terça-feira, 2 de maio de 2017

Momento do ADM Concursos Públicos - As ideias sobre o mundo administrativo - parte 2




A ESCOLA ESTRUTURALISTA - O MODELO BUROCRÁTICO. Max Weber, um dos fundadores da Sociologia, é o principal representante da escola chamada estruturalista, cujo nome vem da ênfase dada à estrutura organizacional. 

Para ele, a empresa e o gerente devem se comportar de modo racional, baseando-se em uma autoridade técnica-profissional (racional-legal)  para obter a eficiência, sendo esta a maneira ideal de administrar uma empresa. 

Ser racional, ter racionalidade, significa que as ações humanas são coerentes com os fins a que se propõem. Somos seres racionais, portanto, buscamos aquilo que nos parece ter maior chance de sucesso. Este tipo de racionalidade formal ou instrumental, contudo, difere da racionalidade substantiva ou moral, na qual o sucesso de uma ação não é importante (por exemplo, se alguém precisa decidir se faz ou não uma prova, sua racionalidade formal lhe dirá que sim, pois acha que terá sucesso. Mas, sua racionalidade moral lhe dirá que sim, apesar de não estar bem preparado, devido ao compromisso e ao dever como  estudante). 

Para Weber, as empresas públicas ou privadas buscam a racionalidade instrumental. Elas desejam o sucesso, a eficiência, os resultados. Portanto, deve utilizar a autoridade racional-legal, pois esta é baseada no profissionalismo, no saber (há ainda a autoridade tradicional, que é a obediência, pelo costume e a autoridade carismática, baseada na personalidade e no carisma de uma pessoa). 

A burocracia é um modelo de organização ideal para qualquer empreendimento, devido ao seu grau de racionalidade, construída pelos seguintes princípios: 

1º - Os cargos devem ser regidos por normas, de acordo com funções específicas de competência e responsabilidades (divisão do trabalho e especialização); 
2º - A empresa deve ser organizada em uma estrutura de cargos hierarquizados, com cargos superiores controlando os de menor responsabilidade (hierarquia de autoridade); 
3º - As normas de conduta devem ser padronizadas (padronização); 
4º - Deve haver separação clara entre a propriedade dos donos e a da administração (impessoalidade); 
5º - Todas as ações devem ser documentadas e arquivadas (formalização). 

Portanto, o que é a burocracia? É a instituição administrativa que usa os princípios da racionalidade, impessoalidade, formalidade, etc. Assim, ela encontra na área pública e privada um de seus elementos principais, pois é o tipo de organização apta a realizar, de modo eficiente, as tarefas administrativas, em grande escala, mediante o trabalho organizado racionalmente de muitos indivíduos. Ela cria a profissionalização de seus empregados, porque é baseada na competência e no mérito, não em favores a uma pessoa. 

Há, contudo, um sentido pejorativo na palavra burocracia, que passou a ser sinônimo de papelada, perda de tempo, ineficiência. De fato, as disfunções (efeitos negativos) da burocracia são a dificuldade em encontrar respostas rápidas, adaptar-se às mudanças de qualquer natureza. Outra é o corporativismo (esprit de corps na união de categorias profissionais) e a oligarquização (poder nas mãos de poucas pessoas) das cúpulas dirigentes, que  passaram a multiplicar os órgãos e normas para reforçar o poder dos burocratas. Outro problema apontado é o relacionamento funcional, baseado em atributos pessoais, a utilização de sinais de status social, o conformismo e a resistência à mudança. Ou seja, os burocratas tendem a “puxarsacos”, tornam-se cegos ao que é certo, como foi, por exemplo, o caso dos nazistas que executaram pessoas, porque tinham de “seguir as normas”. 

A burocracia, como qualquer sistema social, não é neutra. Há uma superioridade técnica nela, mas não uma neutralidade. Os conflitos de valores que surgem em qualquer empresa pública exigem posicionamento e compromisso, não a obediência cega. 

As três escolas da Administração têm muito em comum. Elas vêem o mundo empresarial como uma máquina ou uma estrutura física a ser controlada e “engrenada” pela administração, com as pessoas passivas e obedientes, mas agindo com grande eficiência técnica. 

De 1930 a 1960, começaram a proliferar as idéias sobre a Administração, pois esta havia se tornado uma função importante e valorizada na sociedade industrial. Surge uma reavaliação sobre a natureza humana, com a descoberta de que os seres humanos não são totalmente racionais: são motivados por necessidades e desejos de participar socialmente. Nascia o homem social, logo superado pelo homem auto-realizador. 

A ESCOLA NEOCLÁSSICA. Esta escola inclui a chamada ESCOLA DE RELAÇÕES HUMANAS E A ESCOLA COMPORTAMENTAL (ou Behaviorista). Ambas reconhecem a importância dos indivíduos na organização.  

A primeira, representada por Elton Mayo, com seus experimentos em Hawthorne (um bairro americano) descobriu, entre 1927 e 1933, através de efeitos da iluminação no desempenho de grupos de trabalhadores, que o sistema social – a comunicação, a relação de amizade dos grupos informais, as relações humanas - tinha forte influência na produtividade, ao contrário do que supunham os teóricos anteriores.  

A escola comportamental inclui as idéias de Maslow (que considera as necessidades humanas escalonadas em 5 níveis – sobrevivência, segurança, sociais, auto-estima ou competência e auto-realização), as idéias de Douglas McGregor (na qual as expectativas da administração determinam o comportamento dos empregados: se são negativas, eles se comportam de forma indolente - a  teoria X. Se são positivas, eles respondem com alto compromisso, conforme a teoria Y), de Likert (para quem existem sistemas de participação autoritários, o sistema 1 até o sistema de total participação, o sistema 4, dentro das organizações), de Chris Argyris (que descobriu como a comunicação educada e formal, aprendida na infância, pode gerar comportamentos defensivos e perigosos em uma empresa), de F. Herzberg (para quem os fatores higiênicos, que satisfazem as necessidades de sobrevivência, segurança, sociais não motivam os empregados, que só se motivam pelas necessidades mais elevadas de auto-estima e auto-realização, através de fatores motivacionais) e as idéias arrojadas de David McClelland (para quem o desenvolvimento econômico está relacionado a alta  necessidade de realização dos membros de uma sociedade). 

De acordo com todas estas descobertas, viu-se que o trabalho dos administradores é compreender os indivíduos como seres humanos, agindo em função de necessidades e do clima organizacional, cálido ou negativo, existente dentro de qualquer empresa. Além disso, passou a caber-lhes a tarefa de criar oportunidades, incentivos, desenvolver um bom clima e permitir a participação dentro das organizações. 

De 1960 a 1980, o mundo começou a mudar suas paisagens. A sociedade   engatinhava em direção à economia pós-industrial, onde a riqueza  não é somente gerada pela produção de bens industrializados, mas, sobretudo, por conhecimento e serviços. 

Surge a ESCOLA MODERNA DE ADMINISTRAÇÃO, na qual se inclui a TEORIA DA CIÊNCIA ADMINISTRATIVA e a Pesquisa Operacional, que utilizam a informação, os modelos matemáticos para tomar decisões, com o uso de ferramentas quantitativas, a simulação no computador, mostrando aos gerentes que não lhe bastam somente o conhecimento social e organizacional: seria preciso compreender e saber usar a tecnologia e a informação. 

Momento do ADM, Prof. Tânia Lúcia Morato Fantini - 02 de maio 2017.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo participação!