terça-feira, 26 de novembro de 2013

Margaret Thatcher: os erros e acertos da Dama de Ferro

Margaret Thatcher foi a primeira mulher a liderar o mundo ocidental. Com um estilo de administrar implacável, ajudou a derrubar o comunismo e transformar o mundo




Em 1948, uma jovem formada em Química estava à procura de um emprego na ICI, empresa britânica de química industrial. Porém, o trabalho lhe foi negado porque o Departamento de Recursos Humanos a considerou como “uma mulher teimosa, obstinada e perigosamente opinativa”. No mesmo ano, depois desse episódio, Margaret Hilda Roberts se filiou ao Partido Conservador do Reino Unido.

Interessada em política, Margaret concorreu pela primeira vez a um cargo público em 1950 pelo distrito de Dartford. Não ganhou, mas atraiu a atenção da mídia pelo seu discurso pertinente e por ser a mais jovem e única mulher a participar. Lá, conheceu o empresário Dennis Thatcher, com quem se casou no ano seguinte. Em 1959, foi eleita para o parlamento pelo distrito de Finchley e iniciou uma longa carreira na política.

Vinte anos depois, após uma campanha destinada à classe média, Maggie se tornou a Primeira Ministra do país, seguindo assim por 11 anos. Seu governo foi repleto de controvérsias, Thatcher era uma mulher que polarizava as opiniões da mídia e despertava sensações de amor e ódio entre a população, mas ninguém era indiferente às suas medidas.

A Dama de Ferro, como foi apelida pela imprensa soviética, não se importava em tomar decisões que a tornariam impopular. Em uma delas, cortou as verbas destinadas aos programas sociais com o objetivo de colocar em prática a cartilha do capitalismo. "As coisas pioram antes de melhorarem", costumava dizer aos que reclamavam. Com seu estilo de administrar controlador e implacável, difundiu o Thatcherismo como doutrina pelo mundo. Foi a era dos governos neoliberais e privatizadores que, junto ao governo americano de Ronald Reagan, acabaram com a Guerra Fria e a ideia do comunismo como um sistema de governo bem-sucedido.

Durante sua passagem por Downing Street, a baronesa Thatcher operou uma série de privatizações que reduziram o poder do Estado. Enfrentou uma greve contra os mineiros e uma guerra contra a Argentina pelo arquipélago das Malvinas (Falklands), que gerou uma onda de nacionalismo pela Inglaterra e aumentou sua popularidade. Uma ironia para a mulher que citou São Francisco de Assis quando foi eleita.

Entre seus acertos está o “no, no, no” dito à adoção do Euro. A ex-primeira-ministra previu os problemas que a moeda iria causar, “nós estamos em níveis diferentes de desenvolvimento. Algumas economias simplesmente não vão acompanhar a moeda única”, afirmou.

No dia 8 de abril deste ano, Margaret Thatcher deixou o mundo que ajudou a criar. Para o funeral que planejou em vida, escolheu uma trilha sonora clássica e os poemas que foram lidos. Tiros de canhão cortaram o silêncio deixado pelo Big Ben. Do lado de fora, britânicos se manifestavam contra o pagamento das despesas pelo Estado. Natural, as contradições entre protestos e honras que seguiram Thatcher em vida não se separariam dela na morte.

Linha do tempo:

1925 - Nasce em Grantham, Lincolnshire
1947 - Conclui o curso de Química pela Universidade de Oxford
1951 - Casa-se com o empresário Denis Thatcher
1954 - Forma-se em Direito
1959 - É eleita para a Câmara dos Comuns pelo distrito de Finchley
1979 - Torna-se primeira-ministra britânica
1992 - Deixa o cargo e entra para a Câmara dos Lordes com o título de baronesa
2013 - Morre em Londres, vítima de um acidente vascular cerebral



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