Você pode estudar na melhor universidade do mundo, pode ter
à sua disposição os melhores recursos e pode até contar com os melhores
professores. Sem ralar, meu amigo, de nada adianta
Passei quatro anos na faculdade de Administração. Como todo
aluno de qualquer instituição brasileira de ensino superior, tive vários bons
professores, uns dois que eu enquadraria como inspiradores e, infelizmente,
alguns que não mereceriam passar do portão da universidade. Esses dois
professores inspiradores, de uma forma ou de outra, conseguiram grudar na minha
mente a seguinte mensagem: você é o único responsável pela sua formação.
E a realidade é essa. Você pode estudar na melhor
universidade do mundo, pode ter à sua disposição os melhores recursos e pode
até contar com os melhores professores. Sem ralar, meu amigo, de nada adianta.
Quando você absorve o verdadeiro significado desse mantra,
algo de transcendental acontece. Lembra aquela cena de Matrix em que Neo
ressuscita e consegue enxergar a natureza da Matrix com todos aqueles códigos
verdes? É mais ou menos isso. Iluminação. Nirvana.
Quando você compreende isso, seus parâmetros mudam. É
normal, por exemplo, encarar o professor como alguém que impõe obstáculos aos
seus objetivos. Quando se tem isso em mente, suas ações são pautadas a
atingirem os critérios daquele professor. “Ah, esse professor é ‘bonzinho’.
Posso fazer de qualquer jeito que ele dá nota boa”. “Esse cara é exigente,
tenho que estudar um pouco mais para poder passar”. Notas? Provas? Nível de
exigência do professor? Dane-se tudo isso!
Quando passamos pela experiência da revelação - lembre-se:
você é o único responsável pela sua formação -, isso tudo passa a ser
secundário. Você não se preocupa em atender os critérios de exigência do
professor, você se preocupa em superar seus próprios critérios internos. Sua
meta não é atingir a média ou “tirar nota boa”. Essa besteira, inventada há
séculos, é apenas a maneira que encontraram para viabilizar o sistema de ensino
no mundo todo. Nada mais do que isso. Sua meta é superar a si mesmo, superar as
suas limitações. Ir além do que você conseguiu ir no dia anterior.
Não é pelo professor que você se esforça, futuro
administrador. É por você e pela diferença que você irá fazer no mundo. É da
construção do seu “eu-futuro” que estamos falando. O professor não é seu
adversário nessa trajetória - ele é seu aliado, seu guia, seu mentor.
Aliás, quer que eu conte outro segredo? O professor é um
sujeito em formação, assim como você, por mais graduado que seja. Entender isso
também faz com que você perca algo chamado de temor reverencial, ou seja, a
mania que algumas pessoas têm de encarar um superior, autoridade ou pessoa
famosa como um deus. Não confunda: não se trata de perder o respeito, e sim
parar de enxergar como divindade alguém em uma posição mais elevada.
Outro parâmetro que é afetado é como você se coloca em
relação aos seus colegas. Exemplo de um típico argumento vazio: “A minha nota
foi a mais alta da sala”. E daí? Primeiramente, seus colegas não são seus
concorrentes. Segundo, a sua régua de desempenho não pode ser definida pelos
resultados dos seus pares. Nosso desafio aqui é o de superar nossos limites,
não os dos outros. Vale a máxima de Lao Tsé, “quem vence os outros é forte.
Quem vence a si mesmo é invencível”.
Ah, você passa também a não confiar demasiadamente no seu
talento. É importante reconhecer suas forças e fraquezas, mas o talento por si
só não basta. Devemos transpirar para transformar nossos talentos em uma
competência de fato.
Por fim, quando você finalmente internalizar a verdade de
que é o único responsável não apenas por sua formação, mas pelo seu destino, poderá
até se dar por satisfeito por ter realizado um trabalho bem feito aqui e ali,
mas a única coisa que irá impulsionar seus resultados é aquele reconhecimento
íntimo e sincero que diz: eu ainda posso fazer melhor.
Fonte: Administradores
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