Serviço pode ser a palavra chave para quem não dispões de
muitos recursos para tocar a fase inicial de um negócio focado em produtos. A
atividade, que exige basicamente esforço e capacitação de quem empreende, pode
ser uma maneira muito interessante de gerar o capital necessário para o
investimento desejado
Geralmente, é difícil, para os empreendedores, obter um
financiamento inicial para suas startups. Com isso, custear com recursos
próprios é um dos melhores métodos de impulsionar seus projetos. Se o
investimento externo é, por qualquer motivo, indesejado ou inviável, financiar
um produto oferecendo serviços pode ser uma das melhores soluções. Isso,
inclusive, continua sendo um ponto de vista controverso, e parte dos
observadores da indústria afirmam que as empresas se distraem quando tentam
custear um produto com serviços.
Na 1M/1M, nós temos uma posição contrária e pragmática. Para
sustentar isso, nos apoiamos em vários estudos de caso. Para nós, financiar
produtos com serviços é um método testado e comprovado. A RailsFactory, uma
consultoria e desenvolvedora de apps que oferece soluções para o aplicativo
Ruby-on-Rails, foi co-fundada por Senthil Nayagam e Dinesh Kumar em 2006. A
Rails Factory oferece diversos serviços - primeiramente focando no
desenvolvimento do app para a plataforma Ruby on Rails, mas também inclui a
versão de migração da Rails, soluções de e-commerce, Implementação de sistema
um sistema de campanha por e-mail e desenvolvimento de app para iPhone e
Android.
Senthil e Dinesh financiaram o RailsFactory sozinhos,
começando com aproximadamente US$ 1.250. Quando precisaram, cada um recorreu a
recursos próprios: Senthil entregou suas economias e Dinesh pediu ajuda aos
pais. Mas eles começaram a lucrar rápido - graças ao serviços que oferecem,
eles começaram a gerar lucros no segundo mês e cresceram desde então. A
RailsFactory executou mais de 100 projetos e trabalhou com clientes nos Estados
Unidos, Canadá, Índia, Austrália, Cingapura e no Reino Unido. Seus serviços e lucros
ultrapassaram alguns milhões de dólares e a companhia recentemente criou um
produto que passou a ser validado com 100 serviços ao consumidor. A oferta
"produtizada" lhes permite oferecer um pacote de apoio ao segmento
das PMEs com base em pacotes de chamados técnicos.
Com uma história similar, a Mansa Systems é uma empresa de
TI fundada por Siva Devaki, em São Francisco, em 2006. Siva fundou a Mansa
Systems com foco específico na computação em nuvem. Atualmente, a Mansa Systems
desenvolve apps para serem usados em conjunto com a Salesforce.com através da
AppExchange, marketplace da Salesforce.
A AppExchange permite que parceiros criem apps para serem
lançados sob esse modelo de negócio, e a Mansa Systems atualmente oferece oito
tipos diferentes de aplicativos para a Salesforce. Cada aplicativo é projetado
para atender uma limitação do Salesforce. Por exemplo, o armazenamento em nuvem
do app Cloud Drop oferece aos usuários mais espaço, o MassMailer permite que os
usuários contornem as limitações de espaço do e-mail, e EaglEye oferece aos
usuários segurança no compartilhamentos de documentos. A Mansa Systems continua
sendo totalmente financiado pelos serviços da empresa, e os sócios não pensam
em receber financiamento externo. A companhia já atingiu US$ 2 milhões em
lucros anuais e receita suficiente para desenvolver e lançar aplicativos sob
seu próprio modelo.
A AgilOne, uma companhia que oferece análises de mercado,
foi fundada por Omer Artun em 2006. Inicialmente, a companhia se confiou nos
seus serviços para se aproximar dos consumidores, entender e direcionar os seus
problemas, e esse processo gerou lucros. Hoje, o produto da AgilOne é um
software como uma plataforma de serviço. Muito do que a companhia aprendeu
sobre os seus consumidores nos serviços foi transformado no produto, embora uma
parte dos lucros ainda venha dos serviços.
A plataforma foi criada para ajudar as empresas a saberem
melhor como os seus clientes estão interagindo com seus produtos. Por exemplo,
os clientes do varejo online podem ser divididos em diferentes
"clusters" (grupos) com base em suas pesquisas e preferências de
compras. Esses "clusters" permitem que o marketing da companhia
desenvolva promoções específicas para os usuários.
Omer fez sua empresa avançar de nenhuma receita ou
empregados em 2005 para cerca de 45 funcionários e mais de US$ 15 milhões em
2011, quando a AgilOne firmou uma parceria com a Sequoia Capital, companhia do
Vale do Silício que fez um investimento considerável em uma empresa que se
financiou usando serviços.
Eu geralmente escuto que é difícil iniciar uma empresa de
"capital intensivo" (que exige muito investimento no início). E há
alguma verdade nessa observação. No entanto, a Finisar - que produz componentes
de comunicação óptica e subsistemas - oferece um contraponto. A empresa foi
fundada há 25 anos por Jerry Rawls e Frank Levinson. Jerry e Frank financiaram
tudo oferecendo serviços de consultoria, enquanto o produto (fibras ópticas
para redes de computadores) estava em desenvolvimento. Eles buscaram uma
carência na indústria da computação que não estava preenchida e descobriram
essa necessidade no início dos anos 90, quando eles foram os pioneiros na
criação do cabo óptico de baixo custo, que era uma economia para os padrões de
unidades ópticas. Em 1994, o produto tinha mudado o padrão do canal de fibra,
e, depois daquele ano, as vendas de seus componentes ópticos dobraram
anualmente, por sete anos consecutivos.
Mesmo quando a Finisar estava decolando, a companhia
continuou se "auto-financiando". Jerry e Frank financiaram a Finisar
durante os primeiros dez anos de existência e não receberam nenhum investimento
externo até 1998, quando foram abordados pela TA Associates e a Summit
Partners, duas empresas de private equity que compraram 20% da Finisar, na
antecipação de um IPO.
Jerry estima que as vendas da companhia antes do IPO eram de
U$ 30 milhões. Quando a empresa foi a público em 2000, as vendas eram de US$ 67
milhões. A Finisar abriu capital com ações valendo US$ 19 e fechou a US$ 86.
Componentes de comunicação óptica e subsistemas, por todos
os objetivos práticos, são considerados de capital intensivo. Ainda assim,
Frank e Jerry, obviamente, conseguiram financiar seus negócios usando serviços
durante quase todo o caminho até o IPO.
Cada uma das quatro empresas que apresentei alcançaram o
lucro por meio de serviços. Não apenas é um método viável de fazer com que a
sua startup saia do chão, mas é um método comprovado de atingir o lucro,
também. Em alguns casos, pode fazer com que a Sequoia Capital bata na sua
porta. Em outros, você pode conseguir que alguns investidores lhe liguem, para
convencê-lo a lançar uma oferta pública. Ou então encontrar uma enorme quantidade
de fundos endinheirados querendo despejar dinheiro no seu empreendimento. Todos
esses são resultados desejáveis!
Fonte: Administradores
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