Não adianta! As pessoas não são iguais às outras e diversas
práticas empresariais de sucesso mostram que ter profissionais com pensamentos
e ideologias variadas pode se tornar um diferencial competitivo fora de série.
O desafio, então, está em gerenciar essa diversidade
No ambiente atual das empresas, a diversidade não é apenas
uma realidade diária para as organizações: é uma necessidade fundamental do
negócio. Para competir em um mercado global altamente dinâmico, as empresas
precisam atrair e reter talentos de um espectro bem amplo de países, grupos de
idade e culturas. Dessa forma, o gerenciamento de diversidades tornou-se um
imperativo estratégico, cujo impacto vai muito além das políticas de
recrutamento e contratação.
Mesmo assim, para muitas empresas, o gerenciamento de
diversidades é encarado apenas como o preenchimento de certas quotas para a
incorporação de minorias e mulheres. No entanto, esta abordagem carrega um
problema sério: o simples alcance da diversidade atual.
A diversidade da diversidade
O alcance dos critérios de diversidade usados hoje pelas
organizações tornou-se tão amplo que é praticamente ingovernável no nível
prático. Isso ocorre porque a diversidade passou a incluir diferenças não só de
raça, gênero e credo, mas também de idade, experiência, educação, papéis e
mesmo de personalidade. Muitos desses fatores são de gerenciamento difícil.
Com isso, o gerenciamento corporativo das diversidades deve
então focar as circunstâncias que são administráveis e podem ajudar a obter
unidade dentro da organização. Há duas áreas para as quais a alta administração
pode voltar-se: as motivações das pessoas para agir ou suas competências
profissionais e capacidades de liderança.
Força multinacional
Seja qual for o perfil ou a cultura, as motivações que levam
as pessoas a realizar ações podem enquadrar-se em três tipos: extrínseco,
intrínseco e transcendente. Motivações extrínsecas são as que dizem respeito à
satisfação de uma série de necessidades tangíveis. O dinheiro é considerado a
motivação universal predominante. Existem também algumas necessidades
intangíveis no nível individual, como prêmios e reconhecimento.
Em contraste, pessoas com motivações intrínsecas participam
com boa vontade de tarefas com o objetivo de aprender e melhorar suas
competências e capacidades. Assim, sua satisfação vem do próprio trabalho.
Finalmente, se uma pessoa é guiada por motivações transcendentes, elas entendem
que seus atos afetam outros e podem levar em consideração as necessidades
dessas pessoas. Para elas, a satisfação vem do fato de serem úteis para outros.
A força da motivação de uma pessoa depende do grau com que
cada tipo mencionado determina sua conduta. Alguém que é orientado
primariamente por fatores externos é considerado como tendo uma motivação
relativamente fraca, pois estará preparado para agir em troca de um ganho
máximo e frequentemente de curto prazo.
Se suas motivações forem mais intrínsecas, elas deixarão de
contribuir para a organização logo que tiverem atendido suas necessidades ou
quando um desafio for inferior às suas expectativas. Se suas motivações forem
transcendentes, elas só cessarão de agir quando tiverem superado todos os seus
desafios ou tiverem atendidas as necessidades de outras pessoas dentro e fora
da organização.
Diversidade de competências
Se as organizações desenvolverem uma melhor compreensão das
forças motivacionais que agem sobre os diferentes profissionais, terão maior
capacidade para gerenciar a integração e o desenvolvimento de cada um. Quando
as motivações para agir de uma pessoa forem predominantemente extrínsecas, ela
terá primariamente necessidade de competências de negócios, como conhecimento
do mercado ou capacidade de análise.
Dito isso, deve ser lembrado que focar exclusivamente nesses
tipos de competência cria um gerenciamento mecânico, onde os únicos objetivos
são a eficiência e o retorno positivo. Quando uma pessoa é orientada por
motivações intrínsecas, precisa complementar suas competências de negócios com
talentos interpessoais, como comunicação, administração de conflitos, carisma e
trabalho de equipe.
Esta abordagem de gerenciamento dá origem a um paradigma
psicossocial, dentro do qual a organização procura ser efetiva e também
atrativa para os funcionários e para toda a sociedade. Por último, pessoas
cujas ações são orientadas por motivações transcendentes exigem um estilo de
liderança bem mais pessoal, além de líderes que atingem a excelência não só em
termos de competências interpessoais e de negócios, mas também no nível
intrapessoal.
Existem oito competências básicas necessárias para este tipo
de liderança: gerenciamento de estresse, autocrítica, auto-conscientização,
capacidade de aprendizado, tomada de decisões, autocontrole, equilíbrio
emocional e integridade. Empresas que buscam desenvolver este tipo de talento
devem ser gerenciadas com um paradigma antropológico, que busca obter não só a
eficiência e a atratividade, mas também a unidade organizacional.
Unidade em face da diversidade
Recrutar e manter funcionários com perfis diversos pode ser
uma fonte de vantagens competitivas. Entretanto, o objetivo último da empresa
não deve ser apenas o de aumentar sua diversidade. Em vez disso, ela deve
esforçar-se para obter a unidade dentro da organização, construindo um alto
nível de compromisso entre seus funcionários, apesar de suas diferenças.
O compromisso é obtido quando a força motivacional está em
alta, baseada primariamente em motivações transcendentes. Para fazer com que
isso aconteça, as políticas de gerenciamento de diversidades devem estar de
acordo com um paradigma antropológico que valoriza a dignidade de cada pessoa
como única, que não pode ser discriminado por causa de diferenças externas ou
internas.
Para chegar a isso, as empresas devem fazer do gerenciamento
de diversidades uma parte integral de sua declaração de missão, além de
torná-lo compatível com as motivações de seus funcionários.
Fonte: Administradores
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