terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Perdi a funcionária para o Facebook

Estava em viagem de trabalho na cidade de Fortaleza e enquanto jantava com alguns empresários ouvi de um deles a frase: “Perdi a funcionária para o Facebook”




Estava em viagem de trabalho na cidade de Fortaleza e enquanto jantava com alguns empresários ouvi de um deles a frase: “Perdi a funcionária para o Facebook”. Fiquei pensando no significado daquilo. Será que ele tinha uma ótima funcionária de TI que foi selecionada para ajudar o Mark Zuckerberg com alguma nova funcionalidade da rede social? Mas infelizmente para a moça, não se tratava disto.

A realidade é que você estava completamente certo quando leu o título deste artigo e pensou “vai ver que moça não desgrudava do Facebook”. É isto mesmo! E o mais triste é que a história se repetirá milhares de vezes.

Antigamente perdíamos o funcionário para o concorrente. Depois de anos de investimento em treinamentos internos, que ocupavam o tempo de profissionais mais experientes da empresa ensinando esta pessoa a trabalhar; depois de anos oferecendo uma bolsa pra ela fazer faculdade; depois de pagar viagem, hotel e inscrição de cursos fora da empresa; depois de tudo isto, perdíamos o funcionário para o concorrente.

Ou ainda pior: ele mesmo se transformava num novo concorrente. Cheio de potencial.
Aos empresários que vinham chorar as pitangas com uma situação destas eu sempre dizia: pegue sua senha e entra na fila. Porque eu conheço centenas de casos idênticos e o seu não foi o primeiro e nem será o último.

É normal. A empresa tem que se transformar em escola, tem que educar, treinar, mostrar como se faz e depois encarar até como um orgulho a pessoa que se desenvolveu e foi em busca de novas oportunidades e desafios.

A cada funcionário que se vai eu recomendo que o empresário repense o ambiente de trabalho, o plano de carreira, as verdadeiras razões que levaram aquela pessoa a deixar a empresa e buscar outra posição de trabalho.

Mas para o problema do empresário de Fortaleza eu não achei resposta. A funcionária ficava no Facebook o dia inteiro. Foi repreendida verbalmente. Bloquearam o acesso nas máquinas da empresa e então ela passou a usar o celular. Impediram o uso do celular e ela passou a dedicar longos períodos de tempo no banheiro. Logicamente, com o celular. E o que fazer então?

A única saída dele foi demitir. Mas gostava da moça e me disse que nunca tinha encontrado alguém com tanto potencial para a função. Era inteligente e aprendia rápido. Mas não desgrudava do Facebook. O vício no smartphone é uma doença a ser estudada. Mas já virou causa de desemprego em Fortaleza.

E não estou penalizado com a moça. Ela precisa de tratamento e pode retomar sua vida profissional com uma carreira brilhante assim que conseguir dominar o desejo de acessar a rede social.
Minha preocupação é com o empresário. Perder pro concorrente é uma coisa, mas perder pro Facebook...

Vai reclamar com quem?



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