Para entender mais sobre estes comandos, vejamos como
funciona o efeito placebo e o efeito nocebo, ou feitiço vodu
Por que pensar positivo dá certo com algumas pessoas e dá
completamente errado com outras? É que todos nós temos programas que foram
sendo instalados na nossa mente inconsciente, e isto, desde que nascemos. Estes
programas são como se fossem comandos hipnóticos. Assim, por exemplo, quando
uma pessoa, em transe hipnótico, recebe um comando de que não é capaz de
levantar uma agulha, ela não consegue, mesmo que seja um levantador de peso
capaz de levantar facilmente mais de 100 quilos. Para entender mais sobre estes
comandos, vejamos como funciona o efeito placebo e o efeito nocebo, ou feitiço
vodu.
O efeito placebo ocorre quando uma pessoa toma um
medicamento, que na realidade não passa de farinha de trigo com açúcar, ou
coisa parecida, e fica curada. A pesquisadora Judith Turner, da Universidade
Washington, Seatle, estudou o efeito placebo durante 15 anos, tendo analisado
publicações e os resultados de mais de 75 pesquisas sobre os efeitos
analgésicos obtidos por medicamentos e cirurgias fictícias e concluiu que o
efeito placebo funciona numa proporção bastante considerável de pessoas. Dores
de cabeça, coluna, cólicas pós-operatórias ou provocadas por anginas e asma
podem ser combatidas, em grande parte dos casos, com placebo.
Sobre o efeito nocebo, o cirurgião plástico Maxwell Maltz
relata um caso bastante esclarecedor. Havia feito uma correção nos lábios de um
cliente e, pouco tempo depois, este cliente rompeu a relação com a namorada
que, para se vingar, disse que lhe fez um feitiço vodu. Pouco depois, este
homem constatou uma pequena protuberância no seu lábio e passou a acreditar que
o feitiço vodu estava começando a fazer efeito. Como decorrência entrou em
profundo estresse, com todas as suas consequências negativas. Nesta ocasião,
completamente prostrado, foi visitar Maltz para fazer o acompanhamento da
cirurgia. Maltz observou que a protuberância no lábio do seu cliente era uma
pequena sequela que, eventualmente, pode ocorrer nas cirurgias plásticas. Disse
que iria tirar o vodu, fez uma pequena cirurgia e, quase que como por encanto,
aquele homem voltou ao normal, recuperando a sua energia física, mental e
emocional.
E o que está gravado profundamente no inconsciente de uma
pessoa são as suas crenças. Crenças tem uma força extraordinária e uma vez
aceitas são ordens inquestionáveis para o cérebro e para o sistema nervoso. São
como se fossem comandos hipnóticos, que estão registradas sob a forma de
imagens e de palavras. Assim, cada um de nós tem uma autoimagem, que é a imagem
mental que cada pessoa faz si mesmo. Esta autoimagem pode ser vaga e de
contornos mal definidos e pode nem mesmo nem ser percebida conscientemente. Ela
entretanto existe e está completa em todos os seus detalhes. As crenças também
estão registradas no nosso inconsciente sob a forma de palavras ou frases que
nos dizem o que é certo e o que é errado. O que é possível e o que é
impossível. As crenças foram se formando ao acaso, entre outros pelos seguintes
fatores:
- Comandos recebidos na infância vindos de pessoas
importantes e que exerciam grande influência, como os pais
- Eventos emocionais significativos, ou seja, experiências
marcantes que provocaram emoções de dor ou de prazer
- A internalização das frases negativas que ouvimos a nosso
respeito, dos outros e do mundo
- A assimilação das crenças de pessoas julgadas importantes
e tidas como modelos e referências
- Histórias, frases ou ditados que ouvimos na infância e nos
impressionaram
E porque é fundamental para um administrador conhecer sobre
o poder das crenças? Por uma razão muito simples. O administrador está focado
em resultados e para tanto é necessário o desenvolvimento de competências.
Existem 3 tipos de competências. A competência necessária ou exigida para que
uma atividade seja bem feita. A competência desenvolvida, ou seja a competência
que o administrador adquiriu através do treinamento e desenvolvimento pessoal e
a competência acessada ou seja, a competência que o administrador realmente
consegue utilizar nas situações do dia a dia, sobretudo nas situações de
tensão, adversidades e crises. Assim, o que pode acontecer é que uma pessoa pode
ter uma competência desenvolvida muito superior à necessária para fazer bem o
que tem que ser feito, mas mesmo assim fracassar, como foi o caso do jogador de
futebol Zinedine Zidane na Copa do Mundo de Futebol, em 2006. Zidane era
extremamente competente, pois já havia sido considerado o melhor jogador do
mundo em três oportunidades, mas mesmo assim fracassou. E a razão disto é
aquilo que o psicólogo Albert Ellis designou por de crenças irracionais.
Crenças irracionais são crenças dogmáticas de que o mundo e
os outros têm que se comportar do jeito que a pessoa quer. Se não for assim, a
pessoa perde o controle e fica com raiva ou então fica muito abatida. De uma
forma ou de outra, ela não vai saber trabalhar com as adversidades e, de acordo
com Paul Stoltz, todos nós enfrentamos pelo menos 20 adversidades por dia, seja
na família, no trabalho ou no trânsito. Assim, se na infância uma criança
registrou no seu cérebro um comando de que ela não vai se sair bem na vida,
mesmo que ela tenha feito o melhor curso de administração, o melhor MBA, e
tenha lido os livros mais conceituados, se ela não mudar sua crença, ela não
vai ter sucesso, pois vai interpretar, compreender e avaliar mal as situações,
e tomar decisões equivocadas. Esta pessoa terá inúmeras dificuldades, sobretudo
para enfrentar as situações de contrariedades, adversidades, a Lei de Murphy e
as crises.
De acordo com os programas, ou crenças que estão gravadas no
inconsciente, existem três tipos de pessoas: os montanhistas, os campistas e os
desistentes. Os montanhistas são as pessoas que vão alcançar a excelência, os
campistas vão ficar na média e na área de conforto. Os desistentes são as
pessoas que entregaram os pontos. O máximo de desistente é a pessoa com o
chamado desamparo adquirido. Para estas pessoas, nada dá certo e normalmente
focam em arranjarem desculpas para o fracasso e não em agirem proativamente
para resolverem e enfrentares os problemas do dia a dia.
A história dos irmãos Curtice é muito elucidativa. Ambos
nasceram e se criaram em Flint, Michigan. Quando começaram a trabalhar,
conseguiram um emprego na fábrica de pintura da Fisher - Uma divisão da General
Motors, em Flint. Os anos se passaram e, quando o irmão mais velho estava para
se aposentar, aos 65 anos de idade, foi entrevistado por um jornalista que
perguntou: “Como é que o senhor, dentro da General Motors, não conseguiu sair
da Oficina de Pintura, exatamente onde começou?” Ao que ele respondeu: “Nunca
tive tempo nem dinheiro para progredir”. O jornalista voltou a perguntar: “Então,
como seu irmão Harlow Curtice pôde conseguir tempo e dinheiro para se converter
no Presidente da General Motors?” Ao que ele respondeu: “Bem, ele sempre foi
muito ambicioso”. É que Harlow Curtice tinha um conjunto de crenças que lhe
permitia decidir, agir e enfrentar as adversidades, transformando crises em
oportunidade. Ele era um montanhista
Assim, o que ocorreu foi que quando Harlow Curtice decidiu
que queria conseguir mais da vida do que aquilo que a oficina de pintura lhe
oferecia, ele agiu e procurou um Curso de Contabilidade na escola local.
Formou-se, olhou os anúncios classificados de um jornal local e viu que a
Divisão de Velas de Ignição da General Motors precisava de um contador.
Novamente agiu e solicitou e conseguiu o emprego. Seus sonhos e objetivos
porém, não pararam por aí. Continuou se superando, decidindo, agindo e
progredindo até ser nomeado Administrador Geral da Divisão de Velas da General
Motors e, quando a Divisão Buick teve dificuldades, foi nomeado seu
Administrador Geral. Alcançou grande sucesso que, pouco depois, o fez chegar à
Presidência da General Motors. Assim, a diferença fundamental entre os irmãos
Curtice foi que um era montanhista e o outro campista. E de acordo com Paul
Stoltz, apenas 20 por cento das pessoas tem um conjunto de crenças que as
possibilita serem montanhistas.
O que deve ser entendido é que as crenças podem ser
modificadas e o processo de mudança pode operar milagres na vida de uma pessoa.
Neste sentido, cabe lembrar Robert Dilts, um especialista em mundaça de
crenças. Dilts curou sua mãe de um cancer, diagnosticado como incurável pelos
médicos, em 4 dias de dedicação integral e exaustiva. Mas existem outros casos,
como o de uma mulher de classe média baixa, que tinha a crença de que pessoas
da sua condição social não poderiam cursar uma universidade. E enquanto ela
tivesse esta crença, não poderia mesmo. Entretanto, o trabalho com a instalação
de novas crenças fez com que ela, não somente viesse a cursar uma universidade
e se formasse, mas também que se tornasse uma profissional de sucesso.
Fonte: Administradores
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