A Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Canadense de
Pediatria atestam que bebês com idades entre 0 e 2 anos não devem ter qualquer
exposição à tecnologia
Não é novidade que dispositivos como celulares, tablets e
videogames tiveram seus usos drasticamente aumentados, possibilitando o acesso
à tecnologia por crianças ainda muito novas. E esse contato normalmente
acontece com bastante frequência, às vezes de quatro a cinco vezes mais do que
é recomendado por pediatras, o que pode acarretar graves problemas em sua
formação.
Segundo o Huffington Post, a Academia Americana de Pediatria
e a Sociedade Canadense de Pediatria atestam que bebês com idades entre 0 e 2
anos não devem ter qualquer exposição à tecnologia. Já as crianças um pouco
maiores, entre 3 e 5 anos, devem ter acesso restrito a uma hora por dia,
enquanto os que têm entre 6 e 18 anos devem ter acesso restrito a 2 horas por
dia.
A seguir estão 10 razões pelas quais pesquisadores não
recomendam esse contato tão próximo e constante dos mais jovens com a
tecnologia.
1. Impactos no processo de crescimento do cérebro
Na faixa que compreende a maior parte da formação do cérebro
da criança, entre 0 e 2 anos, na qual o cérebro triplica de tamanho, o
desenvolvimento inicial é determinado por estímulos ambientais ou pela falta
dele. O exagero de estímulos que a tecnologia pode causar pode afetar
negativamente o funcionamento cognitivo, além de causar déficit de atenção,
dificuldade no aprendizado e diminuição da capacidade de autocontrole.
2. Atraso no desenvolvimento
O uso da tecnologia restringe o movimento, o que pode
resultar em atraso de desenvolvimento, já que o movimento melhora atenção e a
capacidade de aprendizagem. Atualmente, uma em cada três crianças entra na
escola com problemas, impactando negativamente o aprendizado e o desempenho
escolar.
3. Obesidade
O uso de TV e videogame está diretamente ligado ao aumento
da obesidade. Crianças com dispositivos eletrônicos em seus quartos têm 30% de
aumento na incidência de obesidade. Hoje, uma em cada três crianças brasileiras
está acima do peso. 30% das que têm obesidade irão desenvolver diabetes e os
indivíduos obesos têm maior risco de acidente vascular cerebral e ataque
cardíaco precoce, diminuindo sua expectativa de vida.
4. Privação do sono
60% dos pais não supervisionam o uso de tecnologia de seus
filhos e 75% destas crianças utilizam esta tecnologia de seus quartos. 75% das
crianças com idade entre 9 e 10 anos não dormem para ficarem conectadas e, como
resultado, suas notas na escola são negativamente impactadas.
5. Doenças mentais
O excesso de tecnologia está implicado como a principal
causa das taxas crescentes de depressão infantil, ansiedade, déficit de
atenção, autismo, transtorno bipolar, psicose e comportamento infantil
problemático. De cada seis crianças canadenses, pelo menos uma tem uma doença
mental diagnosticada, muitas das quais estão em uso de medicação psicotrópica
perigosa.
6. Agressão
Conteúdo de mídia violento pode causar agressividade
infantil. Com o número de casos de violência física e sexual sempre em
crescimento na mídia atual, as crianças vão, cada vez mais, sendo expostas a
isso. Jogos, como “Grand Theft Auto V”, retratam sexo explícito, assassinato,
estupro, tortura e mutilação, assim como fazem muitos filmes e programas de TV.
Por ser catalisador nos casos de agressão infantil. Os EUA classificaram a
violência midiática como risco à saúde.
7. Demência digital
O número de informações que as crianças absorvem pode
contribuir para o déficit de atenção, como também contribui para o baixo
rendimento da capacidade de concentração e de memória, pois o cérebro elimina
trilhas neuronais no córtex frontal. Crianças incapazes de se concentrar são
crianças incapazes de ler.
8. Vícios
Com o crescimento do vício dos pais em tecnologia, decrescem
os cuidados e o apego com os filhos. Na falta de controle paterno, as crianças
se conectam aos dispositivos, gerando dependência também em seus filhos. Uma em
cada 11 crianças com idades entre 8 e 18 anos é viciada em tecnologia.
9. Emissão de radiação
Em 2011, a OMS (Organização Mundial de Saúde) classificou
telefones celulares (e outros dispositivos sem fio) como um risco de categoria
2B (possível cancerígeno), devido à emissão de radiação. James McNamee, da
Health Canada, emitiu um aviso de advertência dizendo: “As crianças são mais
sensíveis do que os adultos a uma variedade de agentes – como seus cérebros e
sistemas imunológicos ainda estão em desenvolvimento – então você não pode
dizer que o risco seria igual para um jovem adulto quanto é para uma criança”.
Em 2013, um estudo feito pelo Dr. Anthony Miller, da Universidade da Escola de
Saúde Pública de Toronto, descobriu que a exposição à radiofrequência deveria
ser classificada como 2A (provável cancerígeno) e não um 2B (possível
cancerígeno).
10. Falta de sustentabilidade
As maneiras pelas quais as crianças são criadas e educadas
com a tecnologia já não são sustentáveis. Crianças são o futuro, mas não
existirá futuro para crianças com overdose de tecnologia. Cuidar disso é
urgente, necessário e precisa ser feito em conjunto, a fim de reduzir o uso de
tecnologia por crianças.
Fonte: Administradores
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