quarta-feira, 16 de outubro de 2013

"Quente, Plano e Lotado" é o destino irreversível do planeta?

Quer esteja em São Paulo, Nova York ou Bangladesh, inexoravelmente você já foi ou será assolado por uma das três grandes ameaças apresentadas por Thomas Friedman em seu livro




“Quente, Plano e Lotado – Os desafios e oportunidades de um novo mundo” menciona de maneira veemente que estamos chegando a uma lotação preocupante em nosso planeta. Somos sete bilhões de habitantes e chegaremos a nove bilhões, na melhor das expectativas, em meados do século. Os países mais afetados estarão em áreas de baixo desenvolvimento, gerando espaço para instabilidades políticas e extremismos.

Creio que até o mais cético esteja acompanhando a crescente onda de intempéries – tsunamis, terremotos, vulcões, enchentes e ondas de frio e calor as quais têm devastado cidades, estados e nações em diversos continentes e hemisférios, sem levar em consideração raça, credo ou classe social.

A globalização e a rede mundial de computadores por sua vez estão interligando os mercados, fazendo com que cada vez mais as decisões sejam interdependentes. O fim do comunismo e os novos modelos econômicos têm feito também com que bilhões de habitantes saiam da linha de pobreza.

Estes novos consumidores, que por décadas estiveram à margem da sociedade de consumo, exigirão cada vez mais produtos e conforto, o que se traduz em carros, casas, eletrodomésticos, refrigeradores e condicionadores de ar, os quais demandarão mais matérias-primas e energia para movimentá-los ou colocá-los em funcionamento.

Neste cenário, terminaremos por exaurir a biodiversidade, viveremos numa época de apagões, desbalanceamento entre oferta e demanda de energia, continuaremos a subsidiar os regimes autoritários dos países do Oriente Médio, devido à dependência pelo petróleo e despejaremos milhões de toneladas de CO2, colaborando ainda mais para a elevação da temperatura global.

Para Friedman, mudar a maneira através da qual o progresso foi construído será extremamente complexo, após séculos de exploração de recursos sujos e não-renováveis. Culpar as nações subdesenvolvidas seria como negar décadas de descaso dos países ricos, os quais agora se preocupam com o tema.

O autor cita a importância da liderança americana no desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, assim como já o fizeram em outras ocasiões com as indústrias de softwares e computadores. Apesar do ocaso e da crise atual, o mundo ainda se espelha nas inovações e no espírito empreendedor ianque.

Os governos por sua vez, deveriam criar leis cada vez mais severas, sobretaxando e restringindo o consumo de combustíveis sujos em detrimento de tecnologias limpas, desenvolvendo programas para melhoria da eficiência de veículos e eletrodomésticos e criando leis para construções autossustentáveis, apesar dos lobbies das indústrias poluidoras.
Somente uma combinação de esforços sérios, conjuntos e planejados poderá salvar o planeta de seu destino – quente plano e lotado, apregoa o autor de forma loquaz.



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