Rosabeth Moss Kanter lista sete princípios que devem ser
levados em consideração na aplicação dos reconhecimentos informais
Apesar das palavras de otimismo do ministro Guido Mantega -
o qual parece viver num conto de fadas - analistas e economistas apontam que o
crescimento de 1,5% do PIB no segundo trimestre não se sustentará a médio e
longo prazo, confirmando a velha tese do voo de galinha, característico da
economia brasileira. Em suma, nada mudará: dólar nas alturas, inflação sobre
pressão, desemprego em alta, além de confiança e consumo em baixa, derrubando o
otimismo de quem compra e de quem vende.
Olhando as empresas o que se enxerga não é muito diferente:
corte de investimentos e custos, congelamento de vagas, promoções e aumentos,
demissões em massa, greves e um clima de salve-se quem puder. Neste cenário,
empresários, executivos e gerentes se veem com a difícil missão de manter seus
colaboradores motivados e valorizados. Um recurso que pode ajudar a amenizar o
clima tenso nas equipes são os reconhecimentos informais, uma ferramenta barata
e efetiva quando bem utilizada, as quais serão exploradas neste artigo.
Pare para pensar quando foi a última vez que reconheceu um
de seus colaboradores por um trabalho bem feito. Não se culpe caso pertença aos
grupos “não me lembro” ou “faz muito tempo”. O corre-corre, a pressão do dia a
dia por resultados e a luta corporativa costumam causar este tipo de sintoma.
Em épocas de economia em crescimento, os reconhecimentos formais oferecidos
pelas empresas, tais como participação nos resultados e bônus por atingimento
de vendas costumam suprir este déficit.
Coloque-se agora na posição de seus colaboradores.
Endividados com as últimas aquisições, não podem contar com o dinheiro extra
que costumava salvar a pátria, já que atingir as metas está fora de cogitação
em épocas de PIB magro. Por outro lado, amedrontados com a próxima lista de
demissões, amplificada pela rádio peão, trabalham muito e se esforçam para que
não sejam os próximos, não recebendo no final do dia uma mísera palavra de
incentivo de seus gestores. Nem o ministro conseguiria manter o moral elevado
nestas condições.
Rosabeth Moss Kanter, renomada professora de Harvard e
autora de publicações sobre liderança, lista sete princípios que devem ser
levados em consideração na aplicação dos reconhecimentos informais.
1° - Enfatize o sucesso e não o fracasso. É provável que
você não perceba os pontos positivos, caso se ocupe na busca pelo que há de
negativo.
2°- Promova o reconhecimento e a premiação de forma aberta e
pública. Quando não se torna de conhecimento geral, o reconhecimento perde
muito do seu impacto e do seu propósito.
3° - Realize o reconhecimento de maneira pessoal e honesta.
Evite algo muito meloso ou demasiadamente elaborado.
4° - Faça com que o reconhecimento e a premiação estejam de
acordo com as necessidades exclusivas das pessoas envolvidas. Dispor de opções
habilitará o gerente a agradecer pelas realizações de acordo com as
particularidades da situação.
5° - A escolha do momento oportuno é crucial. Reconheça uma
contribuição durante todo o curso de um projeto. Premie assim que possível. Os
atrasos enfraquecem o impacto da maioria das premiações.
6° - Estabeleça uma conexão clara entre realizações e
premiações. Faça com que as pessoas entendam por que receberam os prêmios e os
critérios usados para determiná-los.
7° - Reconheça o reconhecimento, ou seja, valorize os
colaboradores que enaltecem os colegas por fazerem o que é melhor para a
empresa.
Bob Nelson, autor do livro: “Faça o que tem que ser feito”,
lista alguns exemplos de reconhecimentos informais: elogios pessoais, por
escrito, eletrônicos ou públicos, maior autonomia e autoridade, folgas e
horários flexíveis de trabalho, aprendizagem, treinamento e desenvolvimento de
carreira, maior disponibilidade de tempo do gerente, pequenas premiações em
dinheiro, vale presentes, jantares, passeios com a família e celebrações em
grupo custam pouco ou quase nada além do tempo, criatividade e boa vontade dos
gestores, trazendo em geral bons resultados e motivação dos colaboradores. O
autor dá ainda algumas dicas por onde começar, como criar metas diárias ou
semanais, ter no bolso cartões para elogios ou escrever uma lista com os
possíveis eleitos.
Em tempos em que a ética, a moral e os valores andam de
cabeça para baixo e que a falta de educação e o espírito de levar vantagem
perduram em nossas relações cotidianas, seja no trânsito, na fila ou no
estacionamento de um shopping, um simples obrigado ou uma pequena gentileza
podem fazer a diferença em sua equipe. Tente. O máximo que poderá ocorrer é
incorporá-la em sua vida, deixando o dia a dia daqueles que convivem com você
menos duro e áspero, já que viver no país das maravilhas é privilégio para
poucos.
Fonte: Administradores
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