domingo, 23 de junho de 2013

Como as marcas devem se posicionar diante dos protestos?

Spoleto, Koni Store, Domino´s, Totem e Reserva já se manifestaram sobre o assunto. Se engajar ou não ao tema, no entanto, tem mais a ver com essência do que com estratégia


As manifestações por todo o país envolvem o governo, as pessoas e até mesmo as marcas, que precisam estar atentas aos interesses dos seus públicos. Algumas já se posicionaram favoráveis às reivindicações pacíficas nas redes sociais. É o caso da Totem, da Reserva e das redes Spoleto, Koni Store e Dominos´s, do Grupo Trigo. Se envolver ou não no tema, no entanto, vai além de uma questão estratégica e depende da essência da empresa.

Aquelas que buscam se posicionar e desenvolver iniciativas sobre o tema sem uma identidade compatível ou um histórico de engajamento social tendem a passar uma imagem negativa, ainda que seus consumidores estejam abertos a dialogar sobre os protestos. “Se a empresa não defende a ideia e não costuma se envolver com questões similares pode soar falso, como um oportunismo”, opina Ricardo Guimarães, Presidente da Thymus Branding, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Por outro lado, as empresas que se manifestam sobre o assunto e são coerentes com seu DNA não agem apenas pensando na visibilidade. A atitude tem relação direta com o que são e como enxergam o mundo. “As marcas que são mais interativas, que participam dessa sociedade em rede e são ativas, naturalmente se posicionam porque isso tem a ver com suas crenças e com o perfil dos seus públicos e donos”, avalia Guimarães.

Marcas se mobilizam
A Reserva tem publicado imagens de pessoas que postam fotos do protesto com a hashtag #tonaruapelobrasil em suas redes sociais e envolvido seus funcionários na causa. “A Reserva é uma marca idealista, sempre foi, e nada nos impede de dizer o que pensamos e de seguir os movimentos que acreditamos. São 500 pessoas trabalhando conosco, então são 500 cidadãos que querem que algo mude”, explica Rony Meisler, Sócio e Fundador da Reserva, em entrevista ao portal.

Além de publicar imagens dos consumidores nos protestos, a marca usará as redes sociais para escolher as principais palavras que representam o movimento e desenvolver uma camisa inspirada no tema. “A ideia é vender em todas as lojas e na internet por quase metade do preço das camisetas normais. A Reserva enquanto entidade está preocupada em se envolver. Fortaleceria muito o processo democrático se todas as empresas se engajassem nessa causa também”, destaca Rony Meisler.

Os colaboradores da Reserva foram liberados mais cedo para participarem dos protestos. O mesmo ocorreu com a Totem, que também postou mensagens de apoio às reivindicações na internet e terminou o expediente mais cedo ontem, dia 20. Além das duas marcas, o Grupo Trigo publicou nas redes sociais do Spoleto, da Koni Store e da Domino´s Brasil uma mensagem avisando que, durante o período das manifestações, os canais não divulgarão informações sobre produtos e serviços porque abrirão espaço para imagens de consumidores fazendo protestos pacíficos.

Atenção ao cenário do país
A maior vantagem da participação das marcas está no vínculo criado com as pessoas, já que elas se sentem compreendidas e acolhidas em um momento em que o governo não estabelece um diálogo maior. “As marcas são mais do que um nome, uma embalagem ou um design diferente. Por isso, é muito importante que estabeleçam um contato próximo com o consumidor e que tenham atitudes condizentes com o que passam para a sociedade. Uma ação vinda de uma essência verdadeira pode gerar uma grande identificação e aproximação com seus públicos”, analisa Carolina Soihet Cohen, Sócia e Coordenadora da Top Branding, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Apesar de todos os pontos positivos, o conteúdo e a maneira como as empresas comunicam seus posicionamentos devem ser analisados com cautela para que a percepção das pessoas seja em relação ao apoio à liberdade de expressão e à melhora de qualidade de vida da população e não ao vandalismo ou a determinados partidos políticos.

Posicionando-se ou não, as marcas não podem ignorar o atual momento do país. Em um cenário completamente novo e até pouco tempo atrás imprevisto, as empresas que lidarem com o novo ambiente social terão mais chances de compreenderem as necessidades e exigências do mercado e dos clientes. “A marca tem que mostrar que está antenada com o momento e com o que é importante para os seus consumidores. Se eles são um público mais jovem, que quer fazer a diferença, e a marca está falando sobre si ou assuntos que não interessam, com certeza abrirá espaço para a concorrência que estiver mais em sintonia com eles”, destaca Carolina Soihet Cohen.

Veja abaixo algumas imagens publicadas nos canais digitais das marcas:






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