Em São Paulo, o tempo médio de deslocamento do trabalhador
de casa até o trabalho é de 42 minutos (somente de ida), de acordo com recente
estudo elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)
O objetivo deste artigo é demonstrar como o teletrabalho,
também conhecido como trabalho a distância, pode contribuir para melhorar a
mobilidade urbana e a qualidade de vida em grandes metrópoles como São Paulo,
contribuindo para diminuição do trânsito, menos emissão de gases poluentes,
aumento de produtividade do trabalho, inclusão social, dentre outros fatores.
Em São Paulo, o tempo médio de deslocamento do trabalhador
de casa até o trabalho é de 42 minutos (somente de ida), de acordo com recente
estudo elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). O
trabalhador que moram na região Leste e trabalha zona Sul demora cerca de
quatro horas no deslocamento de ida e volta. No dia 27 de julho, a CET
registrou 300 km de lentidão no trânsito, em pleno mês de férias.
Os custos com tarifas de transporte público (ônibus, trem e
metrô) na cidade de São Paulo são os maiores do mundo, comparando-se ao poder
aquisitivo do brasileiro. Desta forma, esta situação acaba também agravando o
quadro sócio-econômico-ambiental, quando se constata, por exemplo, que os
ônibus urbanos estão sempre superlotados e se deslocando em baixa velocidade,
juntamente com os automóveis.
Diante da necessidade de se encontrar soluções para a
melhoria da mobilidade urbana nas grandes cidades, redução das emissões de
poluentes e melhoria da qualidade de vida da população, propõe-se a utilização
do teletrabalho como estratégia organizacional (pública e privada) sustentável.
O teletrabalho possibilita muitos benefícios para empresas,
governos, comunidades e para os trabalhadores e suas famílias. Sua
implementação deve ser feita de forma gradual, respeitando a cultura
organizacional, para que os benefícios possam ser alcançados por todos.
Projetos de teletrabalho implantados de forma adequada, se tornam bem
sucedidos, agregando valor para as empresas e melhorando a qualidade de vida
dos funcionários. Alguns benefícios se sobressaem:
1) Aumento de produtividade: Gestores que adotaram o
Teletrabaho têm relatado que seus funcionários são entre 8% e 40% mais
produtivos que os colegas que permanecem no sistema de tradicional. Um estudo
da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontou que as melhorias de
produtividade foram de cerca de 11% entre os teletrabalhadores. De acordo com o
Instituto C. Grantham para o Estudo da Distribuição do Trabalho, pode-se obter
US$ 2 de aumento da produtividade para cada US$ 1 gasto em equipamentos.
2) Economia de espaço: A quantidade de espaço economizado em
metro quadrado depende da atividade de cada empresa. Em cenário de preços de
aluguel de lajes corporativas crescente, o Teletrabalho se apresenta como uma
boa opção para redução de custos e despesas operacionais, além de gastos com
investimentos.
3) Recrutamento e retenção: A empresa ou organização que é
capaz de oferecer flexibilidade na jornada de trabalho semanal, pode reduzir a
rotatividade de pessoal em até 20%, de acordo com algumas pesquisas.
4) Absenteísmo: Pessoal ausente custa em média US$ 400 por
dia na Austrália, de acordo com o Jornal Australian Post. No Brasil este custo
fica em torno de 1,5% a 4,0% sobre a folha de pagamento das empresas,
considerando somente de custo diretos. Os custos indiretos são superiores em 4
ou 5 vezes. Portanto, a adoção do teletrabalho diminui o adsenteísmo e traz
economia para a empresa e/ou organização governamental.
5) Moral: Foi relatada melhorias na moral da equipe em até
75%, em empresas que adotaram o teletrabalho.
6) Carbono neutro: Empresas que adotam o Teletrabalho,
deixam de emitir gases poluentes e tornam-se Carbono Neutro, influindo
positivamente na imagem institucional e contribuindo para sua responsabilidade
social e ambiental, agregando portando valor ao negócio.
7) Serviço: Os clientes relatam respostas mais rápidas e melhores
aos serviços dos funcionários que participam do teletrabalho, resultando em
melhor relacionamento com seus públicos.
8) Economia financeira: Redução de gastos com
ar-condicionado, iluminação, telefonia, estacionamento, aluguel, alimentação,
dentre outros.
9) Economia de tempo: Se o teletrabalhador consegue fazer
seu trabalho em menos tempo, sobra mais tempo para a família, para compras,
esporte e outras atividades.
10) Redução de despesas: As famílias economizar em
combustível, manutenção de veículos, roupas e alimentação fora de casa.
11) Inclusão social: trabalhadores com deficiência, idosos e
aposentados podem voltar ao mercado de trabalho, melhorando sua qualidade de
vida.
O teletrabalho é um componente crítico de uma economia
verdadeiramente sustentável. Não só é ambientalmente saudável, mas aumenta a
produtividade local e os ganhos de todos os residentes. Em estudo do governo
americano no estuário de Puget Sound, estado de Washington, a implantação do
teletrabalho reduziu o consumo de energia em 10%. Em artigo publicado no
Washington Post, em 2004, Laurie Schintler, professor de Políticas Públicas da
George Mason University, estima que o tráfego em Washington, DC poderia cair
10% para cada 3% de pessoas que adotem o teletrabalho. Os custos com prestação
de serviços com a Infra-estrutura urbana nas grandes cidades poderiam ser
reduzidos. Vários outros benefícios podem ser conquistados, nas esferas pública
e privada.
Tais possibilidades exigem uma reflexão por parte de
empresas e governos, para uma contribuição positiva para melhoria da qualidade
de vida nos grandes centros urbanos. Os problemas que os grandes centros
urbanos como São Paulo enfrentam requerem soluções inovadoras e rápidas para o
bem comum. A copa do mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 estão chegando. O
que os gestores públicos estão fazendo para melhorar a mobilidade urbana?
Fonte: Administradores
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