quarta-feira, 17 de maio de 2017

Quando a distorção de valores compromete a harmonia do todo




Em diversas ocasiões, este que lhes escreve dissertou neste canal sobre a importância da identidade institucional para o sucesso de um negócio.

Essa identidade, representada pela definição do negócio (onde atuar), missão (razão de existir), visão (aonde se quer chegar) e valores (princípios norteadores da condução do negócio), constitui elemento essencial para uma boa governança e uma gestão adequada, seja nas empresas, no setor público ou nas entidades do terceiro setor.

No caso de uma nação de dimensões continentais, populosa e culturalmente diversificada como a nossa, a construção e observância de uma identidade que guie nossa sociedade no caminho do desenvolvimento em bases sustentáveis se torna crucial para a estabilização e harmonização das relações sociais em nosso território. Para tanto, a Constituição Federal de 1988 define em seus artigos 1º a 4º alguns elementos que ajudam a construir a nossa identidade enquanto Estado Democrático de Direito.

Assim, quando nos deparamos com eventos que distorcem nossos valores sociais e que atentam contra o bem-estar do todo, tal como a corrupção sistêmica que vem sendo desvendada pela Operação Lava Jato e assemelhadas, não só devemos nos indignar contra essas distorções, mas também devemos exercer a nossa cidadania e atuarmos para combater o mal que tenta se entranhar e se firmar no seio de nossa sociedade por meio do aparato estatal.

Para trazer esta discussão ao caso concreto do nosso cotidiano, basta pensarmos nas consequências nefastas que a prática da corrupção produziu na segunda maior economia do país, o estado do Rio de Janeiro: a pretexto de gerar uma “vitrine” para o mundo, as autoridades que estavam à frente do estado a partir de 2007 usaram eventos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos para redirecionarem recursos públicos de áreas prioritárias e estratégicas, como saúde e educação, para a construção de estádios e arenas esportivas por valores muito acima de seu preço justo e com o propósito tão somente de beneficiar o bolso de alguns em detrimento de muitos.

O resultado dessa farra do dinheiro público, dissimulada por ações de comunicação que induziam o cidadão médio a crer que a Copa e as Olimpíadas tornariam o estado do Rio um novo Éden e reforçada por discursos políticos demagógicos, foi a falência econômica de um estado, como se pode ver pela precarização dos serviços públicos, pela escalada da violência e pelo encerramento de empreendimentos, atividades econômicas e postos de trabalho num ritmo superior ao que se viu na Grécia após as Olimpíadas de 2004.

Para agravar a situação local, a população fluminense ainda tem que lidar com a escalada de supostos movimentos sociais que se valem da violência e da depredação patrimonial para tentarem impor a sua vontade e usarem o estado como uma espécie de “experimento” para estratégias de poder a serem replicadas a nível nacional.

Para ilustrar o disposto acima, as manifestações que ocorreram no Rio de Janeiro no último dia 28/04 evidenciaram muito de tais constatações: durante os enfrentamentos que ditos manifestantes tiveram com a polícia militar local, e tal como numa ação coordenada de guerrilha urbana, grupos de vândalos se dispersavam e se reagrupavam na região central da capital, colocando policiais a poder de correrias, formando barricadas para conterem os avanços das forças de segurança pública, usando tapumes como escudos e paus, pedras e fogo como armas, além de contarem com a retaguarda de fotógrafos, cinegrafistas e “ongueiros de direitos humanos” para auxiliarem na construção e defesa de uma narrativa favorável aos vândalos e contrária à atuação das forças legalistas.

À luz do exposto, e tendo em vista os constantes movimentos promovidos por forças contrárias ao esforço de reconstrução econômica e de moralização nacional, tais como as que se veem em alguns gabinetes de Brasília e as que foram vistas pelas ruas no dia 28/04, o momento é de redobrar as cautelas e endossar o apoio aos agentes públicos e à sociedade civil que condenam e combatem a corrupção sistêmica que insiste em afrontar o povo brasileiro.

Um teste de fogo nesse contexto é o que se dará no próximo dia 10 de maio, quando o juiz Sérgio Moro colherá o depoimento do “Messias” que estava à frente desse estado de coisas no qual desembocou nosso país e que vem incitando seus “exércitos sociais” para gerarem convulsões sociais dentro do país e nos desmoralizar internacionalmente na base do “quanto pior, melhor”. Que o modus operandi manifestado por essa turma no último dia 28 sirva como alerta para que os cidadãos de bem e as forças legalistas atuem com vigor e energia contra projetos totalitários de poder que tentam transformar o Brasil numa Venezuela.

Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!

Momento do ADM, Pedro Papastawridis - 17 de maio 2017.


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