questionar o que não quer, no entanto, faz a conversa destravar e começar a andar em alguma direção.

Portanto, caro leitor, da próxima vez que se pegar em uma situação difícil, incerta ou com várias opções, procure não só pensar nos caminhos que valem a pena ser seguidos, mas também naqueles que, definitivamente, não queremos tomar.



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