sexta-feira, 22 de maio de 2015

Mad Men: o que um publicitário dos anos 1960 ensinou à geração Y?

Produzida por Mathew Weiner para a AMC, Mad Men se tornou referência no tocante à fidelidade histórica e lições sobre marketing, carreira e negócios




Após atravessar sete temporadas bebendo, fumando e vendendo bens de consumo como se fossem sonhos, o publicitário Don Draper se despede do público. O episódio que encerra Mad Men, exibido no último domingo (17) na televisão americana, reafirma o lugar das séries em geral como produtos refinados de arte e entrenimento. 

Como legado, a série deixará para a geração que não sentiu o mertiolate arder um retrato da era de ouro da publicidade e ainda de como ocorreram algumas das mais profundas transformações culturais do nosso mundo, tanto no seio corporativo quanto no social. Produzida por Mathew Weiner para a AMC, Mad Men se tornou referência no tocante à fidelidade histórica e lições sobre marketing, carreira e negócios. Reunimos aqui cinco ideias de Mad Men que a Geração Y deveria ouvir. Confira abaixo:

1 - Saiba como explorar a nostalgia

Em um determinado momento da série, Don Draper é desafiado pela Kodak a criar uma propaganda para um aparato tecnológico que eles chamaram de roda. O produto exibia fotos em slides e as pessoas pareciam rejeitá-lo por não parecer moderno. Como solução, Draper substituiu o nome “roda” para carrossel e explicou que a tecnologia pode despertar desejo. Mas é a nostalgia e possibilidade de rever momentos que faz com que os consumidores criem uma conexão com o aparelho. 

“A tecnologia é reluzente, mas há raras ocasiões em que o consumidor pode se envolver em um nível além do flash: quando eles têm uma ligação sentimental com o produto. A nostalgia é delicada, mas potente. Em grego, significa literalmente ‘a dor de uma velha ferida’. É uma pontada no coração mais poderosa que a memória sozinha”, diz Draper na cena.

2 - A busca pela próxima grande ideia não deve cessar

Criar novos produtos, conteúdo e lançar tendências são expressões modernas. No entanto, elas refletem o espírito criativo e inovador da década de 1960. O cenário que surgiu no pós-Segunda Guerra favoreceu a corrida tecnológica e o surgimento de novos objetos de desejo, e a publicidade precisava apresentar esse novo mundo à sociedade. Mad Men conta com uma fidelidade quase documental como esse processo ocorreu. Os publicitários da Era de Ouro precisavam encontrar conexões entre os produtos e as pessoas por meios completamente originais. “Você dirá que a próxima ‘grande coisa’ será melhor por que sempre é”, afirmou Don Draper entre um gole e um cigarro.

3 - “Se você não gosta do que está sendo dito, mude a conversa”

Esse é um dos conselhos mais valiosos dado por Don Draper e repetido pela redatora Peggy Olson, em um segundo momento da série. Quando sua agência Sterling Cooper perde uma de suas contas mais importantes, Lucky Strike, o diretor de arte em vez de lamentar a derrota, declara que sua empresa só fará propaganda de produtos que não colocam os consumidores em risco - como o cigarro.

Se a empresa ou marca se encontra em uma crise de imagem ou deseja promover alguma mudança na forma com que é vista, o primeiro passo é mudar a conversa atual. Desviar o foco do que está sendo dito agora e estabelecer você, qual será o novo tópico.

4 - “Sucesso é se destacar e não se encaixar”

Seja qual for a sua área de atuação, o sucesso virá para aqueles que não tentam se encaixar, mas sim para aqueles buscam se destacar pela autenticidade. Neste aspecto, a personagem Peggy Olson se tornou exemplo.

Situada em uma época em que as mulheres se dividiam entre mães e secretárias, Peggy aceitou a tarefa de ser redatora e no momento em que decidiu parar de tentar se encaixar, alcançou o sucesso em seu trabalho. Em Mad Men, Peggy sintetiza as dificuldades que as mulheres enfrentaram ao se despir dos papéis impostos pela sociedade e focar em suas carreiras.

5 - A publicidade deve fugir dos lugares comuns

Para criar campanhas marcantes, precisamos fugir dos lugares comuns. Em uma conversa com Peggy, ele discorda da frase que diz “sexo vende” e classifica essa como uma frase que diminui o trabalho da publicidade. “Você é o produto. Você sentir algo, é isso o que vende. Não são eles (os criadores), nem sexo. Eles não podem fazer o que nós fazemos e por isso, nos odeiam”, afirmou Draper. E essa é a lição: se você tem um produto inovador, sua propaganda deve seguir esse caminho e deixar uma mensagem aos consumidores.



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