terça-feira, 9 de maio de 2017

Momento do ADM Concursos Públicos - As ideias sobre o mundo administrativo - parte 3




A TEORIA DOS SISTEMAS é também uma teoria moderna. A compreensão da cibernética trouxe consigo uma visão da empresa inserida em um sistema maior, o ambiente formado por concorrentes e outros interessados na empresa. Seja esta percebida como um sistema vivo, aberto, em interação e trocas com o ambiente, buscando um contínuo equilíbrio (homeostase) interno e externo, seja vista como um sistema cibernético, viu-se a importância de compreender a relação com o que está fora das fronteiras de uma empresa. Embora seja considerada uma teoria muito abstrata e conceitual, de difícil compreensão a situações gerenciais, ela facilita a compreensão das organizações e seus fenômenos. A empresa é um sistema aberto, com comportamentos probabilísticos (tem alguma chance de ocorrer). Elas não são sistemas determinísticos, devido às interações ambientais.  

A TEORIA CONTINGENCIAL OU SITUACIONAL segue a ideia de um sistema em um ambiente. As organizações sofrem as influências ambientais, principalmente porque não têm poder para controlar as mudanças ou incertezas, as contingências às quais está sujeita. Estes fatores situacionais são variáveis independentes, atuando sobre as estruturas organizacionais ou os estilos de liderança de uma empresa ( variáveis dependentes). Por exemplo, se o ambiente de uma empresa é muito dinâmico, com muitas mudanças, competição, incerteza, as estruturas devem se tornar adaptativas ou orgânicas. Neste caso, a empresa deve ser menos burocratizada, ter uma estrutura mais horizontal. Ao contrário, se é estável e pouco sujeito a incertezas, como é o caso dos monopólios estatais, ela pode se tornar burocratizada, com uma estrutura rígida e vertical. 

Do mesmo modo, suas lideranças devem mudar os estilos de acordo com as situações dos grupos liderados e com a tarefa a ser realizada. A liderança pode ser mais democrática, se os grupos são maduros e se a tarefa não for urgente. Do contrário, ela deve caminhar para um estilo mais autoritário. Um estilo laissez-faire (solto, que deixa fazer), por exemplo, pode ser mais produtivo em um grupo de pesquisadores.  

Esta teoria mostra que não há um único modelo organizacional que se adapte a qualquer empresa. 

A teoria da Aprendizagem Organizacional surgiu após os anos 80, com a aplicação da teoria dos sistemas. Peter Senge acredita que as organizações também devem aprender para inovar. O aprendizado organizacional tenta romper com a orientação para o controle e a obediência, como forma de criar a inovação e de lidar com as constantes de cenários.  Para ele, existem 5 disciplinas a serem aprendidas, sendo a mais importante, o pensamento sistêmico. O individuo deve aprender o autoconhecimento, clarificando e aprofundando seus objetivos de modo a concentrar esforços para realizá-los. O grupo aprende pelo diálogo, propondo idéias e participando de uma lógica comum. A organização aprende pelo pensamento sistêmico, integrando o conjunto de teorias e das práticas administrativas, promovendo um entendimento amplo de todos. 

A Qualidade Total e a Reengenharia trouxeram novas idéias sobre o envolvimento dos empregados, o trabalho em equipe, o trabalho flexível, com as mudanças nas estruturas das empresas, principalmente a redução e seu achatamento horizontal (downsizing).  

A visão  da organização de Morgan, através de metáforas,  facilitou a perspectiva de como elas funcionam. Assim, as empresas podem ser vistas como prisões, cérebros, máquinas ou mini-estados. Nesta última, a metáfora política, as empresas são arenas de luta pelo poder, onde a divisão do poder e da autoridade levam a divergência ou convergência entre interesses. Há algumas organizações autoritárias, outras, democráticas, porém todas são políticas, buscando ordem e direção na questão dos conflitos pelo poder. Onde a estrutura de poder é pluralista, em que há diversos interesses envolvidos, os membros passam a lutar por interesses variados. Na estrutura de poder única, o conflito é considerado um fenômeno passageiro, com base na autoridade.  

Novas preocupações passaram a fazer parte do mundo da Administração, atualmente. O stress, a psicopatologia do trabalho, o mal-estar no trabalho, a corrosão do caráter e da identidade dos empregados em atividades precárias, surgem com as mudanças nas empresas, nos empregos e na organização do trabalho. 

As velhas certezas em Administração parecem estar ruindo. Seu eixo central tem girado cada vez mais rápido nos últimos 50 anos, tanto nas práticas, como nas teorias.  

Fala-se muito em visão e liderança, atualmente. Porém, elas não substituem a administração correta e responsável, que inclui a capacidade de se comprometer e se envolver pessoalmente com os fins e objetivos. 

Momento do ADM, Prof. Tânia Lúcia Morato Fantini - 09 de maio 2017.


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