Pouco a pouco, alguns dos principais mitos sobre o sistema
de franquias estão sendo derrubados. Saber quais são esses mitos e conhecer a
realidade do mercado é imprescindível para optar com segurança por uma franquia
como investimento, já que muitas ideias preconcebidas sobre o setor não
refletem a realidade do mercado. Ter conhecimento pleno do que é realidade e o
que é fantasia é a melhor maneira de se evitar as armadilhas na aquisição de
uma franquia. Grande parte desses mitos se refere às inúmeras vantagens do
sistema, mas administrar uma franquia exige, por exemplo, disponibilidade de
tempo e dinheiro, além de compromisso com a empresa franqueadora. As franquias
são, sem sombra de dúvida, uma ótima oportunidade de negócio e o mercado deve
dobrar até 2014, mas é importante não se deixar enganar pelos 10 mitos mais
conhecidos sobre o franchising.
A consultora Ana Paula Bravim de Araújo revela quais são
eles, patra que futuros empreendedores não cometam os erros mais comuns dos
novos franqueados.
Os 10 principais mitos sobre franquias
Mito 1 – Qualquer pessoa pode ter uma franquia
Ser um franqueado não é como ser um empregado e nem é como
ser o proprietário de um negócio, mas uma mistura das duas coisas. Por isso,
não é todo mundo que se adapta ao sistema. O franqueado gerencia uma loja
franqueada, mas segue os padrões do franqueador que os criou. Você conta com o
suporte do franqueador e paga uma percentagem do seu faturamento. É a chamada
relação ganha-ganha, mas é preciso trabalhar duro e saber se adaptar bem a
regras e padrões pré-estabelecidos.
Mito 2 – Franquia é um negócio de baixo risco
Segurança e garantia são as primeiras vantagens apontadas
quando o assunto é franquias, mas essas metas só poderão ser alcançadas com
muita dedicação, esforço pessoal e entusiasmo por parte do franqueado. A
concessão de uma franquia engloba a transferência de know-how e a prestação de
serviços, mas o sucesso do negócio franqueado vai depender também da operação
adequada da franquia. Se comparado ao risco de um negócio que irá partir do
zero, quando não há muita experiência, o risco de uma franquia pode ser menor,
mas isso não significa que ele não exista.
Mito 3 – Basta uma marca forte para garantir o sucesso da
franquia
Se o dono de uma marca não souber divulgá-la com eficiência
no mercado ou não fizer inovações, como novos produtos e serviços, ela pode se
tornar obsoleta. Confiar exclusivamente na força da marca, tomando-a como
permanente, pode ser um erro fatal. A manutenção da marca é obrigação constante
do franqueador, pois esse é o seu patrimônio mais importante. Ser franqueador de uma marca famosa pode
oferecer uma boa vantagem, pois o nome já é conhecido pelo público, mas não é
tudo. O franqueado deve verificar qual a experiência da empresa dona da marca
em ser franqueadora, pois ela pode ter muita experiência no seu ramo de
atuação, mas não ter muita prática com o sistema de franquias, o que poderá
trazer dificuldades ao franqueado.
Mito 4 – Posso avaliar o contrato sozinho. Não preciso de um
advogado
Os contratos podem ser tendenciosos e beneficiar mais o
franqueador que o franqueado. Geralmente, o futuro franqueado não tem muito a
fazer contra os “exageros” do contrato após tê-lo assinado. Por isso, antes de
assinar o documento ou fazer qualquer espécie de pagamento, todo candidato a
franqueado deve pedir no mínimo uma opinião a um profissional, de preferência
um advogado ou consultor especializado no assunto. Um advogado pode esclarecer
as questões mais importantes do contrato, mas não poderá alterá-lo, já que em
franquia os contratos são de adesão (você concorda com o que está escrito, ou
não será um franqueado da rede). Geralmente não há negociações, pois esse mesmo
contrato é aplicado em toda a rede.
Mito 5 – Conheço bem todas as taxas cobradas pelo
franqueador
A Circular de Oferta de Franquia e o contrato de Franquia
devem conter, ambos, todas as taxas que deverão ser pagas, assim como a sua
base e forma de cálculo, permitindo ao franqueado fazer simulações. Esses dois
documentos têm que ser cuidadosamente avaliados, preferencialmente com a ajuda
de um advogado. Preste especial atenção ao volume de cobranças originadas por
taxas adicionais, não somente a Taxa de Franquia e/ou multas. É uma boa ideia
solicitar ao seu consultor financeiro que inclua o custo dessas taxas no fluxo
de caixa de sua unidade franqueada, para verificar o seu peso na lucratividade
do negócio.
Mito 6 – Gerenciar uma franquia dá pouco trabalho
Um dos mitos mais comuns sobre franquias é que a pessoa
trabalha menos do que trabalhava antes de se tornar um franqueado, como
empregado ou dono de outro negócio. Principalmente no início da franquia, será
preciso trabalhar muito, e muitas vezes colocar literalmente as mãos na massa.
A estrutura operacional de uma franquia geralmente é enxuta, mas o franqueado
exerce papéis importantes que tomam muito tempo e exigem bastante dedicação.
Antes da decisão final sobre adquirir ou não uma franquia, é preciso obter a
aprovação e o compromisso de sua família com o empreendimento. Isso porque a
carga de trabalho será bem grande e provavelmente o tirará de casa por mais
tempo, e às vezes, uma mudança temporária nos padrões de vida também é
necessária.
Mito 7 – A Consultoria de Campo é só uma forma de o
franqueador controlar as atividades do franqueado
Confiança e transparência são fundamentais para um bom
relacionamento entre franqueador e franqueado. As regras e procedimentos foram
criados exatamente para garantir a eficiência do negócio. Portanto, é
importante entender que a obediência às normas não é um assunto que possa ser
discutido ou negociado. A equipe de supervisão da empresa franqueadora existe
para identificar possíveis desvios na padronização e orientar sua correção. Por
isso, os franqueados devem ter humildade para ouvir as orientações do
franqueador, quer seja através da figura do próprio presidente da franqueadora,
quer seja através dos seus representantes de campo.
Mito 8 – Os investimentos em franquias têm retorno rápido e
garantido
A primeira pergunta de um candidato a franqueado deve ser
qual o prazo de retorno do investimento. Esse prazo deve ser avaliado no estudo
de viabilidade da franquia, e deve constar de qualquer documento jurídico, já
que não está previsto na lei.
Juridicamente, desde a apresentação da Circular de Oferta de Franquia,
fica claro que o franqueador não garante a rentabilidade, faturamento ou lucratividade
para o franqueado, devendo tal expectativa ser muito bem analisada no Estudo de
Viabilidade Econômico-Financeira apresentada pelo franqueador. O retorno do
investimento não pode ser estimado sem parâmetros.
Mito 9 – Não é necessário manter contato com outros pontos
da rede
É muito importante conversar com outros franqueados da mesma
rede, uma vez que essas pessoas estão na posição que o candidato irá se
encontrar em curto prazo. Conversar com ex-franqueados da rede também é
interessante, já que aqueles que saíram nos últimos doze meses devem ser
relacionados na Circular de Oferta de Franquia. Entrevistar os franqueados da
rede é praticamente uma obrigatoriedade para os interessados em adquirir uma
franquia. O interessado deverá preparar um questionário e entrevistar alguns
franqueados para identificar os pontos fortes e os fracos da empresa
franqueadora antes de tomar sua decisão de investir na empresa.
Mito 10 – Um manual de operações é suficiente para orientar
o franqueado
É fundamental que a franquia disponibilize manuais ao
franqueado, pois ainda hoje muitas delas não fazem isso. Esses manuais devem cobrir tudo o que o
franqueado tem que saber para operar o negócio. Mas, além disso, também são
fundamentais duas coisas:
1 – Um Programa de Treinamento que garanta a transmissão do
conteúdo de forma prática;
2 – Uma Consultoria de Campo que dê o apoio necessário ao
franqueado no dia-a-dia, solucionando dúvidas e corrigindo erros.
E você? Conhece algum mito sobre franquias que gostaria de compartilhar?
Deixe a sua experiência em um comentário.
Fonte: Empreendedor Online
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