Certo dia uma amiga de longa data me chamou no chat do face
e disse que estava saindo com um cara havia meses e que em sua mente assolava
uma dúvida que muitas às vezes causava-lhe uma grande paralisia...
A dúvida, por incrível que pareça, é pior que uma anestesia,
esta por sua vez dependendo da dosagem (tempo em que você se debate ou reluta
contra ela) pode paralisar durante dias e até meses. Voltando à descrição do assunto
(resumo desse artigo) minha amiga relatou que estava saindo com um cara havia
semanas e a mesma estava vivendo (sem que imaginasse ou percebesse) um grande
amor platônico, alimentado por falsas esperanças.
Entre uma saída e outra "o cara" dava sinais: hora
de que estava realmente afim dela, hora de interesse apenas em sua amizade.
Esses pequenos sinais de linguagem corporal e, às vezes, verbal abrem em nossa
mente uma espécie de dúvida movediça: quanto mais você "se mexe ou
pensa" mais você se afunda. A coitada estava perdida em um mar de
sentimentos e buscava, em meio a tantos sinais dados pelo dito cujo, apenas uma
resposta.
Em meio a lamúrias e choros, intervim dizendo o seguinte:
"Homens gostam de mulheres seguras de si, homens gostam de mulheres
decididas e mesmo que o cara seja introvertido, tímido, não tome a frente. No
entanto, tá na hora de você se livrar dessas amarras (dúvidas) e expor suas
intenções". O relacionamento é um contrato entre as partes, onde ambos têm
de ceder, atender às necessidades alheias (reciprocidade) e respeitar às regras
impostas nesse tal "amor por contrato" (se puder veja o filme com o
mesmo nome).
Meia semana depois, ela voltou a conversar comigo, disse que
expôs tudo o que pensava pro rapaz e, ao término de seu discurso "grito de
liberdade à dúvida movediça", eis que o rapaz educadamente retrucou-lhe
dizendo não estar na mesma sintonia, e que apenas gostava dela como amiga e
adorava ouvir suas histórias de vida. Ela, um pouco surpresa e muito aliviada
(por tirar sua dúvida), disse ao rapaz que estava tudo bem e que continuariam a
amizade sem problema algum. O rapaz ficou surpreso, pois poucas pessoas tão
maduras e seguras de si teriam tal comportamento em relação ao fora.
É claro que depois disso tudo mesmo tão segura de si, ela
deve ter deitado em sua cama e chorado lágrimas de "um coração
partido" até porque nenhum ser humano gosta de levar um fora. Nós -
"que atire a primeira pedra aquele que não" - odiamos perder. Depois
desse relato, pude perceber que toda essa situação de que "saber perder e
levar um fora" tinha muito a ver com um fato de minha vida corporativa.
Em um dado momento, passei por um momento conturbado em
minha carreira profissional. Eu estava cansado daquela mesmice de acordar cedo,
pegar o ônibus e me dedicar afinco 8 horas de trabalho diário
"escravo". Acredite, meu empregador devia não saber que já haviam
assinado a "lei áurea" pois o mesmo submetia todos os colaboradores a
exaustivas jornadas de trabalho, sem expressar de forma alguma conhecimento em
plano de cargos e salários baseados na cultura da meritocracia. Graças a esse
modelo de gestão, a empresa tinha um alto índice de rotatividade que a levou,
certo dia, à bancarrota.
Talvez tivesse que ler a história do banco Garantia e
aprender que grandes líderes não são aqueles que mais mandam mas sim, aqueles
que mais servem.
O mais engraçado disso tudo é que, sem me dar conta, vivia
um dilema que assola boa parte dos profissionais desse vasto mundo capitalista.
Não sabia se pedia as contas ou continuava tentando galgar algum degrau dentro
daquele ambiente hostil. Foi quando fui surpreendido. Certo dia, o departamento
de recursos humanos me chamou em uma sala de reunião e, sem estender muito o
papo, já foi logo soltando aquela frase mais que clichê do mundo corporativo: a
partir de hoje suas atividades aqui na empresa se encerram. Suas habilidades e
aptidões já não nos servem mais. Em um dado momento, se houver necessidade,
podemos recontratá-lo.
Depois desse banho de água fria, confesso que mesmo surpreso
e triste com a notícia - embora passasse pela minha cabeça pedir às contas -, o
fato é que assim como outros seres pensantes desse mundo, me senti o pior
profissional. Achava que estava arruinada minha carreira, que mal havia
começado. Quando levamos um "fora", sofremos por sermos rejeitados,
sofremos por não sabermos perder.
Nós profissionais, seres racionais, somos meros produtos
vagando dentro desse mercado de trabalho cada vez mais competitivo, embora
possa te assustar esse termo "somos produtos". O que quero te dizer
com isso é que nosso curriculum não passa de um papel "rótulo" com
instruções de composição do produto e como melhor utilizá-lo. Além disso,
nossos certificados são apenas selos que garantem ou reforçam nossas
qualidades.
Antes de gostar de alguém, você deve gostar de si mesmo.
Portanto antes de indicar um produto/serviço ou vender algo (marketing de
indicação) é necessário que você acredite no potencial e funcionalidade dele.
Como você venderá algo se nem você compraria?
O relacionamento é a base de todo sucesso, seja ele
profissional ou pessoal. Se você não tiver um bom relacionamento com sua esposa
ou marido, facilmente o elo entre vocês será quebrado. Em um mundo globalizado
e cada vez mais acirrado em suas disputas profissionais, vivemos sob a lei das
aparências, onde a beleza atrai e o conteúdo mantém (fideliza). Investir em
marketing pessoal virou a pedra angular para acender sua luz interior. Seu
brilho de conquista é a sua mais poderosa arma de atração, acredite!
Manter-se atraente para o mercado de trabalho é como
aprender a fazer "slackline", o qual exige disciplina, paciência,
dedicação, equilíbrio e maestria. Mesmo que você leve um fora, isso não quer
dizer que não aparecerão outras oportunidades em sua vida como, quem sabe, uma
vaga na tão badalada empresa de seus sonhos. Você pode acabar passando no
processo seletivo e, na melhor das hipóteses, dias depois acabar sendo
contratado (isso se você vender bem seu peixe, caprichar na sua entrevista de
emprego e investir pesado em seu marketing pessoal).
Erroneamente algumas
pessoas costumam chamar isso de sorte,
mas numa tradução mais profunda: sorte é estar preparado para as oportunidades
da vida.
Invista em conhecimento (este é o maior ativo que um ser
humano pode ter). Esteja preparado para as oportunidades, saiba perder ou mesmo
levar um fora. O que é seu está devidamente guardado e será realmente seu não
somente por direito mas sim, por meritocracia.
Logo após terminar a conversa com minha amiga, a qual tratou
logo de levantar a cabeça e investir em sua maior empresa (ela mesma), refleti
em minha cama sobre esse contundente tema "Por que não gostamos de levar
um fora". Foi quando caí em mim, um mega flash back rolou em minha mente e
pude perceber, através desse retrospecto, que não suportamos perder e nem mesmo
ser rejeitados. Fomos programados desde os primórdios a guerrear, conquistar
povos e triunfar. E que se não puder lutar contra, junta-se a ele.
Porém para construir sólidos relacionamentos, é necessário
abrir muitas vezes mão de nosso próprio egocentrismo, entender o pensamento
alheio e decifrar a mensagem que transmitimos aos outros. Não é à toa que
quando se pensa em Coca-cola se pensa em momentos (fazendo parte de nossa vida)
e em compartilhar momentos. Mais que um apelo funcional, as propagandas dessa
lendária empresa de refrigerantes fazem um apelo muito mais emocional. Essa,
com certeza, é uma marca que sabe muito bem dialogar e falar ao coração de seus
clientes.
Certa vez, ouvi de um psicólogo muito famoso que o maior
patrimônio ou a maior empresa que iremos administrar é nossa própria vida. Ele,
indubitavelmente, estava certo. Por isso volto a repetir: cuide-se, invista em
você, gerencie de forma efetiva sua marca e escute seus compradores (ou
possíveis compradores), pois o feedback deles é de suma importância para o
futuro de seus negócios (relacionamentos).
E pra finalizar: antes que você lembre ou retruque sobre o
que falei lá começo desse artigo, que o namoro ou casamento é mais que um
acordo entre as partes, deixe-me te dizer que certa vez ouvi de uma grande
pessoa uma definição simples e tocante da palavra AMOR:
"Amor nada mais é que uma simples decisão".
Quero deixar esse tema - ou mesmo essa frase -, como gancho
para um próximo artigo. Até lá, capriche no seu markenting pessoal, aprimore
suas qualidades e atente-se aos seus defeitos (análise de swot). O futuro
pertence a quem se atreve!
Fonte: Administradores
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