sábado, 22 de março de 2014

Sucesso ou fracasso: o que conta é o que está gravado no seu inconsciente

Para entender mais sobre estes comandos, vejamos como funciona o efeito placebo e o efeito nocebo, ou feitiço vodu




Por que pensar positivo dá certo com algumas pessoas e dá completamente errado com outras? É que todos nós temos programas que foram sendo instalados na nossa mente inconsciente, e isto, desde que nascemos. Estes programas são como se fossem comandos hipnóticos. Assim, por exemplo, quando uma pessoa, em transe hipnótico, recebe um comando de que não é capaz de levantar uma agulha, ela não consegue, mesmo que seja um levantador de peso capaz de levantar facilmente mais de 100 quilos. Para entender mais sobre estes comandos, vejamos como funciona o efeito placebo e o efeito nocebo, ou feitiço vodu.

O efeito placebo ocorre quando uma pessoa toma um medicamento, que na realidade não passa de farinha de trigo com açúcar, ou coisa parecida, e fica curada. A pesquisadora Judith Turner, da Universidade Washington, Seatle, estudou o efeito placebo durante 15 anos, tendo analisado publicações e os resultados de mais de 75 pesquisas sobre os efeitos analgésicos obtidos por medicamentos e cirurgias fictícias e concluiu que o efeito placebo funciona numa proporção bastante considerável de pessoas. Dores de cabeça, coluna, cólicas pós-operatórias ou provocadas por anginas e asma podem ser combatidas, em grande parte dos casos, com placebo.

Sobre o efeito nocebo, o cirurgião plástico Maxwell Maltz relata um caso bastante esclarecedor. Havia feito uma correção nos lábios de um cliente e, pouco tempo depois, este cliente rompeu a relação com a namorada que, para se vingar, disse que lhe fez um feitiço vodu. Pouco depois, este homem constatou uma pequena protuberância no seu lábio e passou a acreditar que o feitiço vodu estava começando a fazer efeito. Como decorrência entrou em profundo estresse, com todas as suas consequências negativas. Nesta ocasião, completamente prostrado, foi visitar Maltz para fazer o acompanhamento da cirurgia. Maltz observou que a protuberância no lábio do seu cliente era uma pequena sequela que, eventualmente, pode ocorrer nas cirurgias plásticas. Disse que iria tirar o vodu, fez uma pequena cirurgia e, quase que como por encanto, aquele homem voltou ao normal, recuperando a sua energia física, mental e emocional.

E o que está gravado profundamente no inconsciente de uma pessoa são as suas crenças. Crenças tem uma força extraordinária e uma vez aceitas são ordens inquestionáveis para o cérebro e para o sistema nervoso. São como se fossem comandos hipnóticos, que estão registradas sob a forma de imagens e de palavras. Assim, cada um de nós tem uma autoimagem, que é a imagem mental que cada pessoa faz si mesmo. Esta autoimagem pode ser vaga e de contornos mal definidos e pode nem mesmo nem ser percebida conscientemente. Ela entretanto existe e está completa em todos os seus detalhes. As crenças também estão registradas no nosso inconsciente sob a forma de palavras ou frases que nos dizem o que é certo e o que é errado. O que é possível e o que é impossível. As crenças foram se formando ao acaso, entre outros pelos seguintes fatores:

- Comandos recebidos na infância vindos de pessoas importantes e que exerciam grande influência, como os pais
- Eventos emocionais significativos, ou seja, experiências marcantes que provocaram emoções de dor ou de prazer
- A internalização das frases negativas que ouvimos a nosso respeito, dos outros e do mundo
- A assimilação das crenças de pessoas julgadas importantes e tidas como modelos e referências
- Histórias, frases ou ditados que ouvimos na infância e nos impressionaram

E porque é fundamental para um administrador conhecer sobre o poder das crenças? Por uma razão muito simples. O administrador está focado em resultados e para tanto é necessário o desenvolvimento de competências. Existem 3 tipos de competências. A competência necessária ou exigida para que uma atividade seja bem feita. A competência desenvolvida, ou seja a competência que o administrador adquiriu através do treinamento e desenvolvimento pessoal e a competência acessada ou seja, a competência que o administrador realmente consegue utilizar nas situações do dia a dia, sobretudo nas situações de tensão, adversidades e crises. Assim, o que pode acontecer é que uma pessoa pode ter uma competência desenvolvida muito superior à necessária para fazer bem o que tem que ser feito, mas mesmo assim fracassar, como foi o caso do jogador de futebol Zinedine Zidane na Copa do Mundo de Futebol, em 2006. Zidane era extremamente competente, pois já havia sido considerado o melhor jogador do mundo em três oportunidades, mas mesmo assim fracassou. E a razão disto é aquilo que o psicólogo Albert Ellis designou por de crenças irracionais.

Crenças irracionais são crenças dogmáticas de que o mundo e os outros têm que se comportar do jeito que a pessoa quer. Se não for assim, a pessoa perde o controle e fica com raiva ou então fica muito abatida. De uma forma ou de outra, ela não vai saber trabalhar com as adversidades e, de acordo com Paul Stoltz, todos nós enfrentamos pelo menos 20 adversidades por dia, seja na família, no trabalho ou no trânsito. Assim, se na infância uma criança registrou no seu cérebro um comando de que ela não vai se sair bem na vida, mesmo que ela tenha feito o melhor curso de administração, o melhor MBA, e tenha lido os livros mais conceituados, se ela não mudar sua crença, ela não vai ter sucesso, pois vai interpretar, compreender e avaliar mal as situações, e tomar decisões equivocadas. Esta pessoa terá inúmeras dificuldades, sobretudo para enfrentar as situações de contrariedades, adversidades, a Lei de Murphy e as crises.

De acordo com os programas, ou crenças que estão gravadas no inconsciente, existem três tipos de pessoas: os montanhistas, os campistas e os desistentes. Os montanhistas são as pessoas que vão alcançar a excelência, os campistas vão ficar na média e na área de conforto. Os desistentes são as pessoas que entregaram os pontos. O máximo de desistente é a pessoa com o chamado desamparo adquirido. Para estas pessoas, nada dá certo e normalmente focam em arranjarem desculpas para o fracasso e não em agirem proativamente para resolverem e enfrentares os problemas do dia a dia.

A história dos irmãos Curtice é muito elucidativa. Ambos nasceram e se criaram em Flint, Michigan. Quando começaram a trabalhar, conseguiram um emprego na fábrica de pintura da Fisher - Uma divisão da General Motors, em Flint. Os anos se passaram e, quando o irmão mais velho estava para se aposentar, aos 65 anos de idade, foi entrevistado por um jornalista que perguntou: “Como é que o senhor, dentro da General Motors, não conseguiu sair da Oficina de Pintura, exatamente onde começou?” Ao que ele respondeu: “Nunca tive tempo nem dinheiro para progredir”. O jornalista voltou a perguntar: “Então, como seu irmão Harlow Curtice pôde conseguir tempo e dinheiro para se converter no Presidente da General Motors?” Ao que ele respondeu: “Bem, ele sempre foi muito ambicioso”. É que Harlow Curtice tinha um conjunto de crenças que lhe permitia decidir, agir e enfrentar as adversidades, transformando crises em oportunidade. Ele era um montanhista

Assim, o que ocorreu foi que quando Harlow Curtice decidiu que queria conseguir mais da vida do que aquilo que a oficina de pintura lhe oferecia, ele agiu e procurou um Curso de Contabilidade na escola local. Formou-se, olhou os anúncios classificados de um jornal local e viu que a Divisão de Velas de Ignição da General Motors precisava de um contador. Novamente agiu e solicitou e conseguiu o emprego. Seus sonhos e objetivos porém, não pararam por aí. Continuou se superando, decidindo, agindo e progredindo até ser nomeado Administrador Geral da Divisão de Velas da General Motors e, quando a Divisão Buick teve dificuldades, foi nomeado seu Administrador Geral. Alcançou grande sucesso que, pouco depois, o fez chegar à Presidência da General Motors. Assim, a diferença fundamental entre os irmãos Curtice foi que um era montanhista e o outro campista. E de acordo com Paul Stoltz, apenas 20 por cento das pessoas tem um conjunto de crenças que as possibilita serem montanhistas.

O que deve ser entendido é que as crenças podem ser modificadas e o processo de mudança pode operar milagres na vida de uma pessoa. Neste sentido, cabe lembrar Robert Dilts, um especialista em mundaça de crenças. Dilts curou sua mãe de um cancer, diagnosticado como incurável pelos médicos, em 4 dias de dedicação integral e exaustiva. Mas existem outros casos, como o de uma mulher de classe média baixa, que tinha a crença de que pessoas da sua condição social não poderiam cursar uma universidade. E enquanto ela tivesse esta crença, não poderia mesmo. Entretanto, o trabalho com a instalação de novas crenças fez com que ela, não somente viesse a cursar uma universidade e se formasse, mas também que se tornasse uma profissional de sucesso.



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