quarta-feira, 6 de julho de 2016

O Brasil alcançou sua pior posição em toda a história em competitividade. O que fazer agora?




Tenho conversado bastante com empresários e executivos em companhias de todos os tamanhos. Nesses encontros, o momento do Brasil sempre aparece no debate. Com um noticiário político e econômico tão intenso, vivemos há meses sob um estado de alerta. Trata-se de uma situação perigosa para empresas pois pode levar a uma paralisia das ações. Para não cair no pessimismo, devemos trabalhar com atitude, coragem e atenção redobrada na gestão. Eis aqui a minha receita para enfrentar esses tempos: manter o foco e atuar sobre os fatores que estão ao nosso alcance.

Entre as coisas que podemos controlar, a eficiência do negócio é uma das principais. Entendo que aí esteja uma oportunidade que as empresas brasileiras devem considerar nesse período turbulento. Vou usar como base o Índice de Competitividade Mundial 2016, um estudo feito pelo IMD, uma das principais escolas de negócios do mundo, com sede na Suíça. O Brasil está na 56ª colocação no ranking geral, à frente de apenas 4 países – a pior posição do País em toda a história do estudo. Para chegar ao resultado, o IMD analisa quatro aspectos: o desempenho da economia, a eficiência do governo, a infraestrutura e a eficiência empresarial. É sobre esta última que, acredito, executivos e empreendedores podem agir neste momento.

A eficiência das companhias atuando no Brasil também piorou no estudo do IMD. Neste item, o País encontra-se em 51o. lugar – perdemos 24 posições em cinco anos! A baixa produtividade colaborou para que o Brasil registrasse, na década passada, o mais alto custo do trabalho do mundo. Estamos na contramão. A análise do professor Arturo Bris, diretor do Centro de Competitividade Mundial do IMD, aponta que a produtividade e a eficiência estão comandando a competitividade dos países mais desenvolvidos, onde as empresas conseguem fornecer uma estrutura organizacional consistente para a força de trabalho prosperar. 

A tecnologia oferece inúmeras oportunidades de ganhos de produtividade e de eficiência, aumentando o desempenho dos negócios e reduzindo custos. As ferramentas de análise de dados são um bom exemplo. Elas estão permitindo às empresas obter um nível de detalhamento de informações sobre consumidores e concorrentes nunca antes visto. É uma verdadeira injeção de competitividade. Para se ter uma ideia, o mercado de business analytics deve atingir 811 milhões de dólares no Brasil.

Muitas empresas têm encontrado uma forma de obter eficiência ao transferir suas estruturas de TI para a nuvem. Uma empresa de contact center de São Paulo, por exemplo, levou seus datacenters para a nuvem e obteve uma redução de 50% nos custos de infraestrutura de servidores nos primeiros 12 meses após a substituição.

Quando falo das conquistas que a tecnologia pode proporcionar, gosto de contar a história do Tribunal de Justiça de São Paulo, que eliminou o consumo de toneladas de papel ao tornar os processos 100% digitais. Um ganho notável de eficiência: a tramitação de processos ficou 70% mais rápida e os magistrados 50% mais produtivos. Em cinco anos, a economia de papel evitará a derrubada de 100 mil árvores.

A nuvem torna o poder computacional quase infinito, facilmente acessível e proporciona economias de escala nunca antes imaginadas. Esta combinação favorece a inovação e abre a oportunidade de repensar processos de negócios inteiros, bem como a nossa forma de trabalhar e de viver. Se os resultados aparecem quando exploramos as oportunidades, o momento é de experimentar modelos mais inteligentes nas variáveis que podemos controlar.

Momento do Administrador, Paula Bellizia - 06 de julho 2016.


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