sexta-feira, 21 de março de 2014

Por que não gostamos de levar um fora?

Certo dia uma amiga de longa data me chamou no chat do face e disse que estava saindo com um cara havia meses e que em sua mente assolava uma dúvida que muitas às vezes causava-lhe uma grande paralisia...




A dúvida, por incrível que pareça, é pior que uma anestesia, esta por sua vez dependendo da dosagem (tempo em que você se debate ou reluta contra ela) pode paralisar durante dias e até meses. Voltando à descrição do assunto (resumo desse artigo) minha amiga relatou que estava saindo com um cara havia semanas e a mesma estava vivendo (sem que imaginasse ou percebesse) um grande amor platônico, alimentado por falsas esperanças.

Entre uma saída e outra "o cara" dava sinais: hora de que estava realmente afim dela, hora de interesse apenas em sua amizade. Esses pequenos sinais de linguagem corporal e, às vezes, verbal abrem em nossa mente uma espécie de dúvida movediça: quanto mais você "se mexe ou pensa" mais você se afunda. A coitada estava perdida em um mar de sentimentos e buscava, em meio a tantos sinais dados pelo dito cujo, apenas uma resposta.

Em meio a lamúrias e choros, intervim dizendo o seguinte: "Homens gostam de mulheres seguras de si, homens gostam de mulheres decididas e mesmo que o cara seja introvertido, tímido, não tome a frente. No entanto, tá na hora de você se livrar dessas amarras (dúvidas) e expor suas intenções". O relacionamento é um contrato entre as partes, onde ambos têm de ceder, atender às necessidades alheias (reciprocidade) e respeitar às regras impostas nesse tal "amor por contrato" (se puder veja o filme com o mesmo nome).

Meia semana depois, ela voltou a conversar comigo, disse que expôs tudo o que pensava pro rapaz e, ao término de seu discurso "grito de liberdade à dúvida movediça", eis que o rapaz educadamente retrucou-lhe dizendo não estar na mesma sintonia, e que apenas gostava dela como amiga e adorava ouvir suas histórias de vida. Ela, um pouco surpresa e muito aliviada (por tirar sua dúvida), disse ao rapaz que estava tudo bem e que continuariam a amizade sem problema algum. O rapaz ficou surpreso, pois poucas pessoas tão maduras e seguras de si teriam tal comportamento em relação ao fora.

É claro que depois disso tudo mesmo tão segura de si, ela deve ter deitado em sua cama e chorado lágrimas de "um coração partido" até porque nenhum ser humano gosta de levar um fora. Nós - "que atire a primeira pedra aquele que não" - odiamos perder. Depois desse relato, pude perceber que toda essa situação de que "saber perder e levar um fora" tinha muito a ver com um fato de minha vida corporativa.

Em um dado momento, passei por um momento conturbado em minha carreira profissional. Eu estava cansado daquela mesmice de acordar cedo, pegar o ônibus e me dedicar afinco 8 horas de trabalho diário "escravo". Acredite, meu empregador devia não saber que já haviam assinado a "lei áurea" pois o mesmo submetia todos os colaboradores a exaustivas jornadas de trabalho, sem expressar de forma alguma conhecimento em plano de cargos e salários baseados na cultura da meritocracia. Graças a esse modelo de gestão, a empresa tinha um alto índice de rotatividade que a levou, certo dia, à bancarrota.

Talvez tivesse que ler a história do banco Garantia e aprender que grandes líderes não são aqueles que mais mandam mas sim, aqueles que mais servem.

O mais engraçado disso tudo é que, sem me dar conta, vivia um dilema que assola boa parte dos profissionais desse vasto mundo capitalista. Não sabia se pedia as contas ou continuava tentando galgar algum degrau dentro daquele ambiente hostil. Foi quando fui surpreendido. Certo dia, o departamento de recursos humanos me chamou em uma sala de reunião e, sem estender muito o papo, já foi logo soltando aquela frase mais que clichê do mundo corporativo: a partir de hoje suas atividades aqui na empresa se encerram. Suas habilidades e aptidões já não nos servem mais. Em um dado momento, se houver necessidade, podemos recontratá-lo.

Depois desse banho de água fria, confesso que mesmo surpreso e triste com a notícia - embora passasse pela minha cabeça pedir às contas -, o fato é que assim como outros seres pensantes desse mundo, me senti o pior profissional. Achava que estava arruinada minha carreira, que mal havia começado. Quando levamos um "fora", sofremos por sermos rejeitados, sofremos por não sabermos perder.

Nós profissionais, seres racionais, somos meros produtos vagando dentro desse mercado de trabalho cada vez mais competitivo, embora possa te assustar esse termo "somos produtos". O que quero te dizer com isso é que nosso curriculum não passa de um papel "rótulo" com instruções de composição do produto e como melhor utilizá-lo. Além disso, nossos certificados são apenas selos que garantem ou reforçam nossas qualidades.

Antes de gostar de alguém, você deve gostar de si mesmo. Portanto antes de indicar um produto/serviço ou vender algo (marketing de indicação) é necessário que você acredite no potencial e funcionalidade dele. Como você venderá algo se nem você compraria?

O relacionamento é a base de todo sucesso, seja ele profissional ou pessoal. Se você não tiver um bom relacionamento com sua esposa ou marido, facilmente o elo entre vocês será quebrado. Em um mundo globalizado e cada vez mais acirrado em suas disputas profissionais, vivemos sob a lei das aparências, onde a beleza atrai e o conteúdo mantém (fideliza). Investir em marketing pessoal virou a pedra angular para acender sua luz interior. Seu brilho de conquista é a sua mais poderosa arma de atração, acredite!

Manter-se atraente para o mercado de trabalho é como aprender a fazer "slackline", o qual exige disciplina, paciência, dedicação, equilíbrio e maestria. Mesmo que você leve um fora, isso não quer dizer que não aparecerão outras oportunidades em sua vida como, quem sabe, uma vaga na tão badalada empresa de seus sonhos. Você pode acabar passando no processo seletivo e, na melhor das hipóteses, dias depois acabar sendo contratado (isso se você vender bem seu peixe, caprichar na sua entrevista de emprego e investir pesado em seu marketing pessoal).

Erroneamente  algumas pessoas costumam chamar  isso de sorte, mas numa tradução mais profunda: sorte é estar preparado para as oportunidades da vida.

Invista em conhecimento (este é o maior ativo que um ser humano pode ter). Esteja preparado para as oportunidades, saiba perder ou mesmo levar um fora. O que é seu está devidamente guardado e será realmente seu não somente por direito mas sim, por meritocracia.

Logo após terminar a conversa com minha amiga, a qual tratou logo de levantar a cabeça e investir em sua maior empresa (ela mesma), refleti em minha cama sobre esse contundente tema "Por que não gostamos de levar um fora". Foi quando caí em mim, um mega flash back rolou em minha mente e pude perceber, através desse retrospecto, que não suportamos perder e nem mesmo ser rejeitados. Fomos programados desde os primórdios a guerrear, conquistar povos e triunfar. E que se não puder lutar contra, junta-se a ele.

Porém para construir sólidos relacionamentos, é necessário abrir muitas vezes mão de nosso próprio egocentrismo, entender o pensamento alheio e decifrar a mensagem que transmitimos aos outros. Não é à toa que quando se pensa em Coca-cola se pensa em momentos (fazendo parte de nossa vida) e em compartilhar momentos. Mais que um apelo funcional, as propagandas dessa lendária empresa de refrigerantes fazem um apelo muito mais emocional. Essa, com certeza, é uma marca que sabe muito bem dialogar e falar ao coração de seus clientes.

Certa vez, ouvi de um psicólogo muito famoso que o maior patrimônio ou a maior empresa que iremos administrar é nossa própria vida. Ele, indubitavelmente, estava certo. Por isso volto a repetir: cuide-se, invista em você, gerencie de forma efetiva sua marca e escute seus compradores (ou possíveis compradores), pois o feedback deles é de suma importância para o futuro de seus negócios (relacionamentos).

E pra finalizar: antes que você lembre ou retruque sobre o que falei lá começo desse artigo, que o namoro ou casamento é mais que um acordo entre as partes, deixe-me te dizer que certa vez ouvi de uma grande pessoa uma definição simples e tocante da palavra AMOR:

"Amor nada mais é que uma simples decisão".

Quero deixar esse tema - ou mesmo essa frase -, como gancho para um próximo artigo. Até lá, capriche no seu markenting pessoal, aprimore suas qualidades e atente-se aos seus defeitos (análise de swot). O futuro pertence a quem se atreve!



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