Cerca de 45% dos entrevistados latino-americanos com idade
entre 21 e 32 violaria políticas restritivas da empresa
As políticas de segurança das empresas com relação às novas
tecnologias não interessam muito aos jovens trabalhadores, sobretudo da chamada
geração Y. De acordo com um estudo realizado pela consultoria Vision Critical a
pedido da Fortinet, houve um aumento de 42% na iniciativa de quebrar as regras
em comparação a uma pesquisa semelhante realizada no ano passado.
O estudo foi realizado em outubro por meio de entrevistas
junto a 3,2 mil funcionários de 20 países com idades entre 21 e 32 anos que
trabalham em período integral e têm dispositivos (tablet, smartphone ou
notebook) próprios. Os países latino-americanos que participaram da pesquisa
foram Brasil, Chile, Colômbia e México. Embora a maior parte dos quesitos seja
semelhante à média global, alguns pontos foram bem peculiares.
Confira abaixo os principais resultados.
Forte tendência à violação
Apesar do otimismo dos entrevistados sobre a disposição para
uma política BYOD ("bring your own device", ou "traga seu
próprio dispositivo"), com 45% concordando que ela os autoriza a utilizar
seus dispositivos, 51% da amostra global afirmou que violaria qualquer política
em vigor que proibisse o uso de dispositivos pessoais no trabalho ou para
propósitos de trabalho.
Esta tendência de ignorar medidas destinadas a proteger o
empregador e o empregado ocorre igualmente em outros domínios de uso pessoal de
TI. Cerca de 36% dos entrevistados que utilizam seu armazenamento em contas
pessoais em nuvem (por exemplo, DropBox) para fins de trabalho disseram que
quebrariam qualquer regra que visasse impedi-los .
Ainda que o percentual de funcionários latino-americanos
dispostos a violar as políticas de BYOD (45%) seja ligeiramente menor do que o
índice global, destaca-se que, ao contrário da amostra total que indica que as
empresas com políticas em vigor "os autoriza" a utilizar seus
dispositivos, na América Latina 55% dos entrevistados afirmaram que a empresa
na qual trabalham não têm uma política corporativa definida gerenciando o uso
de dispositivos pessoais no trabalho.
Isso representa uma oportunidade para as empresas educarem
seus funcionários sobre a importância de tais políticas e sobre o eventual
impacto negativo ao quebrarem essas medidas de segurança. Isto é ainda mais relevante
considerando-se o fato de que 64% dos entrevistados latino-americanos disseram
que usam seus próprios dispositivos pessoais para fins de trabalho, o que
representa uma quantidade maior do que a amostra global que foi de 44%.
Contas pessoais na nuvem para dados corporativos
confidenciais
Em nível global, 89% da amostra tem ao menos uma conta
pessoal em um serviço de armazenamento em nuvem com o DropBox representando 38%
da amostra total. Cerca de 70% dos titulares de contas pessoais usam suas contas
para fins de trabalho. Os números dos entrevistados da América Latina são mais
altos, com 94% da amostra indicando que eles têm pelo menos uma conta pessoal
de um serviço de armazenamento em nuvem e 80% indicando que eles usam suas
contas pessoais para fins de trabalho.
Um dos aspectos mais reveladores do estudo é que, embora os
entrevistados entendam que existam riscos de segurança na utilização de
serviços em nuvem, eles ainda armazenam informações que podem ser críticas e
perigosas para o sucesso da empresa em que trabalham. No caso da América
Latina, mais da metade (61%) dos indivíduos pesquisados afirmaram compreender
os riscos de segurança envolvidos ao utilizar serviços em nuvem. No entanto,
quase um terço (31%) da amostra latino-americana admite o armazenamento de
dados dos clientes que utilizam estas contas, 24% armazenam documentos
particulares críticos como contratos / planos de negócios, 13% guardam
informações financeiras enquanto 7% arquivam senhas. Esses números são as
mesmas respostas registradas em nível global.
Equipamentos com risco
Entre uma das constatações mais preocupantes da pesquisa,
14% dos entrevistados disseram que não iriam dizer ao seu empregador se um
dispositivo pessoal usado para fins de trabalho tornou-se comprometido e
perigoso. No caso da América Latina, 12% disseram que também não diriam nada,
no entanto, quando questionados se sentiam ter a obrigação de entender os
riscos de segurança para a sua empresa a partir do uso de dispositivos pessoais
no trabalho ou para o trabalho, a maioria (90%) concordou que isso é de fato
muito importante.
Fonte: Administradores
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