Na segunda matéria da reportagem, autores de livro afirmam
que armários abarrotados, escritórios entulhados e planos feitos sob pressão
podem dar certo no ambiente de trabalho.
A rejeição em relação à bagunça é muito comum,
principalmente, no mundo corporativo. Mas, Eric Abrahamson e David Freedman,
autores do livro “Uma Bagunça Perfeita”, relatam que é possível tirar proveito
da desorganização e que em diversas situações ela pode ser mais vantajosa e
mais prática do que a própria ordem.
Os autores ressaltam que, desde que sejam mantidas em um
nível razoável, as diversas pilhas sobre a mesa bagunçada podem representar um
sistema informal e sofisticado de arquivamento que oferece mais eficiência e
flexibilidade do que um arquivo com gavetas pode oferecer. Nesses casos, os
donos de mesas desarrumadas têm tipicamente pilhas separadas para documentos
urgentes, menos urgentes e não urgentes.
“As pessoas com mesas desarrumadas reúnem várias estratégias
diferentes, com freqüência de modo inconsciente, para manter à mão o trabalho
que precisam. Em geral, a mesa desorganizada tende a assumir um formato no qual
os assuntos mais importantes e urgentes ficam mais próximos e no alto das
pilhas, enquanto os assuntos que podem ser desprezados com segurança ficam
longe e embaixo de tudo”, ressaltam os autores.
Abrahamson e Freedman citam como o padrinho da ciência da
bagunça Albert Einstein. “A mesa de Einstein no Institute for Advanced Study em
Princeton, Nova Jersey, encontrava-se permanentemente confusa de acordo com
todos os relatos pessoais e fotográficos. Ele é um bom exemplo, pois é
amplamente aceito como alguém muito competente no que faz”, apontam os
estudiosos.
Em seu livro, argumentam também que os sistemas mais
desorganizados se adaptam e mudam mais rápido, mais radicalmente e de maneira
mais variada e ampla. Já os sistemas organizados tendem a responder com mais
rigidez e lentidão às exigências da mudança, aos eventos inesperados e a novas
informações.
Exemplo de bagunça produtiva
O livro “Uma Bagunça Perfeita” explora que existe um custo
de manter uma mesa arrumada. Para isso, é necessário arquivar, jogar fora ou
entregar a outras pessoas os papéis em cima das mesas, o que leva tempo para
essa organização. E esse tempo será deduzido do período que passa efetivamente
trabalhando.
Selecionamos um dos vários exemplos do livro sobre a
questão: tempo versus organização e seu contraponto:
“Izsak afirma ser capaz de provar que a organização compensa
por meio de uma pequena demonstração que ele gosta de inserir na sua
apresentação. Na demonstração, ele pega dois baralhos, um embaralhado e o outro
ordenado por naipe e hierarquia, e entrega cada um deles para uma pessoa
diferente. Em seguida, chama o nome de quatro cartas e pede às duas pessoas que
tentem encontrar as cartas o mais rápido possível. Naturalmente, o baralho
ordenado vence com facilidade.
Mas quem colocou o baralho em ordem? Uma pequena experiência
com pessoas relativamente habilidosas com as cartas revela que, em média, são
necessários cerca de 140 segundos para ordenar um baralho, mas outros 16
segundos para encontrar quatro cartas no baralho ordenado, o que dá um total de
156 segundos; para encontrar quatro cartas em um baralho não ordenados são
necessários 35 segundos.
Alguém poderia argumentar que só é preciso ordenar o baralho
uma vez, e que depois podemos encontrar as cartas mais rapidamente muitas
vezes. No entanto, neste caso, também é preciso contabilizar o tempo necessário
para recolocar as quatro cartas em um baralho ordenado, o que equivale cerca de
16 segundos – no caso das cartas, como acontece na maioria das coisas na vida,
é preciso um repetido esforço para manter a ordem.
Assim, no caso do baralho pré-ordenado, a pessoa leva 32
segundos para encontrar e recolocar quatro cartas, versus 36 segundos no caso
do baralho embaralhado. Isso resultaria que a ordenação do baralho só
compensaria se você precisasse repetir pelo menos 35 vezes a tarefa e fosse
meticuloso a respeito de manter o baralho em ordem entre as tentativas.”
Pontos de Vista
O site resolveu expor dois pontos de
vistas acerca da bagunça, reunindo opiniões daqueles que são a favor da
organização plena, ou da ‘bagunça sistemática’ para realizar melhor suas
tarefas profissionais e pessoais. O que é melhor? No fim das contas, cada pessoa
tem sua própria fórmula ideal, aquela que se encaixa com seu estilo e perfil
para desenvolver suas atividades com mais eficiência e eficácia. O desafio de
cada profissional é o de não se deixar prejudicar pelas consequências negativas
que o excesso de bagunça ou a obsessão por organização podem provocar.
Fonte: Administradores
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