domingo, 1 de setembro de 2013

As duas faces da moeda: A bagunça pode prejudicar o rendimento profissional? (Parte 2)



Na segunda matéria da reportagem, autores de livro afirmam que armários abarrotados, escritórios entulhados e planos feitos sob pressão podem dar certo no ambiente de trabalho.






A rejeição em relação à bagunça é muito comum, principalmente, no mundo corporativo. Mas, Eric Abrahamson e David Freedman, autores do livro “Uma Bagunça Perfeita”, relatam que é possível tirar proveito da desorganização e que em diversas situações ela pode ser mais vantajosa e mais prática do que a própria ordem.

Os autores ressaltam que, desde que sejam mantidas em um nível razoável, as diversas pilhas sobre a mesa bagunçada podem representar um sistema informal e sofisticado de arquivamento que oferece mais eficiência e flexibilidade do que um arquivo com gavetas pode oferecer. Nesses casos, os donos de mesas desarrumadas têm tipicamente pilhas separadas para documentos urgentes, menos urgentes e não urgentes.

“As pessoas com mesas desarrumadas reúnem várias estratégias diferentes, com freqüência de modo inconsciente, para manter à mão o trabalho que precisam. Em geral, a mesa desorganizada tende a assumir um formato no qual os assuntos mais importantes e urgentes ficam mais próximos e no alto das pilhas, enquanto os assuntos que podem ser desprezados com segurança ficam longe e embaixo de tudo”, ressaltam os autores.

Abrahamson e Freedman citam como o padrinho da ciência da bagunça Albert Einstein. “A mesa de Einstein no Institute for Advanced Study em Princeton, Nova Jersey, encontrava-se permanentemente confusa de acordo com todos os relatos pessoais e fotográficos. Ele é um bom exemplo, pois é amplamente aceito como alguém muito competente no que faz”, apontam os estudiosos.

Em seu livro, argumentam também que os sistemas mais desorganizados se adaptam e mudam mais rápido, mais radicalmente e de maneira mais variada e ampla. Já os sistemas organizados tendem a responder com mais rigidez e lentidão às exigências da mudança, aos eventos inesperados e a novas informações.

Exemplo de bagunça produtiva

O livro “Uma Bagunça Perfeita” explora que existe um custo de manter uma mesa arrumada. Para isso, é necessário arquivar, jogar fora ou entregar a outras pessoas os papéis em cima das mesas, o que leva tempo para essa organização. E esse tempo será deduzido do período que passa efetivamente trabalhando.

Selecionamos um dos vários exemplos do livro sobre a questão: tempo versus organização e seu contraponto:

“Izsak afirma ser capaz de provar que a organização compensa por meio de uma pequena demonstração que ele gosta de inserir na sua apresentação. Na demonstração, ele pega dois baralhos, um embaralhado e o outro ordenado por naipe e hierarquia, e entrega cada um deles para uma pessoa diferente. Em seguida, chama o nome de quatro cartas e pede às duas pessoas que tentem encontrar as cartas o mais rápido possível. Naturalmente, o baralho ordenado vence com facilidade.

Mas quem colocou o baralho em ordem? Uma pequena experiência com pessoas relativamente habilidosas com as cartas revela que, em média, são necessários cerca de 140 segundos para ordenar um baralho, mas outros 16 segundos para encontrar quatro cartas no baralho ordenado, o que dá um total de 156 segundos; para encontrar quatro cartas em um baralho não ordenados são necessários 35 segundos.

Alguém poderia argumentar que só é preciso ordenar o baralho uma vez, e que depois podemos encontrar as cartas mais rapidamente muitas vezes. No entanto, neste caso, também é preciso contabilizar o tempo necessário para recolocar as quatro cartas em um baralho ordenado, o que equivale cerca de 16 segundos – no caso das cartas, como acontece na maioria das coisas na vida, é preciso um repetido esforço para manter a ordem.

Assim, no caso do baralho pré-ordenado, a pessoa leva 32 segundos para encontrar e recolocar quatro cartas, versus 36 segundos no caso do baralho embaralhado. Isso resultaria que a ordenação do baralho só compensaria se você precisasse repetir pelo menos 35 vezes a tarefa e fosse meticuloso a respeito de manter o baralho em ordem entre as tentativas.”

Pontos de Vista

O site resolveu expor dois pontos de vistas acerca da bagunça, reunindo opiniões daqueles que são a favor da organização plena, ou da ‘bagunça sistemática’ para realizar melhor suas tarefas profissionais e pessoais. O que é melhor? No fim das contas, cada pessoa tem sua própria fórmula ideal, aquela que se encaixa com seu estilo e perfil para desenvolver suas atividades com mais eficiência e eficácia. O desafio de cada profissional é o de não se deixar prejudicar pelas consequências negativas que o excesso de bagunça ou a obsessão por organização podem provocar.
  
Fonte: Administradores

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo participação!