A administração financeira corresponde aos esforços
despendidos objetivando a formulação de um esquema que seja adequado à
maximização dos retornos dos proprietários das ações ordinárias da empresa, ao
mesmo tempo em que possa propiciar a manutenção de um certo grau de liquidez.
Na verdade a função financeira dentro de uma empresa está
diretamente relacionada com a decisão de se fazer um investimento e a decisão
de se fazer um financiamento, sem esquecer que estas duas funções principais
estão interligadas.
Além disso, a função financeira abrange numerosos outros
aspectos, além do indicado até agora. Se fossemos distinguir finanças das
outras funções nas empresas, a característica escolhida para diferenciar seria
o tempo. Na realidade todas as outras funções dentro de uma empresa com fins
lucrativos visam um maior rendimento, maior aproveitamento, lucro,
investimento, etc., tudo necessita de um certo cálculo financeiro.
- Análise Financeira de uma Empresa
- Efeito Tesoura - Alavancagem financeira de uma empresa
- A Dinâmica do Capital de Giro
1.0
– Finanças
Pode-se definir Finanças como a arte e a ciência de administrar
fundos, praticamente todos os indivíduos e organizações obtêm receitas ou
levantam fundos, gastam ou investem. Finanças ocupa-se do processo,
instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos
entre pessoas, empresas e governos.
1.1 - Finanças é a aplicação de uma série de princípios
econômicos e financeiros objetivando a maximização da riqueza da empresa e do
valor das suas ações.
1.2 - O que é
maximização da riqueza
É a contribuição para o valor da empresa pela seleção daqueles
investimentos que possuem a melhor compensação entre risco e retorno.
E como se define compensação entre risco e retorno? Dado um
nível de risco, é a taxa desejada de retorno que justifica a execução de um
investimento.
2.0 - O que faz o Administrador Financeiro
A função de gestão financeira geralmente é associada a um
alto executivo da empresa, denominado frequentemente diretor financeiro ou
vice-presidente de finanças. O vice-presidente de finanças coordena as
atividades do tesoureiro e do controlador. A controladoria preocupa-se com a
contabilidade de custos e a contabilidade financeira, com os pagamentos de
impostos e com os sistemas de informação gerencial. A tesoureira
responsabiliza-se pela gestão do caixa e da área de crédito da empresa, por seu
planejamento financeiro, e pelos gastos de investimento.Numa empresa menor, o
tesoureiro e o controlador talvez sejam a mesma pessoa, não se encontrando dois
departamentos distintos.
2.1 - Decisões de Administração Financeira
O administrador financeiro deve preocupar-se com três tipos
básicos de questões:
2.1.1 - Orçamento de Capital: Processo de planejamento e
gestão dos investimentos de uma empresa em longo prazo. Nessa função o
administrador financeiro procura identificar as oportunidades de investimento
cujo valor para a empresa é superior a seu custo de aquisição. Em termos
amplos, isto significa que o valor do fluxo de caixa gerado por um ativo supera
o custo desse ativo.
2.1.2 - Estrutura de Capital: Combinação de capital de
terceiros e capital próprio existente na empresa. O administrador financeiro
tem duas preocupações, no que se refere a essa área. Primeiramente, quanto deve
a empresa tomar emprestado? Em segundo lugar, quais são as fontes menos
dispendiosas de fundos para a empresa? Além destas questões, o adm. financeiro
precisa decidir exatamente como e onde os recursos devem ser captados, e,
também, cabe ao adm. financeiro a escolha da fonte e do tipo apropriado de
recurso que a empresa, por ventura, tomará emprestado.
2.1.3 - Administração do Capital de Giro: Capital de giro
são os ativos e passivos circulantes de uma empresa. A gestão do capital de
giro de uma empresa é uma atividade diária que visa assegurar que a empresa
tenha recursos suficientes para continuar suas operações e evitar interrupções
muito caras.
Estas três áreas de administração financeira – orçamento de
capital, estrutura de capital e administração do capital de giro – são muito
amplas. Cada uma delas inclui uma variedade de tópicos. Todas elas serão
discutidas ao longo da disciplina.
3.0 - MODALIDADES DE ORGANIZAÇÕES DE EMPRESAS
3.1 - Firma Individual: Empresa de propriedade de um único
indivíduo. É um tipo de empresa de criação mais simples e sujeita a menos
regulamentação.
O proprietário de uma firma individual tem direito a todo o
lucro da empresa, porém tem responsabilidade ilimitada sobre as dívidas da
mesma. Não há distinção entre rendimentos de pessoa física e de pessoa
jurídica, de modo que o lucro da empresa é tributado como se fosse rendimento
de pessoa física.
A duração da firma individual é limitada pela vida do
proprietário e o capital próprio, que pode ser reunido, é limitado à riqueza
pessoal do proprietário.
3.2 - Sociedade Por Quotas: é semelhante a uma firma
individual, excetuando-se o fato que tem dois ou mais proprietário (sócios).
Numa sociedade geral, todos os sócios participam dos lucros
e prejuízos, e todos têm responsabilidade ilimitada por todas as dívidas da
empresa, e não apenas por uma porção delas.
Numa sociedade limitada, um ou mais sócios gerais serão
responsáveis pela gestão da empresa e terão responsabilidade ilimitada, mas
haverá um ou mais sócios limitados que não terão participação ativa no negócio.
A responsabilidade de um sócio limitado por dívidas da empresa é restrita ao
montante que tenha contribuído para o capital da sociedade.
A maneira pela qual os lucros ou prejuízos da sociedade são
repartidos é descrita no contrato social.
3.3 - Sociedade por Ações: Empresa criada como entidade
jurídica independente, formada por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas. A
formação de uma sociedade por ações envolve a confecção de um documento de
incorporação e um estatuto.
A sociedade por ações é a forma superior de organização de
empresas, no que diz respeito a levantar recursos e transferir a propriedade de
um investidor a outro, mas apresenta a uma grande desvantagem: a dupla
tributação.
4.0 - OBJETIVOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
4.1 - Maximização de Lucro: O objetivo mais geral da
administração financeira é maximizar o valor de mercado do capital dos
proprietários existentes, não importando se a empresa é uma firma individual,
uma sociedade de pessoas (quotas) ou por ações. Em qualquer delas, as boas
decisões financeiras aumentam o valor de mercado do capital dos proprietários.
Pode-se dizer que a administração financeira tem três
objetivos básicos:
a - Manter a empresa em permanente situação de liquidez,
como condição básica ao desenvolvimento de suas atividades. Uma empresa
apresenta boa liquidez quando seus ativos e passivos são administrados
convenientemente. O importante é manter os fluxos das entradas e saídas de
caixa sob controle e conhecer antecipadamente as épocas em que irá faltar
numerário.
b - Obter novos recursos para planos de expansão, com base
em estudos de viabilidade econômico-financeira e aos menores custos. a empresa
deve ser perpetuada e, para tanto, tem de realizar investimentos em tecnologia,
novos produtos, etc., que poderão sacrificar a rentabilidade atual em troca de
maiores benefícios no futuro. A grande concorrência existente nas modernas
economias de mercado obriga as empresas a se manterem tecnologicamente
atualizadas. Nenhuma pode sentir-se segura em uma boa posição, porque a
qualquer momento algum concorrente poderá surgir com um produto melhor e mais
barato. Deste modo, as empresas são impelidas a desenvolverem continuamente
novos projetos e a tomarem decisões sobre a sua implantação. Normalmente isto significa
a necessidade de vultuosas somas adicionais de recursos e uma elevação no risco
do empreendimento. O retorno deve ser compatível com o risco assumido. Maior
risco implica a expectativa de maior retorno.
c - Assegurar o necessário equilíbrio entre os objetivos de
lucro e os de liquidez financeira, quantificando os planos de expansão de
acordo com as possibilidades de obtenção de recursos, próprios ou de terceiros.
5.0 - DECISÕES FINANCEIRAS BÁSICAS
5.1 - Investimentos: A preocupação primordial diz respeito à
avaliação e escolha de alternativas de aplicação de recursos nas atividades
normais da empresa.
Consiste ainda num conjunto de decisões visando dar à
empresa a estrutura ideal em termos de ativos – fixos e correntes – para que os
objetivos da empresa como um todo sejam atingidos. Nessa área, o enfoque básico
é a obtenção do maior resultado (retorno) possível, dado o risco que os
proprietários da empresa estão dispostos a correr.
5.2 - Financiamento: O que se deseja fazer é definir e
alcançar uma estrutura ideal em termos de fontes de recursos, dada a composição
dos investimentos.
É preciso compreender, desde já, que a função financeira,
cuja finalidade é assessorar a empresa como um todo proporcionando-lhe os
recursos monetários exigidos, não determina, por isso mesmo, quais as
aplicações a serem feitas pela empresa. Isto decorre dos objetivos e das
decisões da administração e/ou dos proprietários da empresa em um nível mais
alto. À administração financeira resta conseguir os recursos necessários para
financiar essa estrutura de investimento ao mais baixo custo possível.
5.3 - Utilização (destinação) do lucro líquido: Há uma área
de decisões também comumente conhecida pelo nome de política de dividendos, que
se preocupa com a destinação dada aos recursos financeiros que a própria
empresa gera em suas atividades operacionais e extra-operacionais.
É nesta área que surgem as indicações mais claras do
inter-relacionamento das áreas de investimento, financiamento e utilização do
lucro líquido. O inter-relacionamento deve-se ao fato indiscutível de que o
lucro retido pela empresa (ou seja, o lucro não pago sob a forma de dividendos
em dinheiro) constitui-se numa de suas fontes de recursos. Logo, também é
problema das decisões de financiamento determinar quanto do lucro líquido
disponível deve ser retido, com a decisão complementar forçosa a respeito da
proporção que deve ser distribuída aos proprietários.
Além disso também há relações entre decisões de investimento
e de utilização do lucro líquido. Nas decisões de investimento, um certo
retorno deve ser alcançado: digamos então que seja considerada a utilização de
lucros retidos para financiar certas aplicações. essa possibilidade deveria ser
admitida apenas quando a alternativa de investimento prometesse um retorno
superior aos que os proprietários poderiam conseguir se eles mesmos aplicassem
os recursos porventura recebidos em decorrência da distribuição de lucros. As
magnitudes relativas dos riscos envolvidos nas aplicações disponíveis à empresa
e aos proprietários, fora dela, também precisam ser consideradas.
6.0 - RELAÇÕES DE AGENCY
A relação entre acionistas e administradores é denominada
relação de agency. Existe quando alguém ("principal") contrata outra
pessoa ("agente") para cuidar de seus interesses. Em tais relações
existe a possibilidade de conflito de interesses entre o principal e o agente.
Tal conflito é denominado de problema de agency.
Discutir o problema de agency, na medida em que este se
relaciona com a maximização da riqueza dos proprietários e o papel da ética
nessa questão. Um problema de agency advém do fato de que os administradores,
na qualidade de representantes dos proprietários, podem colocar seus objetivos
pessoais à frente dos objetivos empresariais. Forças de mercado, tanto as
oriundas dos acionistas, particularmente de grandes investidores institucionais,
como as ameaças de compras hostis (takeovers), tendem a prevenir ou a minimizar
o problema de agency.
7.0 - ANÁLISE
VERTICAL E HORIZONTAL
7.1 - ANÁLISE VERTICAL
A análise vertical facilita a avaliação da estrutura do
Ativo e do Passivo bem como a participação de cada item da Demonstração de
Resultado na formação do lucro ou prejuízo.
O cálculo do percentual de participação relativa dos itens
do Ativo e do Passivo é feito dividindo-se o valor de cada item pelo valor
total do Ativo ou do Passivo. Para a participação relativa dos itens da
Demonstração de resultado o cálculo é feito dividindo-se cada item pelo valor
da Receita Líquida, pois esta é considerada como base. (Ex. no final)
Outras constatações podem ser extraídas, mas a utilidade aumenta
sensivelmente se a análise vertical for utilizada conjuntamente com a análise
horizontal.
7.2 - ANÁLISE
HORIZONTAL
A análise horizontal tem a finalidade de evidenciar a
evolução dos itens das demonstrações contábeis, por meio dos períodos. Calculam-se
os números-índices estabelecendo o exercício mais antigo como índice-base 100.
Podem ser calculados, também, aumentos anuais.
As técnicas utilizadas em análise horizontal apresentam
algumas limitações:
1. quando o valor do item correspondente no exercício-base
for nulo, número-índice não pode ser calculado pela forma proposta, pois os
números são divisíveis pelo número zero. Nesses casos, podem ser analisadas
variações em valores absolutos;
2. quando o exercício-base apresenta um número negativo e no
exercício seguinte o número fica positivo ( e vice-versa), matematicamente, é
calculável, mas o resultado deve ser tratado com bastante cuidado, para não
ocorrerem interpretações equivocadas da evolução.
7.3 - ANÁLISE POR
MEIO DE ÍNDICES
A técnica de análise por meio de índices consiste em
relacionar contas e grupos de contas para extrair conclusões sobre tendências e
situação econômico-financeira da empresa.
O analista pode trabalhar com índices ou percentual.
A classificação dos índices pela empresa pode ser como
ótimo, bom, satisfatório ou deficiente, ao compará-los com os índices de outras
empresas do mesmo ramo ou porte.. Esta comparação é possível através das
publicações em revistas especializadas.
Seguem abaixo alguns indicadores da situação
econômico-financeira:
ÍNDICES E FÓRMULAS
Estrutura de Capital
Participação dos Capitais de Terceiros (PCT) =
Exigível total ÷ Exigível + Patrimônio Líquido
Composição do endividamento (CE) =
Passivo circulante ÷ Exigível total
Imobilização do capital próprio (ICP) =
Ativo permanente ÷ Patrimônio líquido
Imobilização dos Recursos não correntes (IRNC) =
Ativo permanente ÷ Patrimônio líquido + Exigível a L.P.
Liquidez
Liquidez Geral (LG) =
Ativo Circulante + Ativo real. L.P ÷ Passivo Circ. + Passivo
exig. L.P
Liquidez corrente (LC) =
Ativo circulante ÷ Passivo circulante
Liquidez seca (LS) =
Ativo circ. – Estoques – Desp.exerc.seguinte ÷ passivo
circulante
Liquidez imediata (LI) =
D i s p o n í v e l ÷ Passivo Circulante
Rotação
Giro dos estoques (GE) =
Custo dos produtos vendidos ÷ Saldo médio dos estoques
Giro das contas a receber (GCR) =
Receita operacional bruta – Devol./abatimentos ÷ Saldo médio
das contas a receber
Giro do ativo operacional (GAOP) =
Receita operacional líquida ÷ Saldo médio do ativo
operacional
Prazo médio
Prazo médio de estocagem (PME) =
Saldo médio dos estoques ÷ Custo dos prod. vendidos / 365
dias
Prazo médio das contas a receber (PMCR) =
Saldo médio das constas a receber ÷ (Rec. Oper.Bruta –
Devol. e abatim.) / 365 dias
Prazo médio de pagamento a fornecedores (PMPF) =
Saldo médio de fornecedores ÷ Compras brutas / 365 dias
Rentabilidade
Margem bruta (MB) =
Lucro bruto ÷ Receita Oper. líquida
Margem líquida (ML) =
Lucro líquido ÷ Receita Oper. líquida
Rentabilidade do capital próprio (RCP) =
Lucro líquido ÷ Saldo médio do Patr. líquido
7.4 - ÍNDICES DE
ESTRUTURA DE CAPITAL
Esses índices indicam o grau de dependência da empresa com relação
a capital de terceiros e o nível de imobilização do capital. Quanto menor o
índice, melhor.
7.5 - ÍNDICES DE
LIQUIDEZ
Os índices de liquidez mostram a situação financeira da
empresa. Quanto maior o índice, melhor.
Um aspecto importante que deve ser considerado é que a
empresa precisa "repor" os ativos circulantes que converter em
dinheiro, para não interromper sua atividade operacional. Nessas condições, os
ativos circulantes passam a ter características permanentes. Portanto, os
índices de liquidez são válidos para os casos em que a empresa é
"liquidada".
7.6 - ÍNDICES DE
ROTAÇÃO
Os índices de rotação (giros) evidenciam o prazo de
renovação dos elementos patrimoniais, dentro de determinado período de tempo. A
análise do giro dos ativos fornece informações sobre aspectos de gestão da
empresa, tais como as políticas de estocagem, financiamento de compras e
financiamento de clientes.
Com relação ao giro dos estoques (e prazo médio de
estocagem), as empresas procuram aumentar, pois quanto mais rápido vender o
produto, mais o lucro aumentará. Esse raciocínio é válido desde que a margem de
contribuição seja positiva e o aumento do giro não implique "custos
extras" em volume superior ao ganho obtido pelo aumento do giro.
O mesmo é válido, também, em relação ao giro das contas a
receber (e prazo médio das contas a receber), em termos de quanto mais rápido a
empresa receber, melhor.
Já em relação ao prazo médio de pagamento a fornecedores,
quanto maior, melhor, ou seja, quanto mais tempo para pagar, melhor.
Freqüentemente, o prazo médio de pagamento a fornecedores é
comparado com o prazo médio das contas a receber. Por exemplo, a empresa compra
com prazo de 81 dias e vende com prazo de 68 dias, ela tem condições de recomprar
antes mesmo de totalizar o pagamento aos fornecedores.
7.7 - ÍNDICES DE
RENTABILIDADE
Esses índices medem quanto está rendendo os capitais
investidos. São indicadores muito importantes, pois evidenciam o sucesso ( ou
insucesso) empresarial. São calculados, geralmente, sobre as receitas líquidas,
porém, em alguns casos, pode ser interessante calcular sobre as receitas brutas
deduzidas somente das vendas canceladas (devoluções) e abatimentos. Como pode
ser observado, este índice quanto maior, melhor.
Conclusão
A questão da gestão financeira nas empresas é de extrema
importância, pois muitas questões envolvem esse assunto, inclusive outros
assuntos que possuem gerencias separadas e enfoques bem diferentes tem um
relacionamento muito forte com gestão financeira. Praticamente tudo que se
pensa dentro de uma corporação tem um impacto financeiro no orçamento sendo
então necessário uma avaliação profunda no diz respeito à novos investimentos e
seus prováveis retornos e custos reais.
Fonte: Cola da Web
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