Apesar dos problemas, o mercado deve apresentar taxa média
de crescimento de 5,3 por cento ao ano
O mercado de telecomunicações na América Latina é altamente
concentrado, o que resulta em serviços de baixa qualidade e altos preços,
afirma a consultoria Frost & Sullivan em relatório divulgado nesta
quinta-feira.
Apesar dos problemas, o mercado deve apresentar taxa média
de crescimento de 5,3 por cento ao ano, com o faturamento saindo 81 bilhões de
dólares em 2012 para 110,3 bilhões em 2018, na região. O estudo cobre
Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Venezuela.
"Iniciativas regulatórias como portabilidade numérica e
a regulamentação de operadoras móveis virtuais (MVNOs) não tiveram os efeitos
esperados no cenário competitivo da América Latina, que é altamente
concentrado, o que resulta em serviços de baixa qualidade e altos preços",
disse a consultoria.
No Brasil, o SindiTelebrasil, entidade que representa os
interesses das operadoras de telecomunicações, não pôde comentar o assunto de
imediato.
A avaliação é feita em um momento em que o mercado trabalha
com a possibilidade de venda da TIM Participações, depois que a espanhola
Telefónica anunciou em setembro acordo para assumir gradualmente o controle da
Telecom Italia, dona da TIM no Brasil.
Segundo a Frost & Sullivan, a demora de reguladores em
liberar espectros e restrições regulatórias sobre ofertas convergentes também
seguram o mercado em alguns países da região.
O relatório destaca ainda que o crescimento do mercado de
telefonia móvel na América Latina em 2012 foi impulsionado principalmente pelas
receitas de vendas de smartphones, apesar da ainda baixa penetração dos
serviços de banda larga móvel "devido a preços altos e baixa qualidade do
sinal".
De acordo com a consultoria, o foco das operadoras está
agora na expansão da cobertura de suas redes 3G e 4G e em incrementar suas
receitas de dados, uma vez que sucessivos cortes nas tarifas de interconexão
promovidos por reguladores do setor vêm gerando uma queda nas receitas de voz
das companhias.
O mercado de serviços de voz móvel, no entanto, está ficando
saturado em alguns países, o que limita as oportunidades de expansão.
As reduções nas tarifas de interconexão também afetaram os
resultados das operadoras de telefonia celular, uma vez que o uso de rede
representa mais de 25 por cento das receitas totais das companhias, forçando-as
a buscarem novas fontes de receita.
"Além disso, o uso de dados na região, embora também
represente mais de 25 por cento das receitas das operadoras, está concentrado
principalmente em serviços de SMS de baixo valor, e não em banda larga móvel, o
que reduz a receita média por usuário dos serviços de dados."
Fonte: Administradores
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