sexta-feira, 28 de junho de 2013

Eu também iria às ruas, diz criador de máscara sobre protestos no Brasil





As diversas manifestações pelo Brasil têm pautas diferentes, mas um rosto em comum: uma máscara branca, com bigode virado para cima e um sorriso irônico. O britânico David Lloyd, o homem que criou este símbolo, se diz feliz ao ver o símbolo que criou sendo usado nos protestos e faz um exercício de imaginação: "Acho que se eu estivesse na mesma situação que os brasileiros que estão indo às manifestações, eu também iria para as ruas".

Esta máscara foi criada para o personagem V, que estrela a HQ "V de Vingança", ilustrada por Gibbons e roteirizada pelo também britânico Alan Moore. Na história, V usa uma máscara de Guy Fawkes (1570-1606), soldado inglês que foi executado após tentar explodir o Parlamento Britânico em 5 de novembro de 1605.

A história da máscara foi além dos quadrinhos: em março de 2006 estreou no cinema a adaptação de "V de Vingança", dirigida por James McTeigue e estrelada por Hugo Weaving e Natalie Portman. Dois anos depois, membros do movimento hacker Anonymous passaram a utilizá-la em protestos. Esta ação passaria a ser repetida por vários outros movimentos pelo mundo.

Sete anos atrás, quando veio ao Brasil pela primeira vez, Lloyd explicou o que ele achava que levava o público a se interessar por V: "Sempre há no mundo pessoas sob repressão, seja ela política, cultural ou outra. E nós sempre sonhamos que outra pessoa venha e lute por nós, que abra mão de tudo, família, amigos, tudo, e venha lutar por nós, por cada um de nós". Ele disse esta frase antes de as máscaras tornarem-se figurinhas carimbadas de manifestações com motivos tão ecléticos como combater a Igreja da Cientologia (nos EUA), impedir a destruição de uma área verde em uma praça tradicional (Turquia) ou pedir tarifa zero para transporte coletivo (Brasil).


"Tenho uma postura cética, eu não acredito que os protestos vão mudar o governo", disse ele ao UOL em entrevista concedida na tarde de terça (25), antes de a Câmara brasileira arquivar a PEC 37 por ampla maioria. "É meu ponto de vista pessoal, isto não significa que não apoio as manifestações: torço para que as pessoas saiam e protestem!"

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