Tão importante quanto vender um produto, é reter o cliente.
Preocupamo-nos com a conquista e esquecemos que o segredo de um bom
relacionamento é saber ouvir e atender bem. As empresas nos enchem de promessas
e esquecem, com o passar do tempo, de honrar seus compromissos
Nesse badalado mundo dos negócios, é comum ser bombardeado
por inúmeras campanhas de marketing que servem como iscas para fisgar novos
clientes. As campanhas publicitárias, além de serem agressivas, são também uma
verdadeira tentação.
Porém, boa parte delas é apenas promessas sem fundamento. As
companhias estão mais focadas em conquistar clientes do que em retê-los,
desenvolver um bom relacionamento, pensar a longo prazo.
Quando decidimos ou estamos obstinados a conquistar alguém,
vestimos nossa melhor roupa, escolhemos nosso melhor perfume, nos preparamos
para a guerra da conquista com nossas melhores armas da sedução, às vezes nos
fantasiamos de alguém que nem somos. Tudo isso para deslumbrar nosso cliente, a
pessoa amada.
Com o passar do tempo, depois de termos em nossos braços a
pessoa amada, chega a ser comum relaxarmos, deixarmos de lado toda aquela dança
da sedução. De Don Juan, passamos a "Ogro do amor".
Reconheço que as empresas são exímias conquistadoras. Porém,
afirmo com todas as letras que a mesma que nos conquistou dificilmente nos
mantém. Outro dia estava negociando com uma grande corporação de telefonia a
portabilidade do meu número. Havia cansado do serviço medíocre que foi prestado
ao longo dos anos, que, por sinal (na verdade, sem sinal), era muito diferente
daquela promessa que me foi feita em um primeiro contato.
Por que não gostamos de levar um fora?
Somos eloquentes em nosso discurso de conquistadores,
enchemos de flores nossas mulheres, mas, com o passar do tempo, relaxamos, nos
tornamos relapsos. Nossas namoradas ou esposas são como flores, precisam ser
regadas todos os dias. Porém, lembre-se: água em dose suficiente hidrata e
mantém vivas as raízes da esperança e da alegria. Mas água em excesso sufoca e
mata. Experimente dar flores todos os dias para sua mulher e verás que com o
passar do tempo ela estará tão habituada que dificilmente tal atitude fará a
diferença.
Você não precisa encher de presentes sua mulher, o grande
prazer da vida está nas pequenas coisas. Nós, amantes da vida, gostamos mesmo é
de ser lembrados. Acredito que muitas empresas deveriam passar mais tempo
ouvindo o feedback de seus clientes, não lembrar deles somente em datas festivas
ou mesmo para empurrar algum serviço. Regar a relação é preciso, tão importante
quanto viver o presente, é pensar no futuro.
No jogo da conquista, exibimos com maestria todas as nossas
qualidades e sabemos melhor do que ninguém camuflar nossos piores defeitos, os
quais serão revelados com o tempo, com a convivência. Assim também são as
empresas, que deixam muito a desejar com seus clientes. Em um primeiro momento
são envolventes, usam suas melhores armas da sedução e, infelizmente, no longo
prazo, como boa parte dos casamentos, as máscaras acabam caindo no altar.
Não seja quem você não é, não prometa aquilo que você não
pode cumprir, não exija do outro aquilo que nem você pode dar. Palavras, do
mesmo jeito que chegam, vão. Atitudes mantêm viva a memória do outro, se enraízam.
Acredito com veemência que empresas que prezam por um relacionamento
transparente com seus clientes têm maiores chances de perpetuarem seus
negócios.
Fácil é conquistar, difícil é manter. Vejo inúmeras pessoas
com falso sorriso no rosto, que sofrem da síndrome dos três meses. São exímias
na arte da conquista, porém péssimas nos relacionamentos de longo prazo. Eu
costumo dizer que esses relacionamentos efêmeros são como Miojo, instantâneos e
simplórios, sem vida, sem sabor e com pouco aprendizado. Felizes as empresas
que prezam pelo bom relacionamento, estas sabem melhor que seus concorrentes
como satisfazer seus clientes.
O verdadeiro conquistador não é aquele arrasa quarteirões de
quem muito se fala por aí, mas sim aquele que sabe como conquistar todos os
dias a mesma pessoa. É aquele que além de vender bem seu produto, sabe usar bem
seu pós-venda. Já diz o ditado popular: "quem não dá assistência, abre
concorrência e perde a preferência".
Fonte: Administradores
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