Pesquisa aponta que esse recurso é empregado por 74% das companhias brasileiras, mas oferece muitos riscos; estudo aponta ainda quais são os principais motivos pelos quais um profissional recusa uma oferta de trabalho
A contraproposta, prática em que a empresa oferece uma promoção ou aumento ao profissional no momento em que ele pede demissão, é uma iniciativa comum em 74% das empresas brasileiras. Conhecida como uma iniciativa emergencial de retenção, ela também é utilizada por 71% das companhias globalmente, de acordo com pesquisa da Robert Half realizada com 1.000 diretores de Recursos Humanos de oito países. Esse recurso lidera a lista dos principais motivos pelos quais um profissional recusa uma oferta de trabalho.
Para 27% dos diretores de RH brasileiros entrevistados, a contraproposta é o principal motivo para recusa de ofertas feitas a profissionais. As demais razões são a proposta de outra empresa (25%), oferta abaixo da remuneração/benefícios (24%), pouca aderência à cultura da organização (14%), responsabilidades do trabalho inadequadas à expectativa do candidato (7%) e longa distância (3%).
A pesquisa ainda mostra que o Brasil é o país em que os profissionais mais se tornaram propensos a recusar uma oferta de trabalho nos últimos três anos, segundo 63% dos diretores de RH. Na média global, o índice é de 41% e há países como a Itália em que 80% dos entrevistados afirmaram que os profissionais não estão mais propensos a declinar propostas de emprego.
O risco da contraproposta para as empresas
Fernando Mantovani, diretor de operações da Robert Half, alerta para o risco que a contraproposta oferece às empresas. “Mesmo que aceite a oferta, o profissional tende a sair em um curto espaço de tempo, pois o que o incomodou a ponto de pedir demissão quase nunca está relacionado apenas à remuneração. Os outros motivos de insatisfação continuam”, explica.
A Robert Half selecionou as principais armadilhas da contraproposta. Confira abaixo:
- Alguns chefes não estão dispostos a "perdoar" o fato de que o executivo pensou em aceitar uma oferta de outra empresa e isso pode gerar dúvidas em relação ao seu comprometimento. Se a empresa passar por um momento de incertezas, o nome deste profissional poderia ser cogitado no caso de eventuais demissões. E o contrário também é válido. Se houver uma oportunidade no futuro de mandar um colaborador fazer um treinamento ou participar de uma convenção no exterior, a presença do executivo poderá ser questionada.
- Estudos realizados pela Robert Half mostram que funcionários que aceitam uma contraproposta costumam sair, voluntariamente ou não, depois de um ano, uma vez que as razões que o levaram a procurar um novo emprego ainda persistirão. O aumento de salário pode ter sido um paliativo para a situação, mas o relacionamento tenso com o chefe e a falta de tempo para a vida pessoal, provavelmente vão continuar, por exemplo.
- As contrapropostas também costumam afetar a reputação profissional, tanto com o empregador atual quanto com o potencial. A empresa realizou a entrevista pode questionar o porquê de o executivo ter procurado um novo emprego. Além disso, o atual chefe pode achar que a busca por uma nova oportunidade foi uma carta usada para negociar salário e conseguir uma promoção.
- É comum na contraproposta que a empresa faça muitas promessas de melhorias, mas também é comum que as mesmas promessas não sejam cumpridas e no curto prazo o profissional se frustre.
Fonte: Administradores
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