sábado, 21 de setembro de 2013

Como tomar decisões nos negócios e na vida pessoal

Segundo Kahneman (2011), Rápido e Devagar- duas formas de pensar (2011), da editora objetiva, a nossa mente funciona com base em dois sistemas, quando tomamos decisões: o sistema 1, aquele que opera automática e rapidamente, com pouco ou nenhum esforço, e o sistema 2, que aloca atenção às atividades mentais laboriosas que o requisitam, incluindo cálculos complexos




O pesquisador e economista, Daniel Kahneman, ganhador do  Prêmio Nobel de Economia, escreveu uma verdadeira obra-prima, Rápido e Devagar - duas formas de pensar (2011), da Editora Objetiva, colocando em xeque a ideia de que a nossa tomada de decisão é essencialmente racional. Segundo Kahneman (2011;29),  a nossa mente funciona com base em dois sistemas, quando tomamos decisões: o sistema 1, aquele que opera automática e rapidamente, com pouco ou nenhum esforço, e o sistema 2, que aloca atenção às atividades mentais laboriosas que o requisitam, incluindo cálculos complexos.

As operações do sistema 2, são muitas vezes associadas com a experiência subjetiva de atividade, escolha e concentração. No sistema 1, você pensa de forma rápida, intuitiva e emocional, enquanto que no sistema 2, você pensa mais lento, de forma deliberativa e lógica.

O pensamento rápido do sistema 1, comanda as decisões que tomamos por intuição. O pensamento devagar do sistema 2, é o eu consciente, raciocinador, que tem crenças, faz escolhas e decide de maneira deliberativa o que fazer a respeito de algo.

Quando você age no piloto automático, as decisões são rápidas e está utilizando o sistema 1, como por exemplo:

- dirigir um automóvel por uma rua vazia

- completar a expressão “pão com............”

- responder 2+2 =?

No sistema 2, as operações exigem maior atenção e são quase sempre interrompidas quando a atenção é desviada, como nos exemplos a seguir:

-  preencher um formulário de imposto;

- estacionar numa vaga apertada, para a maioria das pessoas, exige maior atenção;

- manter-se no lugar para o tiro de largada numa corrida;

- dizer a alguém seu número de telefone.

Um exemplo clássico e ilustrativo, demonstrado por Chistopher Chabris e Daniel Simons, em seu livro, o “gorila invisível”, é explicado por que o foco intenso numa tarefa pode tornar a pessoa efetivamente cega, mesmo em estímulos que atraem a atenção.

O vídeo (filme de curta-metragem) o “gorila invisível”, mostra duas equipes trocando passes de basquete, uma das equipes com camisetas brancas, a outra vestindo preto. Os espectadores do filme são instruídos a contar o número de passes feitos pelo time branco, ignorando os jogadores de preto. Essa é uma tarefa difícil e exige esforço do sistema 2. No meio do filme, aparece uma mulher usando roupa de gorila, e atravessa a quadra, bate no peito e vai embora. O gorila fica à vista por 9 segundos apenas. No teste, milhares de pessoas assistiram ao vídeo e mais da metade delas não observou nada de incomum, não viram o gorila passar. É que as pessoas ficam preocupadas com a tarefa de contar, e isso leva a causa a cegueira. Agora, experimenta assistir ao vídeo sem a tarefa de contar, é claro que você vai ver o gorila passar.

O surpreendente desta experiência, é que as pessoas que deixam de ver o gorila, ficam inicialmente convictos de que ele não estava lá. “Podemos ficar cegos para o óbvio, e também somos cegos para nossa própria cegueira”.

 Kahneman, (2011;39), explica que a premissa de seu livro, é que é muito mais fácil reconhecer os enganos das outras pessoas do que os nossos, e o melhor que podemos fazer é aprender e reconhecer situações em que os enganos são prováveis, e se esforçar mais para evitar erros importantes, julgamentos antecipados, quando há muita coisa em jogo. O pensar rápido e a intuição leva você a cometer erros em um problema simples, como é o caso ilustrado abaixo:

” Um bastão e uma bola custam 1,10 dólar. O bastão custa um dólar a mais que a bola. Quanto custa a bola?”

Rapidamente, você responde: 10 centavos, a resposta é intuitiva e está errada, você utilizou o sistema 1.  Mas se trabalhar o sistema 2, com certo esforço e fazendo as contas, você vai encontrar a resposta certa: 5 centavos.

Quando alguém chega até você com um problema, você logo começa a pensar em uma solução, isso é natural, todo mundo faz isso. Para encontrar uma solução inovadora, evite dar a solução logo quando o problema surge, procure ficar concentrado no espaço do problema por mais tempo até encontrar as soluções inovadoras, e pode até consultar outras pessoas, com diferentes pontos de vista, isso pode ser mais fácil do que você pensa. Se você pensar rapidamente para encontrar uma solução, pode correr risco de resolver o problema errado. A criatividade e as novas ideias exigem mais esforço e mais tempo no espaço do problema.



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