sábado, 8 de março de 2014

Passageiros com bebê sofrem constrangimento em voo da TAM por conta de assentos

Funcionário da companhia acionou a polícia após casal recusar levar criança no colo em um trajeto de 10 horas




Um casal de passageiros com um bebê de três meses enfrentou um sério constrangimento no voo JJ8091 da TAM, que partia de Miami (EUA) para São Paulo na última segunda-feira (3). Eles haviam reservado assentos especiais e um berço para acomodar o filho durante a viagem, regalia que acrescenta cerca de R$ 200 ao valor da passagem em voos internacionais. Mas ao embarcarem encontraram lugares comuns, o que tornaria difícil e até arriscado o transporte do bebê.

De acordo com o engenheiro Claudio Muller, que estava no assento ao lado, o casal reclamou com os comissários de bordo, porém sem levantar a voz ou provocar confusão. As aeromoças sugeriram que eles trocassem de lugar para acomodar os três; diante da recusa, foi sugerido que eles viajassem com o bebê no colo durante dez horas (tempo normal do trajeto). A mãe alegou que seria impossível.

Os assentos especiais geralmente ficam nas primeiras fileiras, e os berços são fixados em frente às cadeiras. Em voos domésticos não é cobrada nenhuma taxa extra, mas no trajeto entre Guarulhos e Miami tem um custo de R$ 204.

A companhia tentou negociar com outros passageiros para efetuar a troca de lugares, mas a princípio eles rejeitaram. O despachante de solo pediu para o casal deixar a aeronave, porém Deucyles Neto, o marido, afirmou que só desceria se a TAM desse alguma garantia ou proposta. Então o funcionário ameaçou chamar a polícia, o que acabou ocorrendo de fato. O casal com o bebê foi conduzido para fora da aeronave e, segundo testemunhas, foi autuado.

Segundo Muller, em uma postagem no Facebook, o próprio policial pediu desculpas e alegou que o erro foi da empresa, mas que era necessário autuá-los por desordem no voo. Com o tumulto, cerca de 15 passageiros se mobilizaram para disponibilizar assentos adequados para a família. O casal voltou para o voo e teve de mudar para outros lugares para que o berço fosse acomodado. De acordo com a TAM, quando a polícia chegou o problema já havia sido solucionado. Apesar do relato do passageiro, não ficou claro se houve ou não autuação do casal, o que poderia dificultar a volta ao país.

O engenheiro alega que o comissários de voo se desculparam, mas tinham pouca autonomia para buscar uma solução conciliatória. Segundo ele, "a autoridade é o despachante em solo, que ainda se sentia no direito de insultar os outros passageiros e ameaçava chamar a polícia se as pessoas não se calassem".

Em resposta ao acontecimento, a companhia aérea alegou que o problema se deu porque as aeronaves foram trocadas, sendo que os locais de fixação dos berços em cada modelo eram diferentes. A empresa disse ainda que o impasse foi resolvido após negociação com os demais clientes para reacomodação.

Após o tumulto, outro passageiro passou mal durante a decolagem, e o avião teve de voltar. Ao todo, foram cerca de duas horas de atraso.



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