quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Inclusão afrodescendente no mercado de trabalho

Esta semana temos o feriado do dia 20 de Novembro – Consciência Negra, um tributo à Zumbi dos Palmares (1645-1695), jovem líder revolucionário defensor de ideais para uma sociedade sem (in) diferenças




Esta semana temos o feriado do dia 20 de Novembro – Consciência Negra, um tributo a Zumbi dos Palmares (1645-1695), líder revolucionário defensor de ideais para uma sociedade sem (in) diferenças.

Saúdo todos os colegas negros que estão empenhados em nosso mercado, desde o maior contingente, lotado em operações braçais até os líderes, diretores e poucos empresários negros do Setor.

Segunda maior população negra do mundo, temos vários problemas de inclusão ligados a fatores históricos, educacional, governamental e de aceitação.

Aproveito o momento para fazer representar aqui neste canal como negro, brasileiro e profissional da área logística algumas reflexões e considerações sobre as condições dos afrodescendentes no mercado de trabalho no Brasil.

Num estudo divulgado na última quarta-feira, dia 13 de Novembro de 2013 pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o negro brasileiro recebe em média salários 36,11% menores. (Fonte: Estadão 13/11/2013).

São apontados obstáculos do negro em alcançar cargos de direção e planejamento, onde no estado de São Paulo menos de 6% ocupavam tais cargos nos dois últimos dois anos (2011-2012).

Os negros são 61,1% em cargos de execução, e 24,7% nos de apoio, frente a 52,1% e 23,3% dos não negros, respectivamente.

É real, temos uma condição de trabalho sofrida, dura, desigual, onde hipocritamente algumas oportunidades são ainda seletistas, direcionadas ou sem critérios bem definidos, principalmente na adolescência, quando os jovens estão na busca do seu primeiro emprego.

É difícil falar sobre isso, só quem passa é que sabe como é se sentir inferiorizado, refém de sua própria auto apreciação. Desde minha adolescência a sensação de opressão está sempre presente, como se quase estivesse carregando um peso muito grande nos próprios ombros.

Toda vez que o negro conquista determinada posição fica exposto de alguma forma. Basta observarmos as condições e o cenário em que se encontram algumas autoridades de gestões recentes, seja no Brasil ou no Exterior, quaisquer decisões são motivos de insultos à etnia.

Ao atingirmos determinados níveis ou quando freqüentamos alguns ambientes encontramos o preconceito velado geralmente aliado a um sorrisinho sarcástico tentando diminuir nossa importância.

A sublimada discriminação étnica brida o acesso dos negros a melhores posições hierárquicas, dificultando o desenvolvimento de sua carreira, inferiorizando-o para conseqüentes posições de menor qualificação.
Se o negro aceita isso, começa achar que determinadas posições não são para ele.




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