Alguns preferem emendar com o término da graduação; outros
indicam um pouco mais de experiência profissional. Saiba como identificar o
momento certo para começar uma pós-graduação lato sensu e as áreas mais
procuradas em Administração
Quatro anos após a conclusão do curso universitário em
Administração, Umberto Rosti, que já trabalhava com auditoria e consultoria em
Tecnologia da Informação, decidiu partir para um MBA em Gestão de TI. A óbvia
motivação para ascender ao nível gerencial da empresa onde trabalhava e a
necessidade de adquirir conhecimentos e habilidades na área foram os fatores
que mais influenciaram Umberto, que hoje tem o seu próprio negócio.
“A pós foi um elemento essencial para que eu fosse promovido
a gerente na época, e com certeza foi o que me incentivou a ser um
empreendedor, a identificar uma oportunidade e iniciar uma empresa do zero”,
relata o empresário, sócio-fundador da SafeWay Consultoria.
A história de Umberto aponta um caminho que muitos
profissionais e recém-formados estão tomando: continuar os estudos através de
uma pós-graduação. No entanto, a dúvida comum de boa parte dessas pessoas é
saber qual é o melhor momento para fazê-lo.
Esse timing de quando iniciar uma pós-graduação, segundo
especialistas, vai depender de inúmeros fatores tão particulares que apenas o
próprio profissional será capaz de saber precisamente a hora de iniciar. Mas é
preciso ter critérios e ser cauteloso ao escolher o momento certo e, acima de
tudo, a melhor área para atuar. A primeira falácia que deve ser evitada é a de
que qualquer pós-graduação serve e o que importa é incrementar o currículo.
Atitude certa, motivação equivocada
Apesar de concordar com o fato de que a exigência do mercado
é um critério que pesa muito na hora da decisão, o professor João Paulo dos
Santos acredita que a principal motivação deve ser a busca por conhecimento.
"As pessoas precisam se empenhar e estudar continuamente. A essência da
busca de um programa de pós é aumentar conhecimentos para que você possa ter
uma condição melhor", diz.
Esse foi o critério utilizado pela assessora de imprensa
Clara Marinho. Formada em Jornalismo há três anos, ela iniciou recentemente uma
especialização na área em que atua. O motivo: "queria algo mais prático
que me ajudasse diretamente no meu atual emprego. O que me foi passado na
universidade por muitas vezes se tornava escasso no dia a dia e sentia sempre a
necessidade de ter, em teoria, aquilo que eu vinha colocando em prática".
É por isso que os planos para uma especialização ou MBA
devem estar alinhados com o planejamento de carreira do profissional. As
qualificações aleatórias, feitas sem critério, em vez de monetizar o
conhecimento e levar a cargos mais altos, podem criar funcionários
insatisfeitos com o atual posicionamento, cheios de teorias acumuladas, porém
incapazes de assumir postos estratégicos nas empresas. Em outras palavras,
operacionais muito inteligentes, mas apenas operacionais.
Suprindo deficiências...
De acordo com o último censo do Ensino Superior, realizado
em 2010 pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) e pelo Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Brasil conta com
29.507 cursos de graduação em 2.377 instituições de ensino superior públicas e
privadas. Elas atendem a mais de 6,3 milhões de alunos, contando com apenas 345
mil professores.
Somando-se a esse cenário a evidente deficiência estrutural
das universidades públicas e o baixo conceito obtido por diversas instituições,
não é difícil inferir que nem sempre um curso superior forma um profissional
completo. E para suprir eventuais falhas na formação, uma pós-graduação pode
ser fundamental.
A consultora de RH Sônia Nakabara também acredita que uma
boa escolha justifica o investimento de tempo e dinheiro em uma pós.
"Fazer por fazer também não dá. Apesar de ser uma exigência, ela tem que
agregar alguma coisa. Tem gente que faz uma pós atrás da outra para ficar
atualizada no mercado, mas isso tem que ser feito pelo conhecimento, algo
pensado para que você aumente a empregabilidade", sugere.
… e adquirindo competências
"Tenho certeza que hoje nenhum profissional consegue se
sentir completo apenas com sua graduação", relata a jornalista Clara
Marinho. "Sempre procurei ficar antenada através de artigos, livros,
pesquisas na web, mas a falta do debate no meio acadêmico uma hora pesa. Não
procurei uma pós apenas pelo título em si. A troca de experiências e o ambiente
são bastante válidos, sem contar que vejo a especialização apenas como o
segundo batente de uma escada. E pretendo chegar ao final", afirma.
O consultor de TI, Umberto Rosti, mesmo formado em
Administração, optou por melhorar suas competências como tecnólogo alinhando-as
a sua capacidade de gestor. Agora pretende voltar às origens. "Estou bem
inclinado a fazer uma pós na área de negócios para complementar minhas
necessidades", disse. "Gostaria de fazer outra fora do Brasil, para o
mercado seria um bom diferencial, mas temos aqui alguns bons cursos. Estou buscando
tempo para entrar nessa jornada".
Formada em Psicologia, Nakabara pretendia seguir a carreira
clínica quando resolveu optar pela área organizacional e fez uma especialização
voltada para marketing de serviços. "Acabei focando minha carreira na área
de pós-venda, de relacionamento com o cliente. Eu precisava entender mais essa
parte do marketing da empresa, e aí fui buscar essa especialização",
relata.
O leque de possibilidades de pós-graduação atualmente é
enorme. Administração, inclusive, é um curso privilegiado nesse aspecto. Por
conta de sua multidisciplinaridade, possui dezenas de especializações e MBAs
que podem ajudar profissionais de diferentes áreas do conhecimento. Basta
apenas analisar as oportunidades disponíveis, escolher a do seu interesse e...
bons estudos.
Pós-graduação, especialização ou MBA?
Tanto a especialização quanto o Master of Business
Administration (MBA – mestre em Administração de Empresas), no Brasil,
correspondem ao nível de pós-graduação lato sensu.
Ao optar por um curso lato sensu, é importante verificar se
a instituição cumpre a carga horária mínima exigida pelo MEC, que é de 360
horas. Ao final do curso, o aluno recebe um certificado, e não um diploma. O
Ministério disponibiliza uma ferramenta on-line com a relação de todas as
instituições credenciadas (emec.mec.gov.br). Já o nível stricto sensu refere-se
aos cursos de mestrado profissional, mestrado acadêmico e doutorado.
Fonte: Administradores
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