quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Frank, Lilian e Gantt: os mestres menos famosos da Administração

Conheça mais sobre esses pensadores que contribuíram para a evolução dessa ciência, mas não ganharam tanta visibilidade quanto alguns contemporâneos




Se você é administrador ou está estudando para isso, com certeza já ouviu falar em Ford, Taylor, Fayol e tantos outros grandes nomes da escola clássica da Administração. Suas contribuições transformaram essa ciência no que ela é hoje, influenciando a forma de produzir, de liderar, de ensinar.

Outros pensadores, porém, desenvolveram trabalhos tão importantes quanto os dos mais famosos. Por algum mistério do tempo, seus nomes se perderam nos livros de história e Teoria Geral da Administração. Eles estão na literatura, mas não são tão lembrados e, consequentemente, admirados.

Em um esforço para mudar isto, ainda que apenas um pouco, trazemos aqui três nomes de grande importância para a Administração que não alcançaram o mesmo status de seus companheiros. Saiba mais sobre o casal Frank e Lilian Gilbreth e Henry Gantt.

Os Gilbreths

Este casal de engenheiros prestou grandes serviços à Administração, atuando até como consultores de presidentes. Lilian Moller Gilbreth nasceu em em Oakland, California, em 1878, e se formou em engenharia industrial e psicologia. Foi uma das primeiras engenheiras mulheres a conquistar o título de Ph.D. Ela é considerada de fato a primeira psicóloga industrial/organizacional e, juntamente com seu marido Frank Gilbreth, são pioneiros da engenharia industrial.

Segundo o livro Teoria Geral da Administração, de Fernando Motta e Isabella Vasconcelos, Lillian e seu marido escreveram vários trabalhos sobre a aplicação da Administração Científicas em sua empresa de construção civil, chamados de The Writings of the Gilbreths (Escritos dos Gilbreths). Alguns dos textos reunidos no livro, por exemplo, foram escritos para orientar os trabalhadores da empresa do casal, tratando principalmente dos estudos de tempo e movimentos, com a peculiaridade da visão de Lilian Gilbreth, que aplicou a psicologia à administração quando quase ninguém mais fazia isso.

A engenheira analisava as dimensões psicológicas do trabalho na vida dos trabalhadores, com estudo focado no potencial de satisfação humana que poderia vir da forma como o trabalho é executado. Por isso dedicava especial atenção ao planejamento das atividades, ineficiência e desperdício. Trabalhou como consultora de presidentes como Hoover, Roosevelt, Eisenhower, Kennedy e Johnson em assuntos de defesa civil, produção em tempos de guerra e reabilitação de pessoas com transtornos psicológicos.

Frank Gilbreth, seu marido, foi um dos fundadores do Taylorismo, mas apresentava pensamento essencialmente diferente do de Taylor. Isto porque tinha uma preocupação especial com a redução do tempo dos processos, como Taylor, porém seu objetivo era torná-los eficientes levando em conta o bem estar dos trabalhadores - tal qual sua esposa -, e esse fator que não era tão importante para o contemporâneo. Como Lillian, Frank buscou compreender hábitos de trabalho dos empregados de indústrias e a partir disso desenvolver formas de reduzir seus movimentos, ainda assim visando o aumento de sua produtividade.

Henry Gantt

Trabalhando como assistente no departamento de engenharia de Midvale Steel, onde Taylor era chefe de produção, Gantt acompanhou de perto os trabalhos do pensador, mas chegou às suas próprias conclusões no que diz respeito aos problemas da administração. Como o casal Gilbreth, tinha melhor entendimento dos aspectos psicológicos do trabalho e da produtividade, seguindo a mesma tendência deles ao desenvolver formas de conseguir realizar mais, com eficiência, em menos tempo.

Suas ideias não eram exatamente iguais às dos Gilbreth, porém. Percebeu várias falhas nos métodos da administração científica ao reconhecer a importância dos incentivos não monetários para os trabalhadores e do cuidado com o estímulo à moral deles. Por isso defendia a cooperação entre empregadores e empregados, ao invés de um ambiente autoritário. Trabalhou como consultor em várias empresas, dentro de fábricas e aplicou seus conhecimentos não só nos processos de produção, mas também em vendas e finanças.

Um de seus feitos mais famosos é o Gráfico de Gantt, que passou por um processo de modernização e ainda hoje é usado por várias empresas para organizar e gerenciar projetos. Seu gráfico foi reconhecidamente usado por militares durante a I Guerra Mundial e por empresários durante a Grande Depressão dos EUA. Por muitos ele é considerado o pai do gerenciamento de projetos, pois seus estudos foram precursores de muitas das técnicas usadas hoje nesse sentido.



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