O guitarrista Wilko Johnson descobriu que tem um câncer
avançado, mas resolveu que isso não lhe impediria de aproveitar seus últimos
momentos
O que você faria se soubesse que está doente? E se essa
doença fosse um câncer terminal? Provavelmente você pensaria nas opções de
tratamento, conversaria com a família e pessoas de confiança e seguiria as
recomendações do seu médico. Começaria um tratamento difícil e passaria a
frequentar regularmente um hospital. Certo?
Wilko Johnson decidiu fazer exatamente o contrário. Nascido
em Essex, Inglaterra, o músico é guitarrista e fundador de uma das bandas de
rock mais relevantes dos anos 70, Dr. Feelgood. O grupo enérgico e de som
"sujo" era idolatrado por milhares de jovens britânicos, e Johnson,
seu modelo de guitarrista.
Aos 66 anos, ele foi diagnosticado com um câncer no pâncreas
e, segundo o seu médico, o tumor tem o tamanho de uma pequena bola de futebol.
Estabeleceram seu tempo de vida restante como 10 meses. Pra prolongar esse
período, o tratamento consistia em quimioterapia e repouso. Ao tomar
conhecimento disso, Wilko fez o inesperado: reuniu sua banda e saiu em turnê.
Tocando os hits e músicas mais emblemáticas da Dr. Feelgood
para fãs entusiasmados, Johnson e seus companheiros de banda fazem shows de
mais de duas horas de duração.“Cada minuto tem sido como um bônus para mim. Eu
posso ficar doente e parar a qualquer momento. Mas estou tentando me divertir
antes que isso aconteça”, diz o guitarrista.
Além da turnê, o fundador da Dr. Feelgood fez um papel
importante numa das séries atuais de maior sucesso da HBO, Game of Thrones.
Como Ilyn Payne, atuou nas duas primeiras temporadas da série baseada na obra
de George R.R. Martin. Em vez de parar sua vida, ele resolveu vivê-la
intensamente.
“Com a quimio, eu poderia ter um ano a mais. Mas eu não
quero ter um ano a mais a qualquer preço”, conta. Johnson perdeu sua esposa,
sua namorada desde a adolescência, há oito anos, para a mesma doença que
enfrenta hoje, o câncer. A experiência lhe ensinou sobre a efemeridade da vida,
e isso lhe libertou de obrigações e coisas que não são prioridade. “Não tenho
mais ambição ou esperanças”, afirma. “E isso é libertador”, diz.
Hoje, com a turnê terminada, Wilko Johnson continua vivendo
normalmente. Costuma ir a bares e observar as pessoas ao seu redor: “Eu olho
para as pessoas andando para cima e para baixo nas ruas e não consigo deixar de
pensar: vocês não sabem. Vocês não sabem o que é estar vivo”., afirma. O fato
de estar frente a frente com a morte deu-lhe a convicção de que conhece a vida
mais do que nunca.
Fonte: Administradores
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