Para os gestores de menor porte a pergunta mais básica é: o
que eu ganho implementando um processo de planejamento financeiro na minha PME?
Planejamento é um tema recorrente na pauta dos
empreendedores, independente do tamanho da empresa, segmento de atuação e
momento do ciclo de vida. Nas grandes empresas esse conceito já é amplamente
difundido e o processo de planejamento e suas revisões é parte da rotina e do
calendário anual. Os grandes negócios normalmente trabalham com três processos
de planejamento integrados em maior ou menor grau: planejamento financeiro
(budget ou orçamento), planejamento de marketing (plano de marketing) e
planejamento estratégico (ou revisão ou refresh da estratégia).
Para difundir a importância do planejamento entre as
pequenas e médias empresas, destaco a importância do planejamento financeiro de
curto prazo que, normalmente, recebe significativo destaque uma vez que é nesse
processo que será definido o montante de investimento futuro, objetivo de
vendas, necessidades de capital, dentre outros.
Fundamentalmente, essas metas de investimento terão peso
significativo para definir a parte variável da remuneração dos executivos. Irão
também nortear as ações diárias nas mais diversas áreas da empresa, uma vez que
além da criatividade, a inovação e a conquista de novos mercados depende dos
recursos financeiros que estão disponíveis.
Porém, o modelo de gestão de pequenas e médias empresas é
diferente das grandes por uma razão óbvia: disponibilidade de recursos. Para os
gestores de menor porte a pergunta mais básica é: o que eu ganho implementando
um processo de planejamento financeiro na minha PME? A resposta é que o
planejamento financeiro é tão importante que pode significar a diferença entre
sobrevivência e morte empresarial.
A maioria dos administradores das pequenas empresas já deve
ter enfrentado situações em que teve que atuar como bombeiro e correr atrás de
fôlego para o capital de giro. O problema é que esse fogo pode se alastrar e
alguns incidentes podem levar à quebra de uma empresa, atraso de recebimento de
algum cliente importante, necessidade de compra de matéria-prima, conserto de
equipamento, despesa trabalhista inesperada, etc.
Você provavelmente já captou a mensagem: implementar um
fluxo de caixa futuro diário e dinâmico para curtíssimo prazo é prioridade
zero. O capital de giro é o ABC do planejamento financeiro e a atualização
diária desse caixa deve ser parte da rotina do departamento financeiro.
A importância do fluxo de caixa futuro é clara: você poderá
gerenciar proativamente entradas e saídas e preparar uma reserva de capital.
Dessa forma terá uma boa noção de onde estarão seus “furos de orçamento”.
Aliás, gerenciar a reserva de caixa de acordo com o fluxo futuro de
recebimentos e pagamentos é fundamental em empresas familiares, onde os sócios
confundem a conta da empresa com a conta pessoal e acabam por retirar lucros em
momentos inadequados.
Quando o negócio tem mais de um dono a importância se torna ainda
maior. Regras claras devem ser criadas para retirada de lucro e definição de
pró-labore - ou o dinheiro que deveria ser utilizado pagar um fornecedor, acaba
virando a viagem da filha de um dos sócios para a Europa. Nada contra viajar,
mas tudo tem hora certa. Planejar serve para isso.
Fonte: Administradores
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