Quanto vale a empresa, quanto vale a minha parte na
sociedade, como faço para calcular o valor da venda de uma empresa? A
importância da avaliação do intangível, avaliação da marca.
Poucos empresários sabem realmente quanto vale a sua empresa
e consequentemente, o valor de mercado e sua parte na sociedade. Por conta
disso o principal questionamento numa situação de venda de controle acionário,
fusão, cisão ou incorporação é a pergunta: quanto vale a empresa, quanto vale a
minha parte na sociedade e como faço para calcular o valor da venda?
No processo de compra ou venda muitas vezes o valor da
negociação acaba ocorrendo com base no valor dos bens patrimoniais. Muitas
empresas brasileiras são vendidas por preços inferiores porque nunca fizeram
uma avaliação econômica incluindo os bens intangíveis, entre eles a marca, que
é sem dúvida o maior peso dessa equação.
Vamos tomar como exemplo a Apple, considerada a marca mais
valiosa do mundo em 2012, para entender o quanto é importante o valor da imagem
no processo de determinação do valor da empresa: US$ 185 bilhões. A marca Apple
vale simplesmente 12 vezes o valor dos seus ativos tangíveis (imobilizado
líquido): US$15,4 bilhões. Vale 56,5% mais do que o valor do seu patrimônio
líquido: US$118,2 bilhões.
De uma forma bem simplista o valor da empresa é a soma de
dois fatores: 1) potencial de gerar riqueza nos próximos anos (mínimo de 5
anos, dependendo do seguimento e da expectativa de retorno de capital) e 2)
situação patrimonial.
O potencial de gerar riqueza ou lucro é considerado
tecnicamente como o valor da marca. O preço é projetado a partir de uma
expectativa de receitas e despesas, por isso necessita ser ajustado ao momento
presente. A marca é um ativo intangível, que é maior do que o valor dos ativos
tangíveis (prédios, maquinas, equipamentos, etc.).
A situação patrimonial é quantificável em termos reais. Ou
seja, é tudo que a empresa possui como patrimônio, mais os direitos a receber,
menos tudo o que tem a pagar - incluindo fornecedores, bancos, impostos,
funcionários, passivos trabalhistas e passivos ocultos.
Saber o valor da marca vai muito além de descobrir o valor
da participação societária. No mundo “comoditizado”, em curto prazo as ideias
são copiadas. Por isso, há um excesso de oferta de produtos e serviços
similares. Os produtos e serviços podem ser copiados, mas existe uma coisa que
não pode ser copiada: a sua marca.
Nas palavras de Stephen King “O produto é algo que é feito
na fábrica. A marca é algo que é comprado pelo consumidor. O produto pode ser
copiado pelo concorrente. A marca é única. O produto pode ficar ultrapassado. A
marca bem sucedida é eterna”.
Só existe uma forma para fugir da guerra por preços baixos e
conquistar mercado oferecendo produtos similares aos que inundam as prateleiras.
O jeito é fazer com que os consumidores valorizem o seu produto em detrimento
ao dos concorrentes. Em outras palavras, aumentar o valor percebido da marca.
Para entender esta lógica, basta ver o preço dos produtos de grife.
O grande desafio dos gestores hoje é aumentar o valor
agregado dos seus produtos ou serviços. Fazendo com que dessa forma a marca
seja potencialmente escolhida na hora da decisão de uma compra. Tem uma imagem
com maior valor agregado - além de ser uma vantagem competitiva significa
potencial de gerar maiores lucros.
Para aumentar o valor da marca no mercado as empresas
investem maciçamente em comunicação e marketing, o problema é como justificar
os enormes investimentos realizados e mensurar os resultados. Após o
investimento, é necessário medir quanto a marca foi valorizada e para isso é
preciso realizar um laudo de avaliação baseado em critérios técnicos
justificáveis realizados periodicamente.
Muitos processos de fusão, aquisição e incorporação de
empresas são realizados devido à atratividade das marcas. Um bom exemplo é o
grupo Três Corações, que é o resultado da fusão entre a Santa Clara Alimentos e
Café Três Corações. Em 2005, a Santa Clara incorporou a Três Corações e iniciou
uma nova trajetória empresarial. A nova marca ajudou o grupo a assumir a
liderança com mais de 20% de participação no mercado de pó de café.
Sem a avaliação da marca o valor negociado pode estar muito
abaixo ou acima do valor real e causar grandes prejuízos para o vendedor ou
para o comprador. Para a compradora é fundamental saber o valor da marca que
está adquirindo, o seu potencial de gerar riquezas e lucros. A vendedora
necessita avaliar corretamente o valor da sua empresa somando os valores dos
bens tangíveis com os intangíveis para poder fazer uma negociação justa.
Imagina a Apple sendo vendida pelo valor contabilizado do seu imobilizado...
Fonte: Administradores
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo participação!