1. FUNÇÃO DO CONTROLE DE ESTOQUE
A administração do controle de estoque deve minimizar o
capital total investido em estoques, pois ele é caro e aumenta continuamente,
uma vez que, o custo financeiro também se eleva. Uma empresa não poderá
trabalhar sem estoque, pois, sua função amortecedora entre vários estágios de
produção vai até a venda final do produto.
Somente algumas matérias-primas têm a vantagem de estocar,
em razão da influência da entrega do fornecedor. Outras matérias-primas
especiais, o fornecedor precisa de vários dias para produzi-la.
O controle de estoque é de suma importância para a empresa,
sendo que controla-se os desperdícios, desvios, apura-se valores para fins de
análise, bem como, apura o demasiado investimento, o qual prejudica o capital
de giro.
Quanto maior é o investimento, também maior é a capacidade e
a responsabilidade de cada setor da empresa.
Os objetivos dos departamentos de compras, de produção, de
vendas e financeiro, deverá ser conciliado pela administração de controle de
estoques, sem prejudicar a operacionalidade da empresa. A responsabilidade da
divisão de estoques já é antiga; os materiais caem sobre o almoxarife, que zela
pelas reposições necessárias.
Na administração moderna, a responsabilidade dos estoques
fica sob uma única pessoa. Os departamentos tradicionais ficam livres desta
responsabilidade e podem dedicar-se à sua função primária.
2. OBJETIVO DO
CONTROLE DE ESTOQUE
O objetivo do controle de estoque é otimizar o investimento
em estoque, aumentando o uso dos meios internos da empresa, diminuindo as
necessidades de capital investido.
O estoque do produto acabado, matéria-prima e material em
processo não serão vistos como independentes. Todas as decisões tomadas sobre
um dos tipos de estoque, influenciarão os outros tipos. Às vezes acabam se esquecendo dessa regra nas
estruturas de organização mais tradicionais e conservadoras.
O controle de estoque tem também o objetivo de planejar,
controlar e replanejar o material armazenado na empresa.
3. POLÍTICA DE ESTOQUE
A administração geral da empresa deverá determinar ao
departamento de controle de estoque, o programa de objetivos a serem atingidos,
isto é, estabelece certos padrões que sirvam de guias aos programadores e
controladores e também de critérios para medir o desenvolvimento do
departamento.
Estas políticas são diretrizes que, de maneira geral, são as
seguintes:
- Metas de empresas quando há tempo de entrega dos produtos ao cliente;
- Definição do número de depósitos de almoxarifados e da lista de materiais a serem estocados nele;
- Até que nível deverão flutuar os estoques para atender uma alta ou baixa demanda ou uma alteração de consumo;
- As definições das políticas são muito importantes ao bom funcionamento da administração de estoques.
4. PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA O CONTROLE DE ESTOQUES
Para se organizar um setor de controle de estoque,
inicialmente deveremos descrever suas principais funções:
- Determinar o que deve permanecer em estoque. Número de itens;
- Determinar quando se deve reabastecer o estoque. Prioridade;
- Determinar a quantidade de estoque que será necessário para um período pré-determinado;
- Acionar o departamento de compras para executar a aquisição de estoque;
- Receber, armazenar e atender os materiais estocados de acordo com as necessidades;
- Controlar o estoque em termos de quantidade e valor e fornecer informações sobre sua posição;
- Manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e estados dos materiais estocados;
- Identificar e retirar do estoque os itens danificados.
Existem determinados aspectos que devem ser especificados,
antes de se montar um sistema de controle de estoque.
Um deles refere-se aos diferentes tipos de estoques
existentes em uma fábrica. Os principais tipos encontrados em uma empresa
industrial são: matéria-prima, produto em processo, produto acabado e peças de
manutenção.
5. MRP
INTRODUÇÃO
É muito fácil confundir-se ao tentar entender o que é MRP.
Há duas definições diferentes, mas relacionadas de MRP; entretanto,
compartilham do mesmo tema – elas auxiliam as empresas a planejar e controlar
suas necessidades de recursos com o apoio de sistemas informatizados.
MRP tanto pode significar o planejamento das necessidades de
materiais, como o planejamento dos recursos de manufatura. Com o tempo, esse
conceito desenvolveu-se de um foco na gestão de operações, que auxiliava o
planejamento e controle das necessidades de materiais, para se tornar,
atualmente, um sistema corporativo que apoia o planejamento de todas as
necessidades de recursos do negócio. Esse método é usado em empresas de
manufatura, embora haja alguns casos de aplicação em ambientes não manufatureiros.
5.1. O QUE É MRP?
O MRP original data dos anos 60, quando as letras queriam
dizer Material Requirements Planning, agora chamado de MRP Um ou MRP I. O MRP I
permite que as empresas calculem quantos materiais de determinado tipo são
necessários e em que momento. Para fazer isso, ele utiliza os pedidos em
carteira, assim como uma previsão para os pedidos que a empresa acha que irá
receber. O MRP verifica, então, todos os ingredientes ou componentes que são
necessários para completar esses pedidos, garantindo que sejam providenciados a
tempo.(Anexo IX).
É um sistema que ajuda as empresas a fazerem cálculos de volume e tempo similares a esses,
mas numa escala e grau de complexidade muito maiores. Até os anos 60, as
empresas sempre tiveram que executar esses cálculos manualmente, de modo a
garantir que teriam disponíveis os materiais certos nos momentos necessários.
Entretanto, com o advento dos computadores e a aplicação de seu uso nas
empresas a partir dos anos 60, surgiu a oportunidade de se executarem esses
cálculos detalhados e demorados, com o auxílio de um computador, de forma
rápida e relativamente fácil.
Durante os anos 80 e 90, o sistema e o conceito do
planejamento das necessidades de materiais expandiram e foram integrados a
outras partes da empresa. Esta versão ampliada do MRP é conhecida atualmente
como planejamento dos recursos de manufatura, Manufacturing Resourse Planning
ou MRP II. O MRP II permite que as empresas avaliem as aplicações da futura
demanda nas áreas financeiras e de engenharia, assim como analisem as
aplicações quanto à necessidade de materiais. Oliver Wight, que, juntamente com
Joseph Orlicky, é considerado o pai do MRP moderno, descreveu o planejamento
dos recursos de manufatura como um plano global para a empresa.
Utilizando o exemplo de uma festa, podem-se verificar as
diversas implicações da demanda futura. Você pode querer obter um sistema de
som mais forte, conseguindo emprestado de um amigo algumas caixas de som; você terá que planejar para garantir que no
momento de montar a festa, o equipamento adicional esteja disponível e você
sabia o que fazer com ele. De forma similar a festa tem implicações
financeiras. Você pode ter que conseguir um aumento de seu cheque especial, com
seu gerente ou, temporariamente, ampliar o limite do seu cartão de crédito.
Novamente, isto pode requerer algum planejamento antecipado em termos de alguns
telefonemas, assim como um cálculo prévio do quanto irá custar sua festa e,
consequentemente, de quanto crédito extra você necessita. Tanto as aplicações
em termos de finanças, como de equipamentos, podem variar, caso você aumente o
número de convidados de 40 para 80. De forma similar, se postergar a festa por
um mês, todas suas decisões irão mudar.
Empresas de manufatura podem fabricar e vender diferentes
variações de produtos finais, para centenas de clientes regulares, assim como
para centenas de clientes que só compram ocasionalmente. Muitos desses clientes
podem variar sua demanda pelos produtos. As aplicações disso são similares as de
preparar 75 festas numa semana, 40 na próxima, 50 na seguinte, todas para
diferentes grupos de convidados com diferentes necessidades, que mudam
constantemente de idéia sobre o que
querem comer e beber. Para garantir que a comida e a bebida certas estejam
disponíveis na festa certa, no momento correto, e que dinheiro não seja
desperdiçados, é necessário planejamento e controle, não apenas de materiais
mas também de dinheiro, pessoas e equipamentos. O MRP II ajuda as empresas a
planejar estas decisões com antecedência.
O planejamento de necessidades de materiais continua sendo o
coração de qualquer sistema MRP I ou II.
5.2. QUE É NECESSÁRIO PARA UTILIZAR O MRP I?
Para executar os cálculos de quantidade de tempo descrito,
os sistemas de planejamento das necessidades de materiais MRP I normalmente
requer que a empresa mantenha certos dados em arquivos de computador, os quais
quando o programa MRP I é rodado, podem ser verificados e atualizados. Para que
se possa compreender a complexidade de um sistema MRP, é necessário que se
entendam estes registros e arquivos de computador.
Começando na parte superior do anexo, as primeiras entradas
para o planejamento das necessidades de materiais são os pedidos de clientes e
a provisão de demanda. A primeira refere-se a pedidos firmes programados para
algum momento do futuro, enquanto a segunda, consiste em estimativas realistas
da quantidade e momento de pedidos futuros. O MRP executa seus cálculos com
base na combinação desses dois componentes de demanda futura. Todas as demais
necessidades calculadas neste processo são derivadas e dependentes dessas
demandas. Por causa disso, o MRP é como um sistema de demanda dependente. A
demanda dependente é aquela que é derivada de alguma outra decisão tomada
dentro da empresa, enquanto os sistemas de demanda independente são aqueles
adequados para os casos em que a demanda está fora do controle da empresa.
5.3. GESTÃO DA DEMANDA
A gestão da carteira de pedidos e da previsão de vendas
tomada conjuntamente, é denominada gestão da demanda. Esta engloba um conjunto
de processos que fazem a interface da empresa com seu mercado consumidor.
Dependendo do negócio, esses processos podem incluir o cadastramento de
pedidos, a previsão de vendas, a promessa de entrega, o serviço ao cliente e a
distribuição física. Por exemplo: se você coloca um pedido em uma empresa de
vendas por catálogo e telefona uma semana depois para verificar porque é que
suas compras não foram entregues, provavelmente será atendido por um operador
de telemarketing. Esse operador, olhando uma tela de computador, pode acessar
os detalhes de seu pedido específico e dizer o porquê de ter ocorrido um atraso
na entrega.
Atenciosamente, ele deve ser capaz de lhe prometer uma nova
data da entrega de sua encomenda, assim como informar-lhe qual modo será utilizado. A interação com clientes e as
necessidades resultantes desta interação disparam uma cadeia de necessidades de
processos. Para satisfazer ao cliente, o item tem que ser coletado de um
armazém. Logo, determinado operador deve receber as informações adequadas para
fazer isso e um mensageiro deve ser alocado para um momento específico. É de
vital importância para a gestão de operações, que a informação de demanda
esteja disponível e seja comunicada eficazmente, de modo que os planejamentos
possam ser feitos e os recursos organizados.
5.4.CARTEIRA DE PEDIDOS
A função de vendas, na maioria das empresas, normalmente
gerencia uma carteira de pedidos dinâmica e mutante, composta por pedidos
confirmados de clientes. Essa carteira de pedidos pode ser um registro em papel
numa empresa pequena, mas tende a consistir em um arquivo de computador em
empresas médias e grandes. Normalmente, essa carteira de pedidos conterá
informações sobre cada pedido de um cliente. Para o processo de cálculo das
necessidades de materiais do MRP I, são de particular interesse os registros do
que exatamente cada cliente pediu, em que quantidade e em que momento.
5.5. ALTERAÇÕES NOS PEDIDOS DE VENDA
Os pedidos de venda, normalmente, representam um comprometimento
contratual por parte do cliente. Entretanto, dependendo do negócio em que uma
empresa esteja, este comprometimento pode não ser tão firme como possa parecer.
Os clientes podem mudar de idéia sobre o que necessitam, mesmo depois de ter
feito seus pedidos. Eles podem requerer uma quantidade maior ou menor de um
item específico ou mudar a data necessária para a entrega do material. Em
virtude da flexibilidade e o serviço ao cliente estarem tornando-se fatores
competitivos cada vez mais importantes, alterações das necessidades estão se
tornando características cada vez mais comuns na maioria das empresas. Se os
clientes estão comprando bens industriais como componentes, pode ser que seus
próprios clientes sejam a causa da mudança de necessidades. Considerando que,
alguns dos clientes possam solicitar mudanças em seus pedidos, não uma vez, mas
várias, mesmo depois que o pedido foi solicitado, fica evidente que a gestão da
carteira de pedidos é um processo dinâmico e complexo.
As organizações devem decidir quanto à flexibilidade que
irão permitir aos clientes e em que grau seus clientes deverão arcar com as
conseqüências das mudanças que solicitarem. As decisões sobre a forma de
flexibilidade, é permitido aos clientes que têm impacto enorme sobre as operações
do negócio como um todo e sobre os cálculos das necessidades detalhadas de
materiais em recursos. Nem todas as operações têm o mesmo grau de visibilidade
em termos do conhecimento dos pedidos de clientes.
Em empresas de manufatura, os clientes estão se tornando
cada vez mais relutantes em comprometer-se firmemente e com muita antecedência,
com os detalhes dos pedidos de seus componentes específicos, em virtude das
constantes mudanças no ambiente competitivo. Além disso, na medida em que a
velocidade de entrega se torna cada vez mais importante, em virtude do
fornecimento Just in Time, é possível que, no momento em que os pedidos firmes
sejam recebidos, não haja tempo suficiente para comprar os materiais
necessários, executar os processos de manufatura nesses materiais e, então,
entregar o produto ao cliente. Enquanto muitas empresas de manufatura estão se
esforçando bastante para reduzir o tempo de resposta à demanda dos clientes,
muitas ainda não chegaram ao estágio de serem capazes de responder Just in Time
aos seus pedidos.
Consequentemente, por todas essas razões, muitas empresas
têm que prever suas necessidades futuras, de modo a assegurar que as
matérias-primas estejam disponíveis para que possam iniciar seus próprios
processos, uma vez que um pedido seja recebido.
5.6. PREVISÃO DE DEMANDA
Qualquer que seja o grau de sofisticação do processo de
previsão numa empresa, é sempre difícil utilizar dados históricos para prever
futuras tendências, ciclo ou sazonalidades. Dirigir uma empresa que utiliza
previsões baseadas no passado, pode ser comparado a dirigir um carro olhando
apenas para o espelho retrovisor. Apesar das dificuldades, muitas empresas não
têm alternativa, portanto, devem fazer previsões.
5.7. COMBINANDO PEDIDOS E PREVISÕES
A combinação de pedidos realizados e pedidos previstos é
utilizada para representar a demanda em muitas empresas. É importante que a
previsão usada para o planejamento da produção não seja um objetivo de
vendas, que pode ser estabelecido de
forma otimista a motivar o esforço dessas vendas. Ainda que muitas empresas
utilizem tais objetivos, a previsão deve ser algo diferente. Ela deve ser a
melhor estimativa, em dado momento, daquilo que de forma razoável é esperado
que aconteça. Uma das mais importantes características da gestão da demanda está
evidente: quanto mais você olha para o futuro, menos certeza há a respeito da
demanda.
A maioria das empresas têm, a curto prazo, conhecimento
sobre a demanda em termos de pedidos individuais. Entretanto, poucos clientes
colocam pedidos muito adiante no futuro. Para refletir a possível demanda, uma
previsão é adicionada, com base em dados históricos e em informações do
mercado, obtidas a partir dos vendedores de campo. À medida que os pedidos são
recebidos, o elemento de previsão do perfil de demanda deve ser reduzido, dando
a impressão de que esta previsão está sendo consumida ao longo do tempo pelos
pedidos firmes.
Diferentes tipos de empresas têm seu próprio perfil em
termos de mix de pedidos firmes, já em carteira
e pedidos previstos. Uma empresa que trabalha contra pedido, como uma
gráfica comercial, tende a ter maior visibilidade de seus pedidos firmes ao
longo do tempo, em relação aquelas que produzem para estoque, como um
fabricante de bens de consumo duráveis. Empresas que trabalham totalmente sob
encomenda não compram a maioria de suas matérias-primas até que recebem um
pedido firme do cliente. Outras, não só podem arriscar a comprar materiais,
como também não podem estabelecer meios para contratação de mão-de-obra ou
equipamentos. Há algumas empresas que têm muito pouca certeza a respeito dos
seus pedidos, no momento em que tomam a maioria de suas decisões. Por exemplo,
as editoras de jornais distribuem seus exemplares às bancas num sistema de
consignação; isto é, a demanda real só lhe é evidente ao final do dia, quando
podem calcular quantos jornais foram realmente vendidos.
Muitas firmas têm que operar com uma combinação variável de
pedidos firmes e previsões. Diferentes tipos de empresas têm diferentes graus
de certeza sobre sua demanda, no momento em que tomam decisões de planejamento
e controle da produção, sendo que esta certeza pode variar ao longo do tempo
numa perspectiva de planejamento e controle. O resultado da atividade da gestão
da demanda é uma predição sobre o futuro em termos de que os clientes irão
comprar. Esta informação, seja formada por pedidos firmes, previsões ou uma
combinação de ambos, é a fonte mais importante para o programa-mestre de
produção.
5.8. PROGRAMA-MESTRE DE PRODUÇÃO
O programa-mestre de produção, MPS – Master Production
Schedule, é a fase mais importante do planejamento e controle de uma empresa,
constituindo-se na principal entrada para o planejamento das necessidades de
materiais.
5.9. O MPS NA MANUFATURA
Na manufatura, o MPS contém uma declaração da quantidade e
momento em que os produtos finais devem ser produzidos; esse programa direciona
toda a operação em termos do que é montado, manufaturado e comprado. É a base
do planejamento de utilização de mão-de-obra e equipamentos e determina o
aprovisionamento de materiais e capital.
5.10. O MPS EM SERVIÇOS
O MPS também pode ser utilizado em empresas de serviços. Por
exemplo: num hospital há um programa-mestre que indica quais cirurgias estão
planejadas e para quando. Ele direciona o aprovisionamento de materiais para as
cirurgias, assim como de instrumentos, sangue e acessórios. Também dirige a
programação de pessoal para as cirurgias, incluindo anestesistas, enfermeiras e
cirurgiões.
5.11. FONTES DE INFORMAÇÕES PARA O MPS
É importante que todas as fontes de demanda sejam
consideradas quando o programa-mestre de produção é gerado. São geralmente os
pequenos pedidos de última hora que geram distúrbios em todo o sistema de
planejamento de uma empresa.
Exemplo: empresas irmãs podem tomar emprestado alguns
componentes sem prévio-aviso. Se tais práticas são permitidas, os sistemas de
planejamento e controle precisa considerá-las.
5.12. REGISTRO DO PROGRAMA-MESTRE DE PRODUÇÃO
O programa-mestre de produção é constituído de registros com
escala de tempo que contém, para cada produto final, as informações de demanda
e estoque disponível atual. Usando esta informação, o estoque disponível é
projetado à frente no tempo. Quando não há estoque suficiente para satisfazer à
demanda futura, quantidades de pedidos são inseridas na linha do
programa-mestre.
5.13. EXEMPLO DE PRÁTICA RUIM NA PROGRAMAÇÃO-MESTRE
Infelizmente muitas empresas aceitam todos os pedidos de
clientes e tentam atendê-los. Há duas possibilidades aqui. A primeira, é que a
produção falha em atender, não consegue manufaturar os produtos, frustrando seu
cliente. A segunda é que, de alguma forma, a empresa sempre consegue dar uma
solução. Isto indica que seu sistema de planejamento está carregando capacidade
em excesso, ou folgas, que não são percebidas no processo MRP. Ambos os
cenários representam práticas ruins na gestão de sistema MRP.
Algumas empresas que usam esse sistema, ainda tratam
erradamente o programa-mestre de produção como um objetivo em vez de um plano.
Há exemplos de programadores mestres de produção que programam dez por cento a
mais, na esperança de que seu programa seja atendido. As implicações de um
programa-mestre não realístico são enormes. Se este é superestimado em dez por
cento, dez por cento a mais de material é aprovisionado e dez por cento a mais
de mão-de-obra são programados.
5.14. A LISTA DE MATERIAIS
O programa mestre dirige o restante do processo MRP. Tendo
estabelecido este nível de programação, o MRP executa os cálculos para
determinar a quantidade e o momento das necessidades de montagens, submontagens
e materiais de modo a atender o programa.
Programas de planejamento de necessidades de materiais
precisam verificar os componentes ou ingredientes de cada item a ser fabricado.
Uma lista de materiais mostra quais e quantos itens são necessários para
fabricar ou montar outros itens. Inicialmente, é mais fácil pensar sobre isso
como uma estrutura de produtos.
5.15. CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES DO MRP
Há várias características desta estrutura de proteção e do
MRP em geral, que devem ser notadas neste momento.
- Quantidades múltiplas de alguns itens são necessárias; isso significa que o MRP deve conhecer a quantidade necessária de cada item para ser capaz de multiplicar pelas necessidades.
- Um mesmo item pode ser utilizado em diferentes partes da estrutura de produto.
- A estrutura de produto pára, quando ela chega aos itens que não são fabricados pela empresa.
5.16. REGISTROS DE ESTOQUE
O arquivo de listas de materiais fornece ao MRP, então, a
base de dados dos ingredientes ou estrutura dos produtos. Em vez de
simplesmente tomar esses ingredientes e multiplicá-los pela demanda, de modo a
determinar as necessidades totais de materiais, o MRP reconhece que alguns dos
itens necessários podem já estar em estoque. Esse estoque pode estar na forma
de produtos finais, estoque em processo ou matéria-prima. Verificar quanto
estoque há disponível de cada produto final, sub-montagens e componentes. Para
que se possa calcular o que é chamado de necessidade líquida, a quantidade
extra necessária passa juntamente com o estoque a atender à demanda. Para fazer
isso, o MRP requer que sejam mantidos registros de estoque.
Há três arquivos principais no sistema MRP que apoiam a
gestão dos estoques. São eles:
- O arquivo de itens;
- O arquivo de transações;
- O arquivo de locais.
5.17. ARQUIVO DE ITENS
A chave para todos os registros de estoque é normalmente o
código do item. Cada item utilizado em uma empresa de manufatura deve ser
identificado por uma codificação-padrão, de modo que não haja confusão entre as
pessoas que compram o item e aquelas que o fornecem, ou ainda, quem o utiliza
no processo de manufatura. A maioria das empresas de manufatura, portanto, estabelece
um número para cada item. Os códigos de itens podem ser totalmente numéricos ou
podem ser combinações alfanuméricas de letras e números. Algumas empresas acham
conveniente utilizar mnemônicos, que ajudam os usuários a identificar qual item
é representado por um código específico. Sistemas complexos de numeração com
verificação cruzada são normalmente adotados para prevenir erros, como trocar
dois dígitos. Números de cartões de crédito usam esse tipo de verificação
cruzada.
Além do código, o arquivo de itens contém todos os dados
estáveis de um item. Normalmente, ele pode ser visto com uma tela de
computador, com campos que incluem a descrição do item, sua unidade de medida e
seu custo-padrão. É interessante notar que o Lead time de compra ou produção do
item, é normalmente tratado como um dado fixo pelo fator de estar localizado
num arquivo de itens. Muitas empresas falham no monitoramento adequado do Lead
time de um item. Ele pode variar entre fornecedores e mudar dependendo da época
do ano e de acordo com as condições do mercado fornecedor.
Contudo, algumas empresas ainda erram a favor da segurança,
assumindo o máximo Lead time possivelmente esperado. Isto significa que a
discrepância entre a Lead time real e ao Lead time de planejamento pode ser bastante
grande em algumas empresas de manufatura.
5.18. ARQUIVOS DE TRANSAÇÕES
Para levar em conta os níveis de estoque, o MRP precisa
conhecer tais níveis para cada item. O arquivo de transações registra as
entradas e as saídas do estoque, além do
balanço a cada movimentação. No passado essas transações eram informadas ao
sistema durante a noite ou a intervalos periódicos; isto causava problemas,
pois as informações do sistema estava sempre defasada da realidade. Os sistemas
MRP atuais atualizam seus estoques em tempo real. Isto significa que o arquivo
de transações é atualizado no momento em que ocorre uma entrada ou saída de
material. Portanto tem implicações quanto ao número de terminais de computador
necessários para a operação, sua localização, além do número de pessoas que
devem ser treinadas para utilizá-los. Os benefícios do processamento em tempo
real, entretanto, ultrapassam de longe qualquer custo adicional de equipamento
e treinamento.
5.19. ARQUIVO DE LOCAIS
Os armazéns ou pontos de estocagem na produção precisam ser
gerenciados. Alguns armazéns operam num sistema de localização fixa, de modo
que cada item específico possa sempre ser localizado em determinado local.
Entretanto empresas que operam com uma faixa larga e mutável de itens de estoque
consideram este sistema ineficiente. Em vez disso, elas operam com sistema de
localização aleatório no qual os itens são localizados no espaço disponível
mais próximo. Um sistema de localização aleatória requer controle cuidadoso, já
que um mesmo item pode estar localizado em diferentes pontos num mesmo momento.
Além de serem mais eficientes na utilização do espaço, estes sistemas tornam
mais fácil garantir a rotatividade física do estoque, facilitando assim, a
implementação de um sistema primeiro que entra, primeiro que sai. Quando o
computador gera as listas de coleta, instruindo os operadores dos armazéns
mecânicos ou humanos a coletar os itens do estoque, ele pode garantir que itens
mais velhos sejam coletados primeiro.
5.20. ACUIDADE DOS REGISTROS DE ESTOQUE
Assim como na gestão das listas de materiais, é crítico para
um sistema MRP, que os registros de estoque estejam precisos e atualizados. Os
erros ocorrem e o estoque pode ser desviado ou perecer de modo que os registros
destes nunca irão refletir exatamente o que há fisicamente em estoque numa
empresa. Em virtude disso, controles rotativos de inventário, CRI, são
executados em muitas empresas.
O CRI consiste em verificar se a localização e o nível
físico de estoque de determinado item coincidem com o registro no computador.
Quando uma diferença é encontrada, o registro do computador é atualizado para
refletir a realidade. É como o trabalho de pintar uma ponte muito longa, em que
tão logo o serviço é terminado, já é hora de começar novamente. Antes que o
controle rotativo de inventário estivesse bem estabelecido nas empresas, o
estoque era verificado anualmente, de modo a se adequar aos procedimentos
contábeis. Isto significa que, particularmente próximo do final do ano, eram
freqüentes as ocorrências de se encontrarem locais de armazenagens vazios,
enquanto o computador instruía os operadores a neles coletarem materiais para a
produção. As implicações da falta de acuidade dos registros de estoques são
faltas de material que levam a reprogramações da produção, resultando
ineficiências e, possivelmente, em falhas na satisfação de um pedido de
cliente.
5.21. CÁLCULO MRP
Até aqui examinamos todas as informações necessárias para
indicar o processo de planejamento. Embora essas informações sejam um
pré-requisito necessário ao MRP, não são o coração do procedimento. Na verdade,
o MRP é um processo sistemático de tomar essas informações de planejamento e calcular
a quantidade e o momento das necessidades que irão satisfazer à demanda.
5.22. PROCESSO DE CÁLCULO DAS NECESSIDADES LÍQUIDAS
O MRP toma o programa-mestre de produção, o programa de
produção planejado para cada produto final,
e explode este programa através da lista de materiais de nível único,
verificando quantas submontagens e componentes são necessários. Antes de descer
para o próximo nível da estrutura do produto, o MRP verifica quanto dos
materiais necessários já estão disponíveis em estoque. Ele gera, então, as
ordens de trabalho ou requisições para as necessidades líquidas dos itens que
serão feitos na fábrica. Essas necessidades líquidas formam, então, o programa
que será explodido através da lista de materiais de nível único para o próximo
nível abaixo na estrutura.
Novamente o estoque disponível desses itens é verificado;
ordens de trabalho são geradas para as necessidades líquidas dos itens que
serão feitos na fábrica, sendo também geradas as ordens de compra para as
necessidades líquidas dos itens que serão adquiridos de fornecedores. Este
processo continua até que se segue ao nível mais baixo da estrutura do produto.
5.23. PROGRAMAÇÃO PARA TRÁS
Além de calcular a quantidade de materiais necessários, o
MRP também considera quando cada um desses componentes é necessário, isto é, os
momentos da programação de materiais. Ele faz isto através de um processo
denominado programação para trás, que leva em conta os Lead time de cada nível
de montagem.
Mas também existe alguns itens que só podem ser adquiridos
em tamanhos de lotes mínimos. Em virtude do tempo e do custo envolvido em
preparar uma máquina, pode ser que se considere eficiente utilizá-la apenas se
for para um tamanho de lote razoável. De forma similar, alguns itens comprados
são adquiridos em embalagens fechadas, em quantidades tais, que permita que se
consiga um desconto, mesmo que dessa forma se esteja comprando mais que o
necessário. Outra razão para que algumas empresas produzam ou comprem mais do
que eles necessitam no momento, é obter uma margem de segurança para o caso de
variações não planejadas, tanto na demanda como no fornecimento.
5.24. MRP DE CICLO FECHADO
Quando o MRP foi originalmente utilizado na manufatura, os
planos de materiais eram emitidos no início da semana, sendo o planejamento
completamente refeito na próxima semana, quando então era emitido novo conjunto
de planos. Este processo era repetido semanalmente, mas não havia um ciclo de
realimentação para dizer se o plano era atingível e se tinha realmente sido atingido.
Os sistemas MRP que inicialmente incluíram ciclos de realimentação, ficaram
conhecidos como MRP de ciclo fechado.
O fechamento do ciclo de planejamento em sistemas de MRP
envolve a confrontação dos planos de produção contra os recursos disponíveis.
Portanto, a capacidade é verificada ao longo de todo o processo e, caso os
planos propostos não sejam variáveis em qualquer nível, eles são revisados.
Todos os sistemas MRP, mesmos os mais
simples, são sistemas de ciclo fechado. Eles utilizam três rotinas de
planejamento para confrontar os planos de produção contra os recursos
produtivos:
- Planos de necessidades de recursos;
- Planos de capacidade grosso modo;
- Planos de necessidades de capacidade.
5.25. PLANO DE NECESSIDADES DE RECURSOS
Os planos de necessidades de recursos são planos estáticos
que envolvem a análise do futuro de longo prazo, de forma a prever as
necessidades de grandes partes estruturais da unidade produtiva, como o número,
a localização e o tamanho de novas unidades. Como eles constituem tentativas de
viabilizar a produção no longo prazo, através da obtenção dos recursos
necessários, são algumas vezes chamados de
planos de capacidade infinita, dado que assumem uma habilidade quase
infinita de estabelecer dados sobre os níveis de produção, caso a demanda
garanta sua necessidade.
5.26. PLANOS DE CAPACIDADE A GROSSO MODO
RCCP – ROUGH-CUT CAPACITY PLANS
No médio e curto prazo, os programas mestres de produção
devem utilizar a capacidade disponível. O ciclo de realimentação neste nível
confronta o MPS somente contra os gargalos e recursos-chaves; se o MPS não é
viável, ele deve ser ajustado. Logo, diferentemente do plano de necessidades de
recursos, os planos de capacidade grosso modo são planos de capacidade finita, porque devem
operar com certas restrições.
5.27. PLANOS DE NECESSIDADES DE CAPACIDADE
CRP – CAPACITY REQUERIMENTS PLANS
Numa base diária, as ordens de trabalho que devem ser
emitidas pelo MRP, normalmente tem um efeito variável sobre a carga de
equipamentos específicos ou trabalhadores individuais. O CRP projeta esta carga
periódica à frente. Ele é um plano de capacidade infinita, contudo não leva em
conta as restrições de capacidade de cada máquina ou centro de trabalho. Caso
esta carga seja oscilante, ela pode ser suavizada através do replanejamento com
capacidade finita ou através da alocação temporária de recursos ao setor.
O sistema MRP de ciclo fechado pode ser desenvolvido de modo
a gerar planos de curtíssimo prazo.
6. CUSTOS DOS ESTOQUES
Qualquer tipo de armazenamento de matéria-prima gera
determinados custos que são:
- Juros
- Depreciação
- Aluguel
- Equipamentos de manutenção
- Deterioração
- Obsolescência
- Seguros
- Salários
- Conservação
Estes custos, podem ser divididos em modalidades:
- Custos de capital - juros, depreciação.
- Custos com pessoal - salários, encargos sociais.
- Custos de edificação - aluguel, impostos, luz e conservação.
- Custos de manutenção - deterioração, obsolescência e equipamentos.
Há duas variáveis que elevam estes custos, as quais são: a
quantidade em estoque e o tempo de permanência em estoque.
Elevadas quantidades de matéria-prima em estoque somente
poderão ser movimentadas com a utilização de um maior número de funcionários
ou, então, com maior uso de equipamentos de movimentação. Com isso, resultará
na elevação destes custos, assim quando há um menor volume de matéria-prima em
estoque, os custos serão diminuídos, estes custos relacionados podem ser
chamados de custos de armazenagem. Esses são calculados baseado no estoque
médio e geralmente indicados em porcentagem do valor em estoque, com isso os
custos de armazenagem são proporcionais à quantidade e o tempo que uma
matéria-prima permanece em estoque.
7. PREVISÃO PARA OS ESTOQUES
Toda a teoria dos estoques é pautada na previsão do consumo
de material.
A previsão de consumo determina estas estimativas futuras
dos produtos que a empresa comercializa.
Assim, determina quais produtos, quanto e quando serão
vendidos. A previsão possui características básicas, que são:
- Ponto de partida de todo planejamento empresarial
- Não consiste uma meta de vendas
- Sua previsão deve ser compatível com o custo de obtê-la
Há informações
básicas na previsão dos estoques que se dividem em duas categorias:
quantitativas e qualitativas, estas permitem decidir quais serão as dimensões e
a distribuição no tempo da demanda dos produtos acabados.
1. Quantitativas:
- Evolução das vendas no passado;
- Variáveis cuja evolução e explicação estão ligadas diretamente às vendas;
- Variáveis de fácil previsão, relativamente ligadas às vendas - populações, renda, PNB;
- Influência da propaganda.
2. Qualitativas:
- Opinião dos gerentes;
- Opinião dos vendedores;
- Opinião dos compradores;
- Pesquisa de mercado.
No comportamento dinâmico do processo, existem as técnicas
de previsão do consumo que se classificam em três grupos:
a) Projeção: admite-se que o futuro será a repetição do
passado ou as vendas se elevarão com o tempo, assim este grupo é de natureza
quantitativa.
b) Explicação: procura-se explicar as vendas do passado
mediante leis que relacionem as mesmas com outras variáveis, cuja evolução é
conhecida ou previsível. São aplicações de técnicas de regressão e correlação.
c) Predileção: funcionários e conhecedores de fatores
influentes nas vendas e no mercado estabelecem a evolução das vendas futuras.
Também existem alguns fatores que podem alterar o
comportamento do consumo e influenciar na previsão para os estoques.
a) Influências políticas;
b) Influências conjunturais;
c) Influências sazonais;
d) Alterações no comportamento dos clientes;
e) Inovações técnicas;
f) Tipos retirados da linha de produção;
g) Alteração da produção;
h) Preços competitivos dos concorrentes.
8. TEMPO DE REPOSIÇÃO
O tempo de reposição é uma das informações básicas
necessárias para se calcular o estoque mínimo.
O tempo de reposição consiste no tempo gasto desde a
averiguação de que o estoque necessita ser reposto até a entrega efetiva do
material no almoxarifado da empresa.
Assim este tempo pode ser dividido em três partes:
a) Emissão do pedido: - tempo que leva desde a emissão do
pedido de compra até ele chegar ao fornecedor;
b) Preparação do pedido: - tempo que leva o fornecedor para
fabricar os produtos até deixá-los em condições de serem transportados;
c) Transporte: - tempo que leva da saída do fornecedor até o
recebimento dos materiais pela empresa.
Em relação à sua importância, o tempo de reposição deve ser
determinado do modo mais realista possível, pois as variações podem alterar
toda a estrutura dos sistemas de estoques.
9. ESTOQUE MÍNIMO
O estoque mínimo ou também chamado estoque de segurança,
determina a quantidade mínima que existe no estoque, destinada a cobrir
eventuais atrasos no suprimento e objetivando a garantia do funcionamento
eficiente do processo produtivo, sem o risco de faltas.
Entre as causas que ocasionavam estas faltas, pode-se citar
as seguintes: oscilações no consumo; oscilações nas épocas de aquisição, ou
seja, atraso no tempo de reposição; variação na quantidade, quando o controle
de quantidade rejeita um lote e diferenças de inventário.
A importância do estoque mínimo é a chave para o adequado
estabelecimento do ponto de pedido.
Idealmente o estoque mínimo poderia ser tão alto que jamais
haveria, para todas as finalidades práticas, ocasião de falta de material.
Entretanto, desde que,
a quantidade de material representada como margem de segurança não seja
usada e, torna-se uma parte permanente do estoque, a armazenagem e os outros
custos serão elevados. Ao contrário, se estabelecer uma margem de segurança
demasiado baixa, acarretaria custo de ruptura, que são os custos de não possuir
os materiais disponíveis quando necessários, isto é, a perda de vendas,
paralisação da produção e despesas para apressar entregas.
Estabelecer uma margem de segurança, ou estoque mínimo, é um
risco que a empresa assume na ocorrência da falta de estoque.
A determinação do estoque mínimo pode ser feita através de
fixação de determinada projeção mínima, estimada no consumo, e cálculo com base
estatística.
Nestes casos, parte-se do pressuposto de que deve ser
atendida uma parte do consumo, isto é, que seja alcançado o grau de atendimento
adequado e definido.
Esse grau de atendimento, nada mais é, que a relação entre a
quantidade necessitada e quantidade atendida.
10. ESTOQUE MÁXIMO
O estoque máximo é igual a soma do estoque mínimo e do lote
de compra.
O lote de compra poderá ser econômico ou não.
Em condições normais de equilíbrio entre a compra e o
consumo, o estoque oscilará entre os valores máximo e mínimo.
O estoque máximo é uma função no lote de compra e do estoque
mínimo, e evidentemente, variará todas as vezes em que uma ou duas parcelas
acima variarem. O estoque máximo sofrerá também limitações de ordem física,
como espaço para armazenamento. É possível ainda diminuir, tanto o tamanho do
lote como o de estoque mínimo, quando a falta de capital torna-se maior.
É preferível diminuir o tamanho do lote e diminuir o estoque
mínimo, a fim de evitar a paralisação da produção por falta de estoque.
11. CURVA ABC DAS MATÉRIAS-PRIMAS
A mais importante técnica para administrar os estoques é a
chamada análise ABC.
A forma prática da aplicação de análise ABC, obtêm-se por
ordenação dos itens em função do seu valor relativo.
A técnica ABC, é a única que trás resultados imediatistas em
fase da sua simplicidade de aplicação.
Uma vez que consegue-se ordenar todos os itens pelo seu
valor relativo, passa-se a classificá-los em três grupos chamados A, B e C,
conforme exemplo a seguir:
- Classe A, neste grupo, incluem-se todos os itens de valor elevado e portanto, são os que requerem maior cuidado por parte do administrador de matéria-prima.
- Classe B, incluem-se os itens de valor intermediativos; e
- Classe C, mantém-se os itens de menos valor relativo.
Assim, divide-se o inventário em três classes.
- Classe A, que requer controle rigoroso;
- Classe B, que requer um controle menos rigoroso;
- Classe C, que requer um controle apenas rotineiro.
Se a classe A representa nove por cento dos itens, isto é,
treze itens ela pode representar sessenta por cento do capital investido em
estoque.
A classe B representa trinta e um por cento do total dos
itens, isto é, quarenta e três itens correspondem a vinte e cinco por cento do
capital.
A classe C representa portanto, sessenta por cento dos
itens, ou seja, oitenta e quatro itens e vai corresponder a quinze por cento do
valor empatado em estoque.
Somando-se os itens das classes A e B, isto é, treze mais
quarenta e três é igual a cinqüenta e seis,
verifica-se que isto representará oitenta e cinco por cento do total do
investimento em estoque.
Portanto, um controle acentuado e eficiente sobre os
quarenta por cento dos itens, significará controlar bem oitenta e cinco por
cento dos investimentos em estoque.
12. ROTATIVIDADE DAS MATÉRIAS-PRIMAS
A rotatividade ou giro do estoque é uma relação existente
entre o consumo anual e o estoque médio do produto.
A rotatividade é expressa no inverso de unidade de tempo ou
em vezes, isto é, vezes por dia, ou por
mês ou por ano.
O índice de giro pode também ser obtido através de valores
monetários de custos ou de venda.
O grande mérito do índice de rotatividade do estoque é que
ele representa um parâmetro fácil para a comparação do estoque, entre empresas
do mesmo ramo de atividade e entre classes de material do estoque.
Para fins de controle, deve-se determinar a taxa de
rotatividade adequada à empresa e então comprá-la com a taxa real. É bastante
recomendável ao determinar o padrão de rotatividade, estabelecer um índice para
cada grupo de materiais que corresponda a uma mesma faixa de preço ou consumo.
Fonte: Cola da Web
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