sexta-feira, 19 de julho de 2013

Bisturi "inteligente" pode identificar tecido cancerígeno

Equipamento permitirá que os médicos evitem cirurgias adicionais para remover novos pedaços de tumores




Londres - Cientistas criaram um bisturi "inteligente" capaz de detectar em segundos se o tecido que está sendo cortado é cancerígeno, o que abre caminho para cirurgias mais efetivas e precisas no futuro.

O equipamento, criado por pesquisadores do Imperial College, em Londres, permitirá que os médicos evitem cirurgias adicionais para remover novos pedaços de tumores.

A tecnologia na prática mistura os bisturis elétricos, que cortam o tecido usando calor, com um espectrômetro de massa para análise química.

Visualmente, os cirurgiões têm dificuldade para definir onde termina um tumor e onde começa o tecido saudável, o que faz com que algumas células cancerígenas deixem de ser extirpadas. Um quinto das pacientes de câncer de mama submetidas a cirurgias de lumpectomia precisa passar por uma segunda operação.

O novo bisturi iKnife foi concebido para contornar esse problema analisando instantaneamente a fumaça emitida pelo corte do tecido e comparando-a com um acervo de "impressões digitais" biológicas de tumores e de tecidos saudáveis.

No primeiro estudo, o iKnife diagnosticou amostras de tecidos de 91 pacientes com 100 por cento de precisão, segundo estudo publicado nesta quarta-feira pelos pesquisadores do Imperial College na revista Science Translational Medicine.

Atualmente, amostras de tecido já podem ser enviadas a análises laboratoriais enquanto o paciente permanece sob anestesia geral, mas cada exame leva cerca de meia hora, enquanto iKnife oferece respostas em menos de três segundos.

"É realmente uma inovação interessante e uma técnica muito promissora para todos os tipos de cirurgia", disse a cirurgiã de cabeça e pescoço do Southampton Hospital, Emma King, na Inglaterra, que não participou da pesquisa.

Ela disse, no entanto, que ainda espera ver o desempenho do iKnife em um teste clínico aleatório.

Zoltan Takats, do Imperial College, responsável pela invenção, disse que pretende realizar esse estudo, envolvendo entre 1.000 e 1.500 pacientes com variados tipos de cânceres.

O estudo deve levar dois a três anos e só depois disso o iKnife será submetido aos trâmites regulatórios, abrindo caminho para sua comercialização.

Takats criou na Hungria uma empresa chamada MediMass para desenvolver o produto e espera selar uma parceria com uma grande companhia de tecnologia para comercializar o bisturi inteligente na Europa e América do Norte.

Fonte: Exame

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