Ser fitness está em alta. Milhares de brasileiros decidiram fazer deste, um verão mais saudável. Veja como os administradores estão aproveitando essa onda e investindo em um mercado que se encontra em plena expansão
Esqueça as lágrimas e os lenços, o ditado agora é: enquanto uns suam, outros vendem esteiras. Se você, caro leitor, abrir o Instagram ou Facebook neste momento, com certeza encontrará diversas imagens dos seus amigos e seus projetos para o verão. Eles estarão exibindo fórmulas de sucos verdes, suplementos, produtos para dietas, materiais esportivos e muitas fotos tiradas no espelho da academia. Os brasileiros decidiram apostar em uma rotina mais saudável, e esta escolha também tem ajudado a nossa economia.
Em apenas dez anos de “malhação”, o mercado brasileiro pode se orgulhar e dizer que nunca esteve em tão boa forma. Se em 2006, o país somava apenas sete mil academias, em 2012 este número saltou para 22 mil espaços voltados para atividade física. Esse crescimento colocou o país em segundo lugar no ranking que mede a quantidade de academias pelo mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos.
De acordo com a Associação Brasileira de Academias (ACAD), este nicho atende mais de seis milhões de pessoas e chega a movimentar US$ 2,3 bilhões no país. Um ranking divulgado pela instituição coloca o Brasil em 10º lugar entre os países que mais faturam neste segmento.
“Alguns fatores contribuíram para que o mercado fitness chegasse à segunda posição do ranking mundial (em número de estabelecimentos) e ficasse entre os dez mais fortes, em termos de valores movimentados. Pode-se destacar a formação das redes de academias, que impulsionou o mercado, exigindo que as pequenas e médias se profissionalizassem, aumentando a qualidade dos serviços e do atendimento. Há também uma nova leva de fornecedores de equipamentos e indumentárias voltados para quem pratica exercícios, que apostam no mercado brasileiro, tanto de empresas nacionais como as estrangeiras”, afirmou Kleber Pereira, presidente da ACAD.
Diogo Salim, diretor administrativo do Grupo Unique Fitness percebeu o fenômeno e soube investir na área. Hoje, ele busca a nacionalização da marca e a expansão do conceito “clube”, que une a rotina dentro da academia a atividades feitas ao ar livre, preparadas para atender a toda família. “Percebi, no ano de 2008, que grandes redes nacionais estavam vindo para Brasília. Sabia que a atividade física orientada teria uma grande demanda, tendo em vista a conscientização, cada vez maior, dos brasilienses sobre a importância da prática de atividades físicas para todos. Hoje a busca por uma gestão profissionalizada é essencial para qualquer empresa que deseja empreender em um mercado extremamente competitivo. Não podemos jamais deixar de aprimorar, estudar e ouvir”, afirmou o empresário.
Transpirar e inspirar
Impulsionado por um momento de culto ao corpo nas redes sociais, o setor vem ganhando novos adeptos a cada dia. A mineira Bella Falconi trabalhava em um banco quando decidiu usar suas páginas pessoais na internet para dividir com outros usuários sua rotina de dieta e exercícios. Hoje ela é personal trainer, inaugurou sua rede de academias – nove lojas de suplementos –, e conta com aproximadamente 700 mil seguidores que a ajudam a entender melhor as necessidades das pessoas que querem levar um estilo de vida mais saudável. “Foi um processo bem rápido, mas totalmente orgânico. Eu nunca fui atrás de fama. As pessoas se inspiravam nos meus textos e no meu estilo de vida e a cada dia eu ganhava mais e mais seguidores. Por fim, acabei construindo um nome na indústria fitness”, afirma Bella.
A empresária explica que as redes sociais se tornaram um canal de diálogo com os consumidores e uma forma de transmitir credibilidade. Em vez de promover dietas irresponsáveis, Bella estudou nutrição e decidiu incentivar um estilo de vida saudável. “O conhecimento científico me deu uma credibilidade e acho que credibilidade é um dos principais aspectos que nos levam ao sucesso. As redes sociais são, hoje em dia, a vitrine para o mundo. As pessoas sabem que a Vitaflex é minha marca, mas procuro não ‘bombardear’ minha página com propagandas. Acho que as pessoas estão ali buscando inspiração mais do que anúncio”, explicou Bella.
Atualmente, virou quase uma religião a busca por um “corpo em forma” e setores inteiros estão de olhos bem abertos para que suas receitas ganhem essa musculatura. É possível agregar serviços e produtos diferenciados, como suplementos, alimentos nutricionais, roupas, ginástica funcional, eventos esportivos, SPAS, entre outros. Esses setores, muitas vezes, acabam trabalhando em sinergia. Quanto maior agregada a variedade de possibilidades para o cliente, mais eficiente a fidelização para que ele continue buscando o bem-estar físico.
Para Kleber Pereira, o sucesso neste segmento depende de uma série de questões gerenciais, assim como qualquer negócio. “Neste setor, especificamente sobre as academias, é fundamental observar o ponto onde o estabelecimento será montado, entender quem é o público do entorno e possível alvo do negócio. Uma academia não sobrevive sem que sua equipe esteja bem treinada e capacitada, incluindo professores, atendimento e vendas. Hoje, neste mercado há inúmeras ferramentas de gestão financeira e processos que podem profissionalizar ainda mais a administração de uma academia”, indica.
Ele destaca que, assim como em qualquer ramo, abrir uma empresa no Brasil pode custar caro. “Essa é uma realidade para qualquer setor econômico, não só o de fitness. No caso de uma academia, a contratação de mão de obra neste segmento é também muito cara, quando comparada a de outros países, o que pode ser explicado pelo fato de o Brasil ser o único país onde a profissão de Educação Física é reconhecida, exige graduação e tem um órgão fiscalizador que a regulamenta. Também se pode observar a qualidade da maioria das academias brasileiras: bem acima da média mundial, em termos de limpeza, qualidade dos serviços e infraestrutura. Isso requer investimento”, sinaliza Kleber.
Apesar disso, quem está participando do mercado fitness se mantém otimista sobre as perspectivas para o setor. “Esse mercado só tende a crescer, cada vez mais. Houve uma época onde usar drogas era legal. Hoje em dia ser fitness é legal. Essa é a tendência. Mas o diferencial de ser uma tendência é que os resultados são tão fascinantes e inspiradores que essa é uma tendência que não irá passar, nunca. Acredito que ainda virão muitas novidades e muitas coisas interessantes para motivar ainda mais as pessoas a mudarem do sedentarismo para uma vida mais ativa”, declara Bella Falconi.
Fonte: Administradores
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